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O Vinho e o Sangue

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O Vinho e o Sangue

 


Como o Milagre de Caná da Galiléia nos Oferece Lições Espirituais Profundas.

 

 

C. J. Jacinto

 

 

 

O Evangelho de João, capítulo 2, relata o primeiro milagre do Senhor. Nesse evento, Cristo manifesta sua glória e seu poder sobre a criação, sendo Ele o Autor de toda a criação, conforme explicitado em passagens precedentes, especificamente no capítulo 1 de João, onde se afirma que "todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada do que foi feito se fez".

 

O primeiro milagre de Jesus, ocorrido em Caná da Galileia, durante uma celebração nupcial, é detalhado no capítulo 2, a partir do versículo 7, abrangendo os versículos 8 e 9, com a seguinte descrição:

 "Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora e levai-o ao mestre-sala. E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que os serventes que tinham tirado a água o sabiam), chamou o mestre-sala o noivo e disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho. Jesus principiou, assim, os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele."

 Nessa passagem, destaca-se, além da figura central de Cristo, o mestre-sala. É possível que poucos tenham tido a oportunidade de ouvir um sermão ou ler um estudo dedicado a este homem. A Bíblia não menciona o nome dele; "mestre-sala" designa um ofício: o de oficial de cerimônias que supervisiona a qualidade da comida e da bebida oferecidas nessas celebrações. Portanto, ele detinha uma responsabilidade crucial em uma festividade de magna importância no contexto judaico, a saber, o casamento. Nesse cenário, este homem vivenciaria uma experiência profunda e impactante em relação ao milagre. Acredita-se que, de certo modo, a função do mestre-sala guarde uma significativa correlação com o ofício e o papel que um verdadeiro cristão desempenha diante do Evangelho.

 

 É interessante observar que a palavra "Caná", uma aldeia próximo a Nazaré, possui significado derivado da vegetação homônima que outrora predominava na região. Essa vegetação, era particularmente uma espécie de cana, e era usada como medidas conforme mencionado no Novo Testamento, especialmente no livro do Apocalipse, essa cana possuía longas hastes, e era utilizadas para medições.

 Notamos a relevância do primeiro milagre de Jesus ter ocorrido em Caná da Galileia, onde, simbolicamente, o mestre-sala desempenha um papel de destaque ao avaliar a qualidade do vinho.

 Essa narrativa, como um fato verídico, nos permite também realizar uma analogia, medindo a glória e o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a matéria, a criação e todas as circunstâncias.

 Profundas lições emergem dessa história, desse milagre, com implicações muito pessoais. A aplicação dos princípios aqui apresentados visa o exercício da nossa vida espiritual, a fim de descobrirmos as excelências do poder de Cristo. Assim como o mestre-sala, somos convidados a desempenhar um papel ativo em nossa jornada de fé, a fim de enriquecê-la diariamente.

 A questão inicial que se apresenta é: por que Jesus transformou água em vinho? Por que a escolha do vinho? Pelos relatos evangélicos e pela instituição da Santa Ceia, percebemos que Jesus Cristo utilizou o vinho como símbolo de seu sangue, representando a redenção. O derramamento do sangue de Jesus Cristo na cruz do Calvário simboliza e também aponta para a transformação espiritual que um pecador recebe através do novo nascimento. Compreendemos, portanto, a relevância da transformação da água em vinho por Jesus. Ele desejava transmitir alguns ensinamentos, e devemos atentar para a preciosa lição da redenção, consumada na cruz do Calvário. Essa redenção oferece aos pecadores o perdão e a justificação perante Deus, o que é verdadeiramente maravilhoso. É a partir dessa compreensão que devemos valorizar o perdão de nossos pecados e a salvação que nos é concedida através da obra de Jesus Cristo na cruz do Calvário. É nesse ponto que devemos iniciar nossa jornada espiritual, experimentando as grandezas do Evangelho e as insondáveis riquezas de Cristo, tudo que Ele nos oferece por meio de seu sangue derramado.

  Anteriormente, estávamos destinados a ira, ao julgamento eterno por causa de nossos delitos e pecados, sujeitos apenas ao juízo de Deus. Contudo, a palavra divina nos revela que o castigo que nos traz a paz recaiu sobre Ele. Assim, compreendemos que, ao transformar água em vinho, Jesus manifestou, em seu primeiro milagre, o valor intrínseco do sangue de Cristo sobre nossa condição pecaminosa. Como nos textos do Antigo Testamento, observamos que o sangue derramado nos sacrifícios e holocaustos da Antiga Aliança tinha apenas o poder de cobrir o pecado. Todavia, no Novo Testamento, encontramos um efeito muito mais abrangente e perfeito do sangue de Cristo sobre nossos pecados.  

