Para quem iremos nós?
(To Whom Shall We Go?)
O engodo
da Psicoterapia
“Então disse
Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão
Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João
6:67-68).
Será que
alguma vez você não se sentiu culpado em relação a essa resposta que Pedro deu
ao seu Senhor e Salvador? Eu, sim! Sempre que me vejo não indo para Jesus. Não
que eu deseje “fugir” do Senhor. O que acontece é nem sempre Ele é a minha
primeira escolha nas situações cotidianas. Então, quando o verso 68 me vem à
mente, especialmente depois que eu tenho andado por aí e colhido maus
resultados, outro pensamento me vem à cabeça: “como eu sou estúpido!”
Por que não
me voltei para o Único que tem “as palavras de vida eterna”? Afinal, Ele é o
Deus de toda a criação, o Maravilhoso, o Conselheiro, o Deus Todo-Poderoso, o
Alfa e o Ômega, perfeito em Seus atributos, dentre estes, a Onisciência!
Por outro
lado, o melhor que posso conseguir do mundo equivale a me equilibrar num
monociclo sobre as Cataratas do Niágara.
Algumas
pessoas argumentam que ir a Deus em determinadas circunstâncias é ótimo.
Contudo, você jamais iria a Ele para aprender como instalar o aquecedor ou
consertar o carburador do carro. Conquanto, tendo havido ocasiões em que voltei
para Jesus, pedindo auxílio (literalmente), a fim de evitar que eu fracassasse
no “eu mesmo faço” na instalação do aquecedor, reconheço que a Sua Palavra não
é manual de consertos domésticos, de conserto de automóveis, nem de cirurgia
cardíaca, etc. Apesar disso, mesmo em tais empreendimentos, tem sido uma
excelente idéia buscar a graça e misericórdia do Senhor.
Mesmo sem instruir
a humanidade em todas as coisas, a Bíblia é a única verdadeira e objetiva fonte
de informação para se conhecer Deus e viver uma vida conforme Ele exige. Ela (a
Bíblia) não apenas toca em todos os aspectos do nosso viver, como certamente
trata de tudo que tem valor eterno. O apóstolo Pedro nos ensina: ”Graça e
paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso
Senhor; visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e
piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude” (2
Pedro 1:2-3).
Isso parece
ser tudo sobre o que devemos ficar inteirados. Mais tarde, Pedro exclamou: “Tu
tens as palavras de vida eterna”. Essas palavras se encontram nas Sagradas
Escrituras. Então, uma vez que nos autodenominamos cristãos bíblicos, não
deveríamos ser aqueles que apelam à Bíblia para “tudo o que diz respeito à
nossa vida e piedade?”
Infelizmente,
porém, não é esse o caso da maioria dos evangélicos. Refletindo o mundo através
deles, parecem ter um verdadeiro apetite por conselhos psicológicos. A razão
maior para essa atração é que, junto com as massas, eles acalentam a
idéia errônea de que a substância do aconselhamento clínico é o estofo da
ciência. Certamente o fato dos supridores da chamada sabedoria médica
relacionada com a ciência terem alcançado graus e se tornado profissionais é o
que os leva a pensarem desse modo.
Contudo, a
psicoterapia não é nem deve ser uma realização científica. A razão mais óbvia é
que o seu assunto é o comportamento humano, estudo que tem desafiado a certeza
científica.
A verdadeira
ciência só pode estar relacionada à parte física do indivíduo, às coisas
governadas pelas leis físicas, ou seja, à Física e à Química. A parte não
física (a mente humana) fica além das fronteiras das estruturas de laboratório,
visto como a emoção e a vontade zombam do método científico. Mesmo assim, a
psicoterapia tem mantido a sua fachada clínica em razão da sua terminologia
pseudomédica. Por exemplo, alguém pode achar que a “saúde mental” de uma pessoa
problemática pode indicar que ela está “mentalmente enferma” e, portanto,
precisa consultar um médico e, possivelmente, até ser enviada a um “sanatório
de doentes mentais”.
