A Psicologia e as Doutrinas de Demônios



A Psicologia e as Doutrinas de Demônios


        “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 Timóteo 4:1)

         Em meus dois artigos anteriores da TBC (março/abril 2006) falei sobre a destrutiva influência que o aconselhamento psicológico está exercendo na igreja evangélica. Simplificando, a igreja tem abandonado a Palavra de Deus e abraçado as falidas teorias humanas, tentando resolver os problemas mentais, emocionais e comportamentais. A maior parte da igreja já não crê no que as Escrituras proclamam, que Deus “... nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude.”  (2 Pedro 1:3). O resultado disso é o que seria de esperar: uma pequena diferença estatística, entre os que professam ser cristãos e os que não o fazem, referente ao número de divórcios, a confiança nas teorias e métodos do aconselhamento psicológico, cristãos amasiados, nascimentos ilegítimos, pornografia, abuso sexual e físico, e assim por diante.
        Embora tais conseqüências sejam chocantes, não deveriam surpreender pessoa alguma que crê na Bíblia. Duas vezes no Livro de Provérbios ela nos diz:
        “Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte” (Provérbios 14:12 e 16:25).
        A morte através da Escritura significa separação, quer seja da alma e espírito do corpo, na morte física, ou a separação entre a luz e as trevas, entre a verdade e o erro e na final e eterna a separação de Deus. Do mesmo modo como o corpo sem vida se decompõe, também as opções de alguém resultam em corrupção, quando este se afasta da verdade.  A psicologia, bem como o seu aconselhamento terapêutico, tem sido abraçada pelos evangélicos, mais do que quase todas as opções não bíblicas, que têm penetrado na igreja, desde a segunda metade do século passado.  Os “psicólogos cristãos”  são, em geral, mais populares e influentes do que os pregadores e mestres da Palavra. Qual é o evangélico na América que não conhece o Dr. James Dobson? A psicologicamente orientada Associação dos Conselheiros Cristãos tem 5.000 membros. A igreja evangélica é uma das líderes em serviços referenciais para conselheiros seculares (quer afirmem ser ou não ser cristãos). Como as suas contrapartes seculares, a segunda carreira mais popular na escolha dos estudantes em colégios cristãos é a psicologia. O que torna essa informação realmente chocante é o fato de que as raízes, conceitos e muitas das práticas do aconselhamento psicológico provêm de espíritos enganadores e doutrinas de demônios. A 1 Timóteo 4:1 é uma passagem profética. Ela prediz que “nos últimos tempos”, isto é, o tempo próximo à vinda do Senhor, “apostatarão alguns da fé”. Este verso é apoiado por outros, como Lucas 18:8:
        “Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?”
         A resposta é não! Na 2 Tessalonicenses 2:3, Paulo declara, sob a inspiração do Espírito Santo, que a apostasia da fé vai caracterizar os últimos dias. Ora, muitos cristãos não têm abandonado a fé, desde o tempo dos apóstolos? Sim! Contudo, o restante do verso indica uma condição exclusiva do nosso tempo atual. Os que professam ser cristãos vão dar  “ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. Essas doutrinas de demônios se destinam a minar o que é ensinado nas Escrituras. Elas refletem a estratégia de Satanás iniciada no Jardim do Éden, quando ele seduziu Eva,  para que esta desobedecesse a Deus. O líder dos espíritos enganadores iniciou sua comunicação direta com Eva, plantando dúvidas em sua mente sobre o que Deus havia ordenado: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” (Gênesis 3:1). O diálogo da serpente com Eva fez com que ela acreditasse que Deus havia mentido, pois “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis” (verso 4). Embora Deus tivesse instruído Adão e Eva que o castigo de sua desobediência, caso comessem de fruto de determinada árvore do Jardim,  seria a morte (Gênesis 2:17), Satanás torceu a palavra, tornando Deus não apenas mentiroso, mas alguém que estava defraudando o casal naquilo de que este precisava para o seu melhoramento e realização do suposto potencial maior.
