A Malignidade do Ego Humano





Genesis 3:1 a 13

De certa forma, a arvore do conhecimento do bem e do mal, ocupa um lugar de destaque na narrativa de Genesis 3, essa é uma abordagem clara, durante todo o trajeto da encenação da serpente e do interesse de Eva. Toda inclinação do homem a partir da queda é tomar seu próprio instinto como norma para viver, a força de vontade de satisfazer os desejos egoístas é a principal “turbina” a mover a força de seus interesses. Os pressupostos da serpente eram atraentes, mas de natureza fictícia, tinham um poder de construir para o aparecimento de um desejo ilusório dentro do coração humano, uma ilusão que serviu de vestidos reais para o ego.  Não basta o Jardim como império, era necessário possuir o trono de Deus, essa era a mensagem subliminar da serpente. (Genesis 2:16 com 3:1 a 5) Deter o poder para si mesmo, exaltar-se como um ser em ascensão espiritual até alcançar o status de divindade, isso cativou o coração de Eva e a persuadiu a quebrar o pacto de fidelidade.(II Coríntios 11:3 com Apocalipse 12:9) Aqui está o cerne do desejo humano, o prazer de ser o maior, o anseio ardente de ser grande, a necessidade suprema de ser o centro, esse é o apelo constante do ego, essa é a propaganda de satanás. (Mateus 4:8 e 9) Por esse ideal ele consegue prender o homem com seus tentáculos infernais. “Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que á vontade dele estão presos” (II Timóteo 2:25 e 26) Olhe para a historia da civilização, a ascensão constante de homens sedentos de poder segue o rastro da tragédia deixada por seu orgulho que se perpetua desde a queda, só o evangelho quebra essa maldição, só o sangue de Cristo nos limpa dessa maldição. (Galatas 3:13 João 8:32) A norma suprema do homem fora do evangelho é ser centro, ser independente, ele quer tecer o tapete que conduz para a marcha da sua própria exaltação. “E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes fez um discurso, E o povo exclamava: Voz de Deus e não de homem. E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou” (Atos 12:21 a 23) Mesmo quando o silencio frio da indiferença ronda seu ser, todavia, o ego ainda é capaz de aplaudir consideravelmente o homem que não permite que o orgulho morra dentro de si. O homem tende a tomar a si mesmo e seus desejos como medida para alcançar a felicidade. ”Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são caminhos de morte” (Provérbios 14:12) O terreno baldio da sua luxuria concede o fertilizante necessário para fazer germinar as raízes desse pecado hediondo. (Mateus 15:19 Tiago 1:13 a 15 Provérbios 11:20 Mateus 12:35 Marcos 7:21 Lucas 6:45 Atos 7:51) O homem desde o Eden segue esse fluxo altamente destrutivo, e os resultados terríveis podem ser observados a nossa volta. (Romanos 1:18 a 32, 3:18 Mateus 24:12) eis o diagnostico da condição da raça adâmica: “Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nenhum só” (Romanos 3:12) Talvez a filosofia de satanás ganha seu prestigio por causa da inclinação humana para o absurdo, porque no livro de Jó, ele vai fazer uma declaração que é a alma do desastre. Depois de fecundar no coração de Eva por meio de sugestão, as palavras que a induziram a rebelião, depois de introduzir no mundo toda sorte de misérias, e fazer com que o homem desça aos porões da egolatria, então satanás declara “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida”  (Jó 2:4). Observe que a essência dessa declaração é a centralidade do homem, o supremo interesse pessoal e a alma do instinto está nessa declaração filosófica e então denota o oposto absoluto da obra consumada e perfeita de Cristo, pois nesse caso, a obra da cruz foi um sacrifício real pela humanidade, e todo o ministério de Cristo está envolto por declarações completamente opostas a declaração de satanás, pois durante todo o tempo, Cristo negou a sua vontade e viveu completamente dentro da esfera de absoluta submissão a vontade do Pai. (João 4:24 5:30, 6:38) Aqui chegamos no  ponto crucial, onde devemos entender a vida cristã em profundidade, não há lugar para o ego na vida regenerada, o eu deve ser negado, completamente negado, o centro já não é mais o salvo, mas totalmente o Salvador. (Efesios 1:10) A única plataforma onde pode se acender uma verdadeira chama de glória nesse mundo, é a cruz, e lá não há aplausos, mas dela flui considerável manancial de humildade e submissão, é a vida escondida em Cristo. (I João 2:4) É através dessa compreensão que se configura o perfil de um cristão, não mais eu que vivo, mas Cristo vive em mim.

Clavio J. Jacinto 

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