INTIMIDADE
TRANSFORMADORA
Não sei de
que maneira você está lidando com a vida espiritual sob uma ótica bíblica e
cristocentrica ao invés de uma visão puramente acomodada ao denominacionalismo,
porém se faz necessário dar um grito, como que de uma trombeta para o mundo
evangélico atual, devido ao fato de que estamos perdendo a identidade, e isso
se dá porque muitos estão sofrendo apenas uma lavagem cerebral ou passando por
uma conversão meramente psicológica, resultando em um numero enorme de pessoas
que professam a fé cristã sem, contudo realmente terem passados por uma genuína
conversão. A vida cristã autentica é um relacionamento intimo com Deus através
de seu Filho e uma vida completamente injetada para dentro das Escrituras, mais
precisamente para os ensinos de Cristo, de outra forma, o professar a religião
sem vida, mas mero formalismo é necessariamente um sinal claro de condenação
eterna, o inferno estará cheio de falsos convertidos. “Quem me rejeita a mim e
não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue, a palavra que tenho pregado
essa o há de julgar no ultimo dia” (João 12:48). As demandas de uma falsa
religião com seus requintes de imitações produzidas pelo espírito do erro tende
a servir de grilhões para impedir que muita gente conheça a verdade. O brado do
Espírito, porém é altissonante: “Examinai a vós mesmos, se permaneceis na fé,
provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo
está em vós? Se não é que já estais reprovados” (II Coríntios 13:5). Note que
nas palavras inspiradas de Paulo a pergunta é cristocentrica, em Laodiceia
Cristo estava fora (Apocalipse 3:20) não estava fora da liturgia e talvez nem
mesmo dos sermões, quem sabe nem mesmo estava fora da teologia formal, porém na
pratica estavam pregando outro cristo, estavam fora do relacionamento pessoal,
os cristãos de Laodiceia estavam vivendo outro evangelho e não sabiam disso, e
porque? Porque estacam experimentando um período de prosperidade, enquanto não
havia indícios de perseguições e dificuldades, estava tudo muito bom, e isso era
interpretado como sinais de bênçãos divinas. Por isso fugiu o discernimento
espiritual, estavam alheios ao estado espiritual em que se encontravam. Acho
que essa é a condição atual. A vida da igreja de laodiceia não era senão uma
fragmentação religiosa, não era cristocentrica, ela era humanista, talvez até
mesmo pragmática, uma vez que os crentes de Laodiceia alcançaram um fim:
prosperidade e tranqüilidade, isso era interpretado como uma igreja debaixo do
favor do Senhor, enquanto que as outras estavam sofrendo calamidades porque
eram infiéis. Mas ainda que o torpor causasse essa insensibilidade espiritual,
o clamor de Cristo era por restauração de comunhão. O que nos falta hoje em dia
é uma vida de piedade com poder e contentamento. Assim entremos na vida cristã
na comunhão com Cristo de modo a viver com ele de acordo com a realidade mais
sublime que é a sua pessoa. Cristo está vivo, sua ressurreição foi um fato
consumado e sua presença uma realidade indiscutível, mesmo estando sentado a
destra de Deus nas alturas, a pessoa de Cristo interage com a consciência
humana, ou melhor, a partir do coração humano. Assim, desejo começar a
abordagem da vida cristã partindo da piedade. A Palavra grega "Eusebeia"(I
Timóteo 6:3) traduzido por piedade denota que a doutrina correta segue a
devoção fervorosa por Cristo. Não há como conciliar ortodoxia com formalismos.
A vida de um cristão é intensa na vida devocional, a piedade cristã sugere que
como os anciãos de Apocalipse 4:10 a, piedade é uma atividade perene e não um
estilo alternativo de religião. O cristão devoto, pensa em Deus com muita freqüência,
estuda com dedicação as Escrituras, freqüenta o lugar secreto de oração,
memoriza versículos bíblicos, possui uma agenda de intercessão, proclama o
evangelho e fica em permanente vigilância porque aguarda a Bendita esperança da
Vinda do Senhor, nada sugere religiosidade supérflua, a palavra
"eusebeia" aponta para profundidade e não superficialidade. Uma vida
cristã rasa segue o caminho de Laodiceia, igreja caracterizada por puro
formalismo e mornidão, embora estivesse cheia de atividades e cheia de pessoas,
era vazia de verdadeira piedade.