 As Escrituras afirmam que o sangue de Jesus Cristo, sendo imaculado, perfeito e divino, possui o poder de nos purificar de todo pecado. Esse é o efeito profundo e maravilhoso do sangue derramado por Jesus Cristo no Calvário, oferecendo-nos a salvação eterna por meio de seu sacrifício. É algo sublime que devemos vivenciar, mensurando a amplitude, a profundidade e a dimensão do poder desse sangue, e, acima de tudo, do amor que Deus demonstrou ao enviar seu Filho, Jesus Cristo, para morrer na cruz, entregando sua vida e seu sangue para nos purificar e consagrar como seu povo, zeloso e praticante de boas obras. Somos aqueles que devem experimentar essa grandiosidade, essa grandiosa obra que Deus, por meio de Cristo, realizou na Cruz do Calvário.

 

 Na Galileia, iniciamos a profunda análise que nos permitirá dimensionar a magnitude da redenção, do amor, da graça e da misericórdia divinos. É nesse contexto que o primeiro milagre é realizado, em Caná da Galileia, local de muitas canas, onde se utiliza a medida para avaliar o valor, a preciosidade e a riqueza. Assim, podemos contemplar a abundância de tesouros e preciosidades revelados na cruz do Calvário, por meio da redenção oferecida por Jesus. Você tem feito isso? Tem meditado acerca da abundancia da graça que se derramou aos pobres pecadores através do sacrifício de Cristo na cruz?

 

 Ao empreender essa contemplação em medir a dimensão do poder da graça de Deus em Cristo Jesus, buscamos compreender a intensidade, a profundidade, a altura e o valor incalculavel da graça divina em nossas vidas. Essa revelação emerge da leitura e do estudo do Evangelho, um evento que nos convida à fé e à reflexão. Tomando o milagre de Caná da Galileia como ponto de partida, reconhecemos que Deus entregou sua vida por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação. Essa verdade é, sem dúvida, algo extraordinário que merece nossa profunda ponderação.

 Portanto, é essencial que nos dediquemos a medir a grandeza desse evento, a história magnífica do Evangelho, e a aplicá-la em nossa existência.

 Diante disso, desejo aprofundar a reflexão. Notamos que, no episódio da transformação da água em vinho, o resultado foi apresentado ao mestre, e este constatou a excelência do vinho, o melhor que já havia provado. De modo similar, nas Sagradas Escrituras, no livro de Hebreus, aprendemos que o sangue de Jesus Cristo, oferecido através do Espírito Santo eterno, possui valor inestimável. É um sangue santo, divino, maravilhoso, com o poder de redimir os pecadores.

 Assim como o mestre reconheceu a superioridade do vinho transformado, nós também observamos, no Velho Testamento, que a eficácia dos sacrifícios de animais, como bodes e bois, não pode ser comparada à eficácia do sangue de Jesus Cristo. Podemos experimentar o poder, a glória e os benefícios da redenção eterna que seu sangue nos proporciona. E isso nos posiciona sobre mais luz, pois o Antigo apontava para um sacrifício perfeito e nós podemos desfrutar dele.

 Por isso, devo reiterar com propósito espiritual, expressamos nossa gratidão: bendito seja o sangue de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que purifica nossa alma imunda poluída pelo pecado, limpa nossa consciência, e nos redime da maldição eterna. Este sangue nos sela, nos protege, nos fortalece, nos concede esperança e nos resgata da nossa vã maneira de viver. Ele foi o preço pago para que desfrutássemos de uma redenção eterna e definitiva.

Considerando o relato bíblico, desejo aprofundar a reflexão. Percebemos que, no episódio da transformação da água em vinho, este foi apresentado ao mestre-sala, a expressão de surpresa dele revelou ali um vinho de qualidade superior. De modo semelhante, nas Escrituras, em Hebreus, lemos sobre o sacrifício de Jesus Cristo, que, através do Espírito Santo, ofereceu seu divino sangue precioso. Esse sangue, com poder de redenção, proporciona o perdão eterno aos mais terríveis pecadores. O sangue de Cristo, de maior valor do que as obras humanas, possas estas são ineficazes para nos redimir de nossos pecados, mas o sangue precioso de Cristo nos garante satisfação á justiça de Deus e é nesse sangue sacrificial que a nossa fé se firma eternamente, pois o sacrifício de Cristo é de valor eterno, o custo é incalculável e isso deve nos remeter ao êxtase da alegria mais pura e a contemplação das verdades mais valiosas.