        Gênesis 3:1-5 contém a estratégia básica de Satanás para a sedução e destruição da humanidade. Seu engodo começou no questionamento da Palavra de Deus, oferecendo sedutoras alternativas. Eva correspondeu, acreditando em Satanás, rejeitando a Palavra de Deus, tendo se voltado para os seus próprios interesses. Os apelos eram tão desejáveis à carne, inclusive o da imortalidade, da iluminação, da divindade e do conhecimento (Gênesis 3:5), que ela abraçou ansiosamente. Naquele trágico momento da história da humanidade, o ego tornou-se um deus, um rebelde autônomo, inclinado a fazer as coisas à sua maneira (grifo da tradutora).
        O que Satanás ofereceu a Eva tem sido também apresentado a todos os seus descendentes, com o mesmo sucesso. Suas letais atrações - imortalidade, iluminação, divindade e conhecimento -compreendem os ensinos fundamentais das “doutrinas de demônios”.
        Até mesmo numa ligeira visão dos conceitos psicoterapêuticos, as principais mentiras de Satanás são claramente reveladas. Os ensinos (isto é, doutrinas), tais como  os que seguem, constituem quase todas as teorias psicoterapêuticas: Imortalidade - Não existe a morte no sentido de que esta possa ser motivo de temor. Os psicoterapeutas ensinam uma morte isenta de julgamento; conselheiros espiritualmente orientados afirmam que nós evoluímos para uma consciência mais elevada ou então reencarnamos, a fim de melhorar, em nosso próximo estágio temporal. Iluminação - é conhecer o eu, quem somos, por que agimos como agimos, como mudamos, tudo isso abrindo o portal da crítica, a fim de estabelecer o nosso bem-estar mental. Alguns sistemas ensinam que os nossos problemas na vida são determinados por traumas relacionados ao nosso passado (incluindo vidas passadas), ao que herdamos de nossos pais, ao nosso ambiente, ou porque temos sido oprimidos por dogmas religiosos. Divindade - A solução para os problemas humanos se encontra no ego. O ego é deificado direta ou indiretamente. Por exemplo, A “auto-atualização” da psicologia é um processo que conduz à auto-deificação, a qual, no final, substitui qualquer necessidade de salvação fora da humanidade. Conhecimento - O processo de deificação para a humanidade inclui métodos de pesquisa do inconsciente, o qual é supostamente o infinito reservatório guardador de todos os mistérios da vida.
        Infelizmente, essas doutrinas de demônios permeiam agora a “psicologia cristã”. Poucos evangélicos entendem que esses ensinos de demônios foram apresentados aos “pais fundadores do aconselhamento psicológico” por “espíritos enganadores”.
         Foi Sigmund Freud quem declarou: “a religião é a universal neurose obsessiva da humanidade”. Sem falar que há evidência de que Freud odiava o Cristianismo, que ele erroneamente considerava anti-semítico. Como, então, esse ateu que rejeitava a religião organizada expôs suas doutrinas de demônios? Fundando a “religião” da psicanálise. Nenhuma das teorias de Freud, quer seja o determinismo psíquico ou desenvolvimento psico-sexual, ou a crença no inconsciente, possui qualquer respaldo científico; Além do mais, estas são crenças religiosas contrárias às doutrinas bíblicas. O psiquiatra pesquisador Thomas Szasz teve principalmente Freud em mente, quando declarou: “... a psicoterapia moderna... não é mera religião com a pretensão de ser uma ciência; ela é de fato uma falsa religião que tenta destruir a verdadeira religião” (1).
        Tendo em vista o fato de que a psicanálise e os seus conceitos associados são tão diametralmente  opostos ao Cristianismo, não há dúvida de que a “falsa religião” de Freud é um produto de “doutrinas de demônios”. Além disso, existe forte evidência de que as teorias de Freud provieram direta ou indiretamente de “espíritos enganadores”, através das técnicas que ele empregou, quando analisava os pacientes. Ele os colocava em estado de inconsciência através da hipnose e da técnica sugestiva de “livre associação”. No princípio, quando estava formulando algumas de suas teorias,  Freud era um regular usuário de cocaína, a qual altera a mente e era usada em suas crises de pressão. (2). Chamando-a sua droga mágica, “ele costumava impor a mesma aos amigos e colegas e também aos seus pacientes” (3). A clássica obra do historiador Henri F. Ellenberger  - A Descoberta do Inconsciente - revela: “Historicamente, a dinâmica moderna da psicoterapia provém da medicina primitiva e de uma ininterrupta continuidade ... através de exorcistas, magnetizadores e hipnotizadores,  a qual conduziu ao resultado da psiquiatria dinâmica nos sistemas de Janet, Freud, Adler e Jung.”  (4). A psiquiatria é uma forma moderna de xamanismo, o que explica por que o psiquiatra E. Fuller Torrey observa corretamente: “As técnicas usadas pelos psiquiatras ocidentais, estão, com raras exceções embasadas cientificamente nas técnicas usadas pelos curandeiros (usuários de ervas medicinais e os xamãs)” (5).  O xamã entra principalmente em contato com entidades espirituais, a fim de receber ajuda, sabedoria, iluminação e assim por diante. Numa entrevista com um ex-xamã yanomamo, o qual residia na úmida floresta amazônica da Venezuela, ele me disse claramente que os seus espíritos guias eram todos mentirosos e enganadores, desde o seu primeiro contato com eles, através da ingestão de drogas alucinógenas, e que estes só o deixaram em paz quando ele se converteu a Cristo. Suas mentiras somente reforçavam o que ele desejava ouvir. Parece que acontece o mesmo em relação a Freud, cujos conceitos refletiam não uma ciência, mas um meio de remover sua própria culpa, dando-lhe satisfação carnal. Suas teorias foram principalmente embasadas em seus próprios problemas pessoais, sendo a maioria dos quais perversões sexuais.
        No pensamento freudiano, o inconsciente é um reino substituto de Deus, sem leis, sem julgamentos, considerando a moralidade uma opressiva neurose imposta pela sociedade e pela religião organizada, sendo a liberdade sexual (inclusive o adultério, a homossexualidade e o incesto) importante para uma saúde mental normal; os sonhos são mensagens simbólicas do inconsciente e podem ser  cientificamente interpretados através da psicanálise.  Tais crenças representam doutrinas de demônios. Embora sendo materialista, Freud aceitava a existência de entidades espirituais. Ele foi influenciado, desde o início, indiretamente pelos seus pacientes, ou diretamente pelo seu próprio uso de drogas, pelas estatuetas que usava para que o ajudassem em seus escritos (6) e outras técnicas usadas para explorar o inconsciente humano.
        A vida e obra do psiquiatra Carl Gustav Jung  revelam claramente que suas teorias psicológicas provinham diretamente de “espíritos enganadores”, contra os quais Paulo nos admoesta na 1 Timóteo 4:1. Jung tornou-se muito mais popular  entre os cristãos professos do que Freud (o ateu), por causa de sua discernível afinidade com a religião e as coisas espirituais.  Contudo, mesmo tendo tido um pai protestante (o qual deixava dúvidas sobre a  sua professada fé), Jung era antibíblico e preconceituoso contra o Cristianismo, desde a sua mocidade. Suas primeiras visões simbólicas revelam Jesus como um Senhor Escuro e Deus defecando sobre uma catedral. O lado materno de sua família era fortemente envolvido com o espiritismo. Seu avô, o Pr. Samuel Preisswerk, dirigia sessões espíritas para se comunicar com a falecida esposa, das quais participavam sua segunda esposa e a filha. (mãe de Carl Jung). Esta última, que tinha crises de insanidade, reservava duas camas na casa de Jung, para os espíritos visitantes. A tese de doutorado de Jung (publicada em 1902) foi embasada nas sessões espíritas conduzidas por um primo de 13 anos, o qual ele colocava em estado de consciência alterada, através de hipnose, a fim de entrar em contato com os ancestrais falecidos.
        Em 1916, a governanta de Jung sofreu um assalto de demônios, que afirmavam ser os cruzados de Jerusalém. Eles estavam em busca de conselhos sobre a redenção, visto como haviam ficado muitíssimo decepcionados com o Cristianismo, que os havia deixado em situação de desespero. Eles não iriam deixar a casa de Jung até que este começasse a dar-lhes conselhos recebidos dos seus muitos espíritos guias, do seu mentor Filemom “o velho com chifres de touro” (7).