Seguindo a regra da piedade bíblica, vimos em passagens como I João 1:3
que a comunhão com Deus e com seu Filho deve ser uma realidade. É louvável que
se encontre pessoas que estejam vivendo debaixo da realidade constante de Hebreus
10, porque elas são raras hoje em dia. Viver em comunhão com Cristo só é
possível dentro da luz do evangelho (I João 1:6) A grande maioria dos que
professam a fé cristã não estão debaixo dessa gloriosa luz espiritual. Assim,
mesmo professando uma fé, cheia de emoções e todas as formas de entretenimento
religioso e uma agenda cheia de liturgias, a verdade é que não conseguem manter
comunhão com o Senhor e não sentem a sua ausência, pior ainda, não sentem a
ausência de Cristo de modo que Ele diz “Eis que estou a porta e bato”. Ora as Escrituras atestam que o verdadeiro
cristão foi chamado para a comunhão com o Filho (I Corintios 1:9). Se essa
comunhão não é consumada no dia a dia, então é bem possível que a fé cristã
professante é uma fraude.
A vida de comunhão com uma Pessoa
chamada de Senhor Jesus Cristo é a base da vida espiritual, nada fora desse
relacionamento produz realidade e vida, e é através dessa vida que encontramos
a unidade da perfeição relacional. Jesus
fala sobre essa unidade em João 17:20 23: “Para que todos sejam um, como tu ó
Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo
creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que
sejam um como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam
perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e
que os tens amado a eles como me tens amado a mim” Não há nada fora de Cristo
que possa dar vida e atar intimidade com Deus, somente através dele, todo o
Novo Testamento testemunha sobre esse fato. Do relacionamento vem a unidade, da
unidade vem o desfrute de uma comunhão, dessa comunhão procede a força
espiritual necessária para que os que nasceram do alto possam vicer a qualidade
da vida do alto, ou seja vivendo a vida de Cristo tal como Paulo declara “Já
estpu crucificado com Cristo; e vivo, não eu, mas Cristo vive em mim; e a vida
que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se
entregou a si mesmo por mim” (Galatas 2:20) note que Paulo não se
“despersonificou” ele continua sendo Paulo, com uma personalidade forte,
pungente de vida austera e zelo incrível, mas essa vida que ele transborda em
espiritualidade poderosa é oriunda de uma relacionamento profundo com o Senhor,
a vara que é Paulo é ligada a videira, em suas aflições é podado e dá mais
fruto ainda, há esse relacionamento com a fonte do poder, não uma mera fonte,
apenas uma figura de uma Pessoa que é a videira verdadeira e que remete para
dentro de Paulo a seiva de uma vida espiritual poderosa que frutifica mais na
medida que Paulo ainda mais sofre. Mas encontramos na vida do apostolo um
poderoso testemunho da ressurreição de Cristo, sua abordagem apologética sobre
esse assunto se sobressai de maneira lógica e eloqüente. Ainda que com espinhos
na carne e desterrado para o confinamento de uma prisão de segurança máxima,
ali ele está cantando, seu louvor é vivo, penetra nas esferas invisíveis, seu
relacionamento é intimo e sua postura é santa, o homem convicto de sua fé em
Cristo nunca inclina-se para as aflições, mas exalta a Deus porque sabe que a
poda resulta sempre em frutos mais abundantes. “Porque eu já estou sendo
oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo”
(II Timoteo 4:6). Antes ele já tinha
falado sobre as dificuldades em viver em Cristo (II Timoteo 3:12) a vida
piedosa estava associada com as dificuldades em viver em um mundo de cultura e
valores antagônicos ao Reino de Deus. A sequencia de uma conversão é essa vida
de intimidade com Cristo ainda que contra o curso do mundo claramente
anticristão. Nisso consiste o caminho largo e o caminho estreito, pois o
caminho estreito é o caminho da oração, primeiro porque nos desliga do mundo
caído e nos remete para dentro de realidades eternas, nos possibilita ter
acesso ao Trono da graça, mas não paramos por ai, porque o caminho estreito é o
caminho da rendição é o caminho da não resistência, é fazer aos outros o que
desejamos para nós mesmos, aqui está o caminho estreito dentro de contexto de
Mateus 7:13 e 14. Não damos aos cães as coisas santas, não vamos após os falsos