Esses termos
parecem científicos e têm influenciado multidões no sentido de considerarem a
psicoterapia como uma ciência médica, quando, na realidade, isso não faz
sentido.
Se na
psicoterapia não é verdadeira na busca científica mental, emocional e
comportamental para o bem estar da humanidade, então o que ela é? É conversa. É
retórica. É palavreado. O pesquisador e psiquiatra Thomas Szasz, em seu livro
“O Mito da Psicoterapia: a Cura Mental como Religião, Retórica e Repressão”,
queima a mistificação da psicologia clínica científica. Ele diz: “Em linguagem
clara o que o paciente e o psicoterapeuta fazem? Eles falam, e escutam um ao
outro. Do que falam? Simplesmente colocando, o paciente fala de si mesmo e o
terapeuta fala do paciente... cada um tentando levar o outro a fazer as coisas
de determinadas maneiras”. Em outras palavras, os graus de PhD e MD não são
necessários para manusear a média da “conversa”. Mesmo assim, não seria
possível que graus mais avançados pudessem tornar mais eficiente o processo da
conversação terapêutica? Não! Os resultados dos estudos e pesquisas comparando
o efeito dos terapeutas profissionais versus os não profissionais têm sido os
mesmos. Em outras palavras, os não profissionais fazem isso tão bem quanto os
profissionais.
Se o
resultado do falar e escutar na psicoterapia não depende de graus elevados na
conversa, para que se torne mais eficiente, por que, então, se precisa de
estudos para obter um PhD em psicologia clínica? Na maior parte das vezes por
causa das teorias sobre o comportamento humano.
Foi o que
Siegmund Freud copiou dos dramas gregos, suas especulações sobre o sexo
infantil, determinismo físico e o inconsciente.
As crenças
de Carl Jung sobre imagens arquétipas, o inconsciente oculto e coletivo.
O “protesto
masculino” e os conceitos do “complexo de inferioridade” de Alfred Adler.
A psicologia
humanística de Maslow, com a teoria das “necessidades da hierarquia” e as
obscenidades da Nova Era.
Os dogmas do
estímulo-resposta comportamentais de B. F. Skinner.
A visão
profana do amor, de Eric Fromm.
O gemido
primevo de Arthur Janov.
A terapia
centrada no cliente, de Carl Rogers.
O “gestalt”
de Fritz Perls, além de uma legião de outras idéias especulativas.
Mas... O que
foi feito dessas teorias todas? Com o passar dos anos foi formado um corpo
histórico de conhecimentos, a partir do qual se desenvolveram verdadeiros e
úteis “insights” com relação à natureza humana e aos remédios para os problemas
da vida? Pelo contrário, o campo da psicoterapia é o seu próprio asilo de
loucos. Se você acha que existe um pequeno exagero, basta examinar a vida de
qualquer um dos homens acima mencionados:
Freud era um
dependente da cocaína, ardendo de desejos pela própria mãe.
Jung se
suicidou, tendo antes se mancomunado com o Diabo.
Rogers
abandonou a própria esposa com câncer terminal por outra mulher. Para aliviar a
sua culpa vivia contatando o “espírito” da mesma, através de uma mesa espírita,
após ter ela falecido. Mais tarde ele suicidou-se com testemunhas.
A lista vai
prosseguindo (“Médico, cura-te a ti mesmo” é o provérbio que me vem à mente).
Além disso,
existem 450 sistemas diferentes (em geral contraditórios e até bizarros
demais), com milhares de métodos e técnicas.