        Richard Noll, professor de História da Ciência na Universidade Harvard e psicólogo clínico, (o qual declara não ser cristão, de modo algum), faz algumas espantosas observações em seu livro sobre Jung, intitulado “The Jung Cult”. Ele argumenta que “as teorias psicológicas do coletivo inconsciente e arquétipos são essencialmente disfarces, com uma cobertura pseudo-científica para esconder as práticas do que era essencialmente um novo movimento religioso, no qual Jung ensinava as pessoas a receber visões em transe e a contatar diretamente os ‘deuses”’. (8)
        Os ensinos de Jung são doutrinas de demônios, recebidas diretamente de espíritos enganadores: o inconsciente e o inconsciente coletivo apresentam uma forma impessoal de Deus; arquétipos são vistos como racionalizações psicológicas para demônios,  anima e animus sendo termos para as entidades femininas e  masculinas dentro de cada pessoa; os “tipos” psicológicos são determinadas características dentro do nosso invólucro. Jung promoveu todos os tipos de ocultismo, incluindo astrologia, alquimia, I-Ching, misticismo, necromancia, visualização, interpretação de sonhos, imaginação ativa, yoga, meditação, etc. Inacreditavelmente, suas teorias e práticas recomendadas são endossadas nos ensinos das pessoas mais influentes no Cristianismo evangélico. Em muitos casos, a ignorância é a razão principal, e, desse modo, as mentiras demoníacas são rapidamente promovidas e aceitas entre as ovelhas.
        Os trinta milhões de cópias do livro “Uma Vida Com Propósito” de Rick Warren incluem conceitos de Jung, tais como “tipos” psicológicos. O programa “Celebrate Recovery” da Igreja de Saddleback (Ver TBC de outubro 2005), a qual tem sido exportado para 4.500 igrejas e ministérios de Companheirismo Cristão, está embasado nos Doze Passos dos princípios AA. O co-fundador do AA, Bill Wilson, recebeu os Doze Passos durante o tempo em que vivia em conexão com entidades espirituais. Mais tarde, ele escreveu uma carta pessoal a Carl Jung, agradecendo a sua influência: “... [AA] realmente começou há muito tempo, em seu consultório, e foi diretamente fundamentado sobre a sua humildade e profunda percepção... Você talvez esteja interessado em saber que além da “experiência espiritual”, muitos do AA registram uma grande variedade de fenômenos psíquicos, cujo peso cumulativo é bastante considerável. Outros membros têm sido - após sua reabilitação no AA - muito auxiliados por [analistas jungianos]. Alguns têm se interessado pelo “I-Ching”, sua notável introdução nessa obra.
        Warren não é o único escritor ou não escritor a promover entre os evangélicos o que Jung aprendeu com os demônios. Ele apenas é o mais conhecido. Existem outros, inclusive “psicólogos cristãos” e pastores da cura interior. A metodologia ocultista de Jung, especialmente suas técnicas de visualização demoniacamente inspiradas, imaginação guiada, meditação e trabalho com diretores espirituais, são fundamentais aos interesses das igrejas emergentes, da juventude evangélica e do movimento contemplativo de Richard Foster, Eugene Peterson e uma multidão de outros. O espantoso desenvolvimento na igreja evangélica é sintomático do abandono da Palavra de Deus. O resultado será o avanço da igreja “cristã” apóstata. O antídoto para isso encontra-se em Isaías 8:20: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles”.

NOTAS:
1. Thomas Szasz, The Myth of Psychotherapy (Doubleday, 1978), 27-28.
2. Martin Gross, The Psychological Society (Random House, 1978), 234-36.
3. Ernest Jones, The Life and Work of Sigmund Freud, Volume I (1856-1900) (New York: Basic Books, 1953), 81.
4. Henri F. Ellenberger, The Discovery of the Unconscious (Basic Books, 1970), 48; back cover.
5. E. Fuller Torrey, The Mind Games: Witchdoctors and Psychiatrists (Emerson Hall, 1972), 8.
6. Shirley Nicholson, Shamanism (The Theosophical Publishing House), 58, as cited in Martin and Deidre Bobgan, The End of “Christian Psychology” (East Gate Publishers, 1997), 105.
7. C.G. Jung, Memories, Dreams, Reflections (Pantheon Books, 1963), 190-92; 182-83.
8. Richard Noll, The Jung Cult: Origins of a Charismatic Movement (New York: Simon & Schuster, 1994), xi-xii.

TBC outubro, 2006.
“Psychology and the Doctrines of Demons”
T. A. McMahon/Mary Schultze


0 comentários:

Postar um comentário