profetas, mesmo que eles façam milagres, mas prosseguimos, assentando a nossa
fé sobre a rocha que é Cristo, penetramos espiritualmente nesse fundamento
eterno que é o próprio Filho de Deus, entramos para dentro de suas palavras tal
como entendemos em João 12;48 e que lemos no começo desse artigo. A vida espiritual consiste nesse
relacionamento que nos tona participantes das aflições de Cristo mas também nos
dá desfrute da vida que Ele nos dá, e deforma clara Ele mesmo prometeu em
textos como João 7:39: “Quem crê em mim, como diz as Escrituras, rios de água
viva correrão do seu ventre” (João 7:38) até então entendemos que parece
existir uma discrepância óbvia entre a vida de um cristão em Laodiceia com a
sua comunhão quebrada por causa de “bênçãos” e a vida da igreja de Atos com
todo o quebrantamento por causa das perseguições e dificuldades que eram
conseqüentes da fidelidade e o custo do testemunho. Aqui nada tenho a dizer com
relação a isso, a cruz deixou suas farpas mas o sepulcro conduz a glória, as
trevas da tarde não resistiram a aurora do terceiro dia, e naquele maravilhoso
dia dois sois nasceram fulgurantes, o primeiro, a estrela que todos os dias
nasce nesse mundo, mas no dia da ressurreição também ressuscitou, ergueu das
sombras da morte, do lugar mais frio de uma sepultura, Aquele que vencer a
morte e vai seguir o caminho glorioso da ascensão e se assentou a destra da
majestade nas alturas (Hebreus 1:1 a 3) Aqui abre-se a o portal da comunhão
universal, pois Cristo vivendo alguns anos sobre a terra tem comunhão com
alguns homens santos, mas depois da ressurreição Ele tem comunhão com todo o
santo homem, e vivendo Ele “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo
para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (Apocalipse
1:18) e nessa vida da ressurreição, o grão de trigo que caiu na terra dos
homens, germina em poder de vida, multiplica-se na abundancia de vida, e
concede o poder vital da eternidade para cada eleito, cada homem que nele crê
tem a vida eterna.
Mas porque a maioria das pessoas que
professam a fé cristã não entendem esse fato? Onde não há relacioanmento não há
comunhão, e onde não há comunhão não pode haver relacionamento, sem isso não há
intimidade, não há ligação com uma pessoa, estar em Cristo é viver dentro da
vida de Cristo, a vida espiritual tem um alvo definitivo, e isso é estabelecido
por Deus e não por homens, e aqui temos a definição desse alvo: a medida da
estatura completa de Cristo (Efesios 4:13) fomos predestinados para sermos conforme a imagem
de Cristo (Romanos 8:29) pois assim como trazemos a imagem do terreno, assim
também traremos a imagem do celestial (I Coríntios 15:49) tudo se converge em
Cristo, essa é a direção espiritual verdadeira, não há outro caminho (Efésios
1:10 com João 14:6). Devemos entender um fato uma vez por todas, que a fé
cristã não é passiva e não é um amontoado de regras caprichosas que catalogamos
na nossa vida para vivermos conformes os princípios que mais se adéquam a
cultura vigente. Por favor não estou
dizendo que os ensinos de Cristo não são relevantes para o cristão, apenas
afirmando que a pessoa segue as virtudes, tornar-se discípulo no sentido mais
pleno da palavra é ter comunhão com o Mestre. A palavra discípulo denota muito
bem a vida cristã (Veja Lucas 14:27 por exemplo) acontece que o grego
“mathetes” que é traduzido por discípulo na Almeida Corrigida e Fiel, se
sobressai pela profundidade do significado, pois o seguidor do mestre, usa todo
o esforço mental para compreender as lições fundamentos ao mesmo tempo que
mergulha na pratica. Mas não seguimos um ser abstrato, seguimos uma Pessoa
ressuscitada, esse é o sentido claro do termo “discípulo” aprendemos com Cristo
e andamos com Ele. Mas em nossos dias, vimos que algo está errado, a profissão
de fé segue algo sem vida, apenas teológico, nada de relacionamento. Muitos acham que Cristo é um belo exemplo,
pelo qual se aproveita alguns valores aplicáveis no cotidiano, assim é certo que
ouve-se algo a respeito de Cristo aos domingos, e ele está lá no sermão, mas
depois é novamente relegado ao esquecimento e novamente encontra-se ele lá no
sermão dominical, mas parece que essa cristologia deficiente é a marca que
agora distingue o evangélico de hoje.