Karl Popper,
considerado um eminente erudito na área da filosofia da ciência, chegou à
seguinte conclusão, após um longo estudo da psicoterapia, que as suas teorias:
“embora posando como ciência, elas de fato têm mais em comum com mitos
primitivos do que com a ciência... Essas teorias descrevem alguns fatos, mas à
maneira de mitos. Elas se constituem em sua maior parte de sugestões psicológicas
interessantes, mas não de forma testável”. (1) Oitenta líderes educadores
escrevendo sobre a psicologia: “Um Estudo de Uma Ciência”, de
Sigmund Koch, afirmam: “A completa e subseqüente história da psicologia pode
ser vista como um esforço ritualístico no sentido de imitar as formas da
ciência, a fim de manter a ilusão de que ela já é uma ciência” . (2)
Martin e
Deidre Bobgan, prolíficos autores e críticos da psicoterapia, resumem a cena
atual: “Todo o campo está mergulhado em confusão e apinhado de pseudoconhecimento
e de pseudoteorias resultantes da pseudociência”. (3)
As
informações críticas sobre a psicoterapia são febrilmente ocultadas da opinião
pública. Ela não é obra de grupos conspiradores nem de fundamentalistas
ferrenhos. O único mistério é que poucos estão atentos, especialmente os que
dizem ser cristãos bíblicos e pastores. [Aqui no Brasil todo pastor que se
preza, segundo a moda secular, precisa ter um curso de psicoterapia e logo que
um pastor faz esse curso, se acha no direito de exibir o título de “doutor”.
Não é ridículo?] Além disso, na psicoterapia mandam os valores, as teorias
favorecidas e as crenças do terapeuta. O cliente deve conformar-se com o que o
terapeuta pressente, a fim de que o processo surta efeito, enquanto o cliente
em geral é receptivo ao que lhe é apresentado. [Nos anos 1980, a tradutora caiu
vítima de terrível depressão, após o falecimento do marido e a conclusão de um
curso teológico. Levaram-na a um psiquiatra e ele deu o seguinte
diagnóstico: “a Sra. fez alguma coisa errada e como é muito religiosa está com
complexo de culpa e por isso adoeceu”. Ela foi para casa, apanhou a Bíblia, leu
o Salmo 51, orou pedindo perdão a Deus e se arrependeu do seu pecado (pretendia
se casar com um ateu) e, dias depois, estava se sentindo bem melhor. Se tivesse
feito isso antes, teria economizado a única visita feita em toda a sua vida a
um psiquiatra]. Desse modo, quer seja resolvido ou não o problema do cliente,
este terá sido influenciado e até mesmo terá cooptado pelo sistema de valores
do terapeuta.
Muitos
pastores evangélicos ficam intimidados, e até mesmo enfatuados, diante da
psicoterapia. De qualquer modo esses pastores foram convencidos de que a
sua falta de erudição e treinamento no processo terapêutico os torna incapazes
de dirigir a problemática emocional e comportamental do seu rebanho. [Um pastor
que conhece bem a Bíblia, leva uma vida reta e ama o seu rebanho, com
aconselhamento bíblico e oração sincera pode fazer absolutamente mais do que
qualquer terapeuta em favor de suas ovelhas].
Contudo, o
que fazem alguns? Simplesmente se tornam serviços de referência para a
comunidade terapêutica local dos “psicólogos cristãos”, ou coisas assim. Outros
voltam à faculdade para fazer um curso de psicologia, além do seu curso
teológico. Eles podem pregar e ensinar a Palavra aos domingos e às quartas
feiras, porém, vergonhosamente, terão intencional ou não intencionalmente
comunicado à sua congregação que a Bíblia é insuficiente e inadequada no que
diz respeito ao nosso viver e ao nosso relacionamento com os outros.
Mas
certamente eles não iriam encaminhar uma pessoa por um motivo tão mundano como:
não conseguir se entender com o cônjuge ou com outro membro da família, ou não
se sentir bem consigo mesmo, ou por estar deprimido, ou por um problema sexual,
ou de ambição, de amargura, de autocontrole, etc. Será que iriam? SIM! Pois
esses são os problemas mais comuns dos quais tratam os psicoterapeutas, nos
clientes que a igreja lhes envia.
Qualquer
problema que não possa ser ”curado” através da conversa não faz parte da liga
da psicoterapia. Os pastores evangélicos, que em geral são ótimos de conversa e
ainda por cima falam sobre o “bem”, parecem ter-se esquecido disso. E do que
têm esquecido também e deveria ser-lhes óbvio e, portanto, sujeito à crítica do
coração e da alma da psicoterapia, é o EGO.