 

Qual a magnitude dessa obra? Ao refletirmos sobre a obra redentora de Cristo, somos levados a um profundo mergulho em mistérios que demandariam uma eternidade para serem plenamente compreendidos. Quanto mais nos aprofundamos, mais ricas e profundas verdades se revelam. Inúmeras verdades podem ser discernidas e descobertas através da obra salvífica de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Como afirmou o apóstolo Paulo, "nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento." Como podemos mensurar essa riqueza? Mensuramos pelo Seu amor, por Sua graça e pela própria obra que realizou. Cristo, o eterno Filho de Deus, humilhou-se, esvaziou-se de Sua glória e assumiu a forma de servo, submetendo-se até a morte de cruz. Não apenas suportou a cruz, mas também a vergonha, a zombaria e o sofrimento no Calvário. Ali, derramou Seu sangue, gota a gota, movido unicamente pela necessidade de salvar pecadores, libertá-los, perdoar seus pecados e redimi-los. Escravos do pecado foram comprados pelo sangue precioso de nosso Salvador e Senhor Jesus Cristo. A mensagem da cruz revela uma grandiosidade e profundidade inesgotáveis.

 Isso pode ser muito bem discernido pela representação da abundancia do vinho que foi transformado e os utensílios que fooram usados para a medição, talhas e almudes, este ultimo usado para medir a quantidade de líquidos, isso nos possibilita entender porque as talhas cheias de água eram usadas para purificação ritual, e cheias de vinhos representam a purificação de nosso pecados mediante o sacrifício de Cristo

 

A narrativa de Caná da Galileia nos oferece valiosas lições, pois ali, ao transformar a água em vinho, Jesus inicia seu ministério de forma de viver caminhando para cruz, prenunciando o significado do sangue necessário para a nossa libertação e redenção. Ele concluirá sua missão com a realização da redenção eterna por meio de seu próprio sangue. Instituirá, então, um memorial que nos remete à lembrança do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário, onde derramou seu sangue precioso para a nossa redenção eterna. Assim o Sangue e o vinho estão unidos num contexto espiritual tão profundo e a alma que contempla o Cristo redentor e o ama de todo o coração, encontra  consolo verdadeiro e esperança infinita.

 

Essa redenção eterna nos garante a posse da vida eterna. Somos co-herdeiros com Cristo, purificados de todo pecado pelo sangue de Jesus Cristo. É fundamental vivenciarmos e avaliarmos essa experiência. A lição de Caná da Galileia, com seu primeiro milagre, revela princípios espirituais que devem ser aplicados em todos os dias em nossa vida. Devemos ser gratos ao Senhor por tamanha misericórdia e graça sobre graça.

 

Devemos mensurar o amor e a graça de Deus, bem como os efeitos da redenção em nossa existência. Quais são os impactos da redenção em sua vida? Você tem refletido sobre isso? Você tem se renovado como uma nova criatura em Jesus Cristo? Você vivenciou o novo nascimento? Você tem experimentado as profundezas do Evangelho? Você tem desfrutado das insondáveis riquezas de Cristo? Você tem gozado da presença de Deus? Você tem desfrutado da comunhão com Cristo? Você tem vivido uma vida plena do Espírito Santo?

 

Todas essas questões devem ser consideradas em nossa vida, pois elas se tornam realidade em nós graças ao sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário, por cada um de nós.

 Cristo é Deus, o Filho de Deus, o Verbo que se fez carne, Deus encarnado. Essa realidade nos conduz a uma compreensão mais profunda da natureza divina, a dimensão trina da personalidade de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo. Embora uno em essência, Deus manifesta-se em três pessoas distintas. Deus, em Seu amor, enviou Seu Filho para morrer pelos nossos pecados.

 Esta é uma verdade extraordinária. Conseguimos dimensionar a humilhação que Jesus Cristo suportou por nós? Podemos avaliar a vergonha que Ele enfrentou na Cruz do Calvário? Compreendemos o esvaziamento que Cristo experimentou por nossa causa? Não apenas o esvaziamento para ocultar na carne a Sua natureza divina, mas também a entrega completa de Seu sangue e corpo, oferecidos em favor daqueles que alcançariam a salvação.

 

É um ato divino e maravilhoso. Embora não possamos mensurar completamente a magnitude dessas verdades, devemos dedicar-nos a vivenciar Cristo como a realidade em nossas vidas. Que a obra redentora consumada na Cruz do Calvário seja uma constante em nossa existência, guiando nossa espiritualidade, esperança, convicções, palavras e planos de vida.