Além disso, percebemos um serio desvio para outro cristo, novamente
entramos na religião cristã atual, e seguimos
a questão principal, a rota que seguem muitos pregadores de hoje, o
cristo que resolve os problemas materiais e sentimentais da vida, os apelos dos
pregadores que apresentam Cristo como uma espécie de “mercadoria” onde deve ser
aceitável ou não no apelo final de uma pregação. Ou ainda como uma solução
eficiente para o diagnostico de uma doença mortal, a personalidade divina do Senhor
Jesus tem sido diminuída a quase total redução de um mero personagem mágico que
é apresentado para resolver problemas psicológicos e emocionais. Ele já não é o
Salvador, porque não há pecadores ameaçados sob o juízo divino, diminui-se a
gravidade do pecado que é o problema central do ser humano, e coloca-se a
ênfase sobre os problemas temporais. Estamos lobge da vida cristã de Paulo, que
canta no presídio de segurança máxima, ou de Estevão que no momento do martírio
enxerga verticalmente o horizontalmente, e coube-lhe liberar perdão aos seus
algozes e desfrutar de uma cisão beatifica bem no centro da intensidade de suas
dores quando o corpo é despedaçado pelas pedradas. Aqui, em ambos os casos,
vimos a benção da vida de intimidade com Cristo, não um mero jogo de palavras emocionais
para tira um cristão do centro das aflições mais torrenciais, mas o poder
espiritual da intimidade de ver a passagem dessa vida para uma comunhão ainda
mais próxima com o Senhor. De fato a realidade da pessoa de Cristo era tão
obvia e acentuada na comunhão diária que poderiam simplesmente declarar coisas
que ao nosso er soam ridículas e sem sentido.
Avaliemos a nossa vida de comunhão
pessoal, a vida cristocentrica é o centro da vida espiritual autentica. A piedade é um mover natural do homem
espiritual, a hipocrisia é um mover espiritual do homem carnal, ambas podem ter
a mesma aparência ´so uma tem essência de verdade. “Por conseguinte, devemos
exercitar-nos pessoalmente na piedade cristã e, quando estamos empregando
nossas capacidades pessoais, o Espírito de Deus costuma invadir-nos e elevar
esses atos da nossa alma para além e acima do divino. Sucederá, então, que,
após freqüentes reiterações dos referidos atos, nós nos veremos mais inclinados
a eles, passando eles a fluir com maior liberdade e facilidade” (A Vida de Deus
na Alma do Homem. Henry Scougal. Pagina 111. PES) essa tendência ao
relacionamento pessoal com Cristo é a inclinação da nova criatura, do redimido,
daquele que nasceu do alto (II Corintios 5:17 Galatas 6:5 Egesios 2:10 e 16)
pelo fato do relacionamento ser constante e diário, as virtudes de Cristo
frutificam pois o salvo tem o espírito de Cristo (Romanos 8:9) sua linguagem é
espiritual como o salmista declaramos
“Ele é a minha rocha, nele não há injustiça” (Salmos 93:15) e assim há aquele
regozijo pleno, é a comunhão com Cristo, que é a evidencia de uma vida cheia do
Espírito Santo, note que passagens como I Coríntios 13 e I Pedro 1:5 a 12 são
realidades verificáveis na vida do homem transformado pelo Evangelho que mantém
o relacionamento pessoal com Cristo; virtude, ciência, temperança, paciência,
piedade, amor fraterna, caridade, essa é a vida do homem regenerado, a
construção do edifício espiritual, essas virtudes estão erguidas sobre a Rocha
que é Cristo. Agora veja bem, a transformação interior não se processa por uma
reforma moral, a regeneração exige algo verdadeiro e profundo. É extremamente
importante que entendamos esse ponto, a obra de Cristo pelo Espírito Santo é um
novo homem criado em Deus em verdadeira justiça e santidade, como disse certa