O
aconselhamento secular principia e termina com o EGO. O aconselhamento
profissional “cristão” começa e termina com o Cristianismo interpretado segundo
as teorias do EGO. O resultado de ambos se choca com o que a Bíblia
ensina. Não existe um só verso, de Gênesis a Apocalipse, que apresente o menor
resquício de apoio ao EGO, nem mesmo as versões “cristianizadas” que têm
inundado o mercado religioso, nos últimos dez anos. O Ego é o grande problema e
não existe cura humana, conversa ou coisa alguma que o resolva. [Um dos grandes
engodos das igrejas neopentecostais, além da ambição dos seus pastores, é
a cultura do EGO]
Através de
suas páginas, a Palavra de Deus é tão implícita como explícita, no que se
refere a este assunto. Em Mateus 16:24, somos comandados: “...Se alguém quiser
vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me”. A 2
Timóteo 3:1-2 nos avisa: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos...” Isto
quer dizer que os homens farão do seu EGO a sua redenção e o seu redentor.
Graças à dominadora influência da psicologia e da cumplicidade da cristandade é
que estamos vivendo hoje nesses “tempos trabalhosos”.
Alguém observou, certa vez, em relação à capitulação do Cristianismo à
psicoterapia, que “a igreja vendeu o seu direito de primogenitura por um
prato de lentilhas”. Sim e não! Realmente houve um caso de venda aí, contudo as
lentilhas são nutritivas, enquanto a psicoterapia é tóxica ao extremo. O seu
princípio moderno com Freud foi embasado no engodo, conforme os historiadores
têm amplamente documentado. Sua origem profissional tem simplesmente adicionado
e subtraído ingredientes ao seu anzol de engodo. Contudo, os psicoterapeutas
“cristãos” garantem que existem resultados saudáveis e benéficos aí envolvidos,
porque “toda verdade é verdade de Deus” e alguns expoentes da psicologia
acima referidos têm contribuído com esse bocado de verdades? E no que
exatamente consistem essas verdades extrabíblicas, ainda precisamos descobrir.
Contudo, mesmo que essas ditas verdades fossem reais, elas devem ter sido
entregues na venenosa sopa da psicoterapia.
Duas vezes
somos ensinados em provérbios 14:12 e 16:25: “Há um caminho que ao homem parece
direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”.
Certamente o
nosso Deus quis repetir essa advertência para nós, especialmente para esta
geração humanisticamente orientada, a qual sempre dá ênfase ao que acha ser um
direito seu. Mas o item crítico é que o “homem”, tendo se tornado o juiz do que
é certo, recebe em conseqüência a morte - que é a separação de Deus. Esta foi a
mentira que a serpente pregou a Eva - que ela poderia se igualar a Deus,
tornando-se o árbitro do que é o bem e o mal. Exatamente como Deus disse que
aconteceria, a morte resultou da escolha feita por Adão e Eva. Hoje em dia,
temos uma escolha semelhante, a Palavra de Deus e o Seu caminho, ou então o que
parece direito ao homem...
Quando realmente
conhecemos e amamos o Senhor não existe outro caminho para nós. A Palavra de
Deus não apenas é suficiente para tudo o que concerne à nossa vida e à piedade,
como Ele tem selado todo crente nascido de novo com o Seu Santo Espírito, o
Espírito de verdade, o qual nos capacita a viver a nossa vida de maneira
frutífera e agradável a Ele. Além disso, todos os crentes são chamados e
equipados para ministrarem uns aos outros. Gálatas 6:2 nos ensina: “Levai as
cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”, enquanto a 2
Timóteo 3:16-17 diz que “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa
para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que
o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.
Em João 17:17, Jesus diz: “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a
verdade”. Então, para quem mais poderemos ir? Somente Ele, (Jesus Cristo) tem
as palavras da verdade e da vida eterna.
“The
Berean Call Letter’, Abril 2003 - T. A. McMahon
, (Jesus
Cristo) tem as palavras da verdade e da vida eterna.
Publicado anteriormente pelo CPR
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