vez Josemar Bessa: “Se você precisa de transplante de caráter, Jesus é um bom
doador” Cristo tem um poder imenso de fazer com que uma transformação
espiritual ocorra nas profundezas do coração humano, de modo que da morte
espiritual surja vida abundante. Mas isso não vem através de uma reforma
religiosa no homem, ela não ocorre na proclamação de uma religião forma, de um
cristianismo tipo “Laodiceia” a regeneração ocorre através da fé em Cristo, sua
obra consumada e perfeita, a crença na substituição penal seguida de
arrependimento que ele exige, ou seja crer em Cristo, depois de perceber a
condição de miserável pecador. Não é um simples abandonar de “pecados” é um crer
para arrependimento, uma confiança em Cristo, para em seguida receber uma
transformação chamada de novo nascimento, uma natureza que não nem de “cão” e
nem de “porca”, por isso não tem prazer no vomito do pecado e nem no lamaçal da
iniqüidade, porque a natureza é santa, inclinação é para o Espirito e não para
a carne. Pode o homem abraçar um evangelho legalista centralizado num esforço
constante em não fazer e não tocar, ao invés de crer em Cristo nascer de novo e
viver na inclinação espiritual em que corresponde a sua natureza espiritual. No
caso legalista que onduz aos méritos pessoais e ao orgulho religioso, aqui mais
uma vez podemos notar que de certa forma há aparência de piedade porém nega-se
o seu poder. O homem pode restringir suas inclinações pecaminosas, e isso a lei
pode fazer, mas libertar do poder e da maldição do pecado, só a obra consumada
e perfeita de Cristo pode efetuar no coração humano. Na esfera legalista, o
homem torna-se confiante e orgulhoso, consegue julgar com freqüência, pois o
padrão é ele mesmo, e ele se considera muito santo, pois vive lustrando suas
boas obras e seus méritos, o legalista lapida muitos os seus méritos próprios,
e as tinge com películas douradas, mas o
home espiritual percebe dentro de si uma luta, e ele sabe que depende da
misericórdia de Deus durante todo o tempo e sabe que precisa estar cheio do Espírito
Santo para vencer, sua experiência é a luta de Paulo em Romanos até que chega no Capítulo 8:1 a 11. O Dr Matin Lloyd Jones ensinava que a
regeneração é uma necessidade absoluta, ela consiste em uma transformação que
ocorre nas profundezas da nossa personalidade.
“É fácil
desviarmos a atenção de Cristo como a única esperança para os pecadores. Quando
tudo é medido pela nossa felicidade e não pela santidade de Deus, o sentimento
de sermos pecadores se torna secundário, talvez mesmo ofensivo. Se formos um
povo bom que perdeu o caminho, mas com instruções e motivações corretas,
podemos nos tornar pessoas melhores, precisamos apenas de um treinador de vida,
não de um redentor. Ainda podemos emitir parecer favorável a uma visão elevada
de Cristo e à centralidade da sua pessoa e obra, porém, na prática, não estamos
"olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé" (Hb 12.2). Um
monte de coisas que nos desviam de Cristo nestes dias são, de fato, boas mesmo.
A fim de distrair nossa atenção, tudo o que Satanás tem a fazer é lançar
diversos modismos espirituais, cruzadas morais e políticas, bem como outras
operações "relevantes" em nosso campo de visão. Focalizar a conversa
em nossa pessoa - desejos, necessidades, sentimentos, experiências, atividades
e aspirações - nos estimula. Até que enfim, estamos falando de algo prático e
relevante.” (Michael Horton. Cristianismo sem Cristo)
Uma Palavra
Final.
Em I Coríntios
6:17 Paulo explica que aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele.
Aqui está o cerne da intimidade com o Senhor, não há outro caminho, não há
espiritualidade mais aprazível do que essa comunhão intima. “Faça como se não
houvesse ninguém mais no mundo senão unicamente Deus e você juntos, para que,
sendo assim recolhidas e reunidas em Deus todas as suas faculdades e todos os
seus poderes pessoais, você se torne um só espírito com Ele” (Henry Scougal) o
desfrute da vida eterna é a comunhão com Cristo “Tendes o vosso fruto para a
santificação e por fim a vida eterna” (Romanos 6:22). Sei que esse assunto não se encerra em simples
palavras, podem-se escrever milhares de paginas sobre esse assunto de forma
exaustiva e nunca o encerraremos. Mas nos dias em que estamos vivendo onde
prevalece o cristianismo tipo “Laodiceia” onde a igreja é supostamente cristã,
mas o verdadeiro Cristo está no lado de fora, o que demonstra de forma clara
que não ha comunhão com Ele, creio ser esse pequeno estudo, um convite a vida
cristã correta, bíblica e ortodoxa desde a sua fonte e pratica. Precisamos
ouvir a voz do bom pastor, não de forma mística, como o espiritualista cristão
e o místico medieval que mergulha em busca da divindade dentro de suas próprias
profundezas, tal como os gnósticos que tentavam achar dentro da escuridão da
alma uma centelha divina que estivesse completamente escondida em qualquer
canto do coração humano. Falo da questão da onipresença de Cristo, a sua Pessoa
real desde o trono da majestade divina de onde ele está assentado ao lado de
seu Pai administrando a criação (Hebreus 1:3). Não me refiro ao cristo cósmico,
essa entidade da nova era, aclamado por esotéricos e que é reduzido a um
“mestre ascensionado” estou falando acerca do Cordeiro de Deus, aquele agente
celestial divino, o Filho de Deus que tem o poder de abrir o livro selado
(Apocalipse 5) autor e consumador da nossa fé, que tem as chaves da morte e do
inferno que é Rei dos reis e Senhor dos senhores. Esse relacionamento real com
uma pessoa que está no centro do domínio de todas as coisas e pela qual todas
as coisas estão convergindo (Efésios 1:10) Encontramos Cristo revelado pela
Palavra de Deus, o crer em Cristo conforme as Escrituras é um imperativo
fundamental, Andrew Murray ensinou: “Uma das lições mais profundas que o
cristão precisa aprender é que a Palavra sem o Deus vivo pouco significa. A
Palavra é abençoada quando nos traz o Deus vivo. A palavra que recebemos dos
lábios de Deus traz poder para conhece-a e executá-la. Aprendamos a lição.
Comunhão pessoal com Deus, a sós, em secreto, fará com que a Palavra se torne
vida e poder” Assim, entendemos a partir de homens piedosos da historia da igreja
que a comunhão com Deus é fundamental para uma compreensão da Palavra, e que
esta jamais deve fugir da nossa vida, pelo contrario deve fazer parte dela. É a
Palavra de Deus quem revela Cristo nas suas virtudes e poder. Esse é o caminho
pelo qual temos acesso as riquezas insondáveis de Cristo “A busca de Deus
abrangerá i trabalho de conformar toda a nossa personalidade á dele. E isso não
em sentido Judicial, mas de fato. Não me refiro aqui ao ato de justificação
pela fé em Cristo, falo de uma exaltação voluntaria de Deus á posição que lhe
pertence por direito sobre nós e de uma rendição voluntaria de todo o nosso ser
ao lugar de submissão em adoração que a circunstancia Criador/criatura torna
propicia” (A. W. Tozer).
O Reino e a Justiça
Mateus 6:33. Jesus
ordena que busquemos em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça. O reino
consiste em dominio soberano, a extensão desse dominio consiste em todas as
esferas existenciais consagradas a Deus. O grego "Basileia" traduzido
por Reino é atribuido a algo concreto e não abstrato. O reino é todo o dominio
soberano do Senhor, a começar pelo coração do homem regenerado, cada cristão
verdadeiro está debaixo desse domínio soberano, não se trata de uma influência mas de um domínio literal. Notemos
também a justiça a ser buscada, no grego é diskaio, e significa tudo o que
judicialmente é aprovado por Deus. Assim essa justiça a ser buscada aplica-se a
tudo que esta debaixo da aprovação divina, um ajuste de nossas ações e decisões
de acordo com os desígnios divinos. Aqui temos o evangelho na sua pratica, algo
peculiar a qualquer filho de Deus, aprender esses princípios é fundamental para
entendermos os ensino de Cristo.
Clavio J. Jacinto
(48)998123759
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