 Há um aspecto relevante sobre este evento que merece nossa atenção: o primeiro milagre de Jesus ocorreu em um casamento, uma celebração da união entre um noivo e uma noiva. O casamento possui uma ligação profética, pois a Igreja é metaforicamente descrita como a noiva, enquanto Jesus é simbolizado como o noivo. Essa relação prenuncia uma união futura, estável e eterna, um casamento espiritual. A Igreja, comprada por Cristo, une-se a Ele.

 Neste contexto espiritual, ao analisarmos o primeiro milagre de Cristo em Caná da Galiléia, revelam-se verdades profundas. A Igreja tem futuro, os redimidos têm futuro, e a esperança nos garante um futuro. Podemos experimentar, em nossa própria vida, a plenitude da estatura de Cristo, que culminará em um futuro de perfeição, quando o mundo vindouro se estabelecer sob o senhorio de Jesus Cristo. Não buscamos glórias terrenas, mas aguardamos eventos gloriosos. O primeiro milagre, ocorrido em Caná, demonstra o poder de Deus e de Cristo. Assim como Jesus transformou água em vinho, Ele tem o poder de transformar a vida do pecador, criando uma nova criatura. Jesus, o Filho de Deus, tem o poder de transformar a morte em vida. Está escrito que, em seu retorno, os vivos serão transformados e os mortos ressuscitarão incorruptíveis. Jesus Cristo, concederá vida eterna, transformando os corpos ressuscitados e unindo-os aos seus espíritos, para que sejam completos e vivam no mundo vindouro. Podemos, então, contemplar as dimensões da Nova Jerusalém, conforme foram medidas por um anjo. Da mesma forma, precisamos medir, através da fé, o mundo vindouro e todas as glórias que aguardam os filhos de Deus. Tudo isso nos é garantido. Todas as promessas futuras são asseguradas por meio de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

 A narrativa do milagre em Caná, conforme relatada, possui múltiplos significados. Basta imergir-se nas ações de Jesus para compreendê-los. A presença de Jesus permeia todo o cenário do milagre. Ao observar as circunstâncias e os símbolos presentes, Cristo moldou aquele evento, um milagre que nos proporciona valiosas lições.

O Evangelho de João, uma obra notável, repleta de profundidade e preciosidades, revela a essência da pessoa de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Podemos dimensionar, em sua trajetória, a coexistência da humanidade e da divindade, uma manifestação infinita de amor, graça e misericórdia divinos. Ao ser chamado de Emanuel, "Deus conosco", experimentamos a grandiosidade de Deus presente em nosso meio, quando Ele, deixando seu trono, habitou entre nós e se fez um de nós.

 Observamos, assim, a distância entre o trono celestial e a Terra, e também a distância entre nosso coração e Deus. O Evangelho nos alcança, atravessando a barreira do tempo, desde o sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados na cruz do Calvário, há dois mil anos. O Evangelho transcende os séculos e chega até nós, tornando-nos, também, receptores da graça, do poder, da glória e do perdão divinos. Essa experiência nos impulsiona a sermos o povo mais feliz da Terra. Em um mundo frequentemente marcado pelo desespero, o Evangelho nos ilumina, guiando nossos passos pela luz da glória do Evangelho.

 Aquele que pelo seu poder transformou água em vinho transformará nossos corações, novas criaturas em Cristo desfrutam do melhor vinho espiritual, da abundância da bendita esperança, e uma alegria de vida eterna e isso experimenta todo o salvo que como um vaso (almude ou metreta) permanece cheio do Espírito Santo, pois essa é a plenitude de vida diária que o Senhor nos oferece.

 

 

 

MILAGRES E A DIVINDADE DE CRISTO

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Em diversos trechos do Novo Testamento, evidencia-se o poder de Jesus sobre a criação. Tais manifestações servem como prova da divindade de Cristo, pois a capacidade de realizar atos contínuos e abrangentes em todos os aspectos do reino natural, como se observa em seus milagres, demonstra domínio sobre toda a criação. Esse domínio se estende ao cosmos em suas dimensões macro e micro.

 Um exemplo notável encontra-se no Evangelho de João, capítulo 2, onde Jesus realiza seu primeiro milagre, transformando água em vinho. Nesse evento, o poder de Cristo atuou nas moléculas da água, alterando sua composição para transformá-la em vinho. Essa intervenção divina no mundo subatômico, promovendo mudanças na matéria, ilustra o poder de Cristo sobre a criação. A água, insípida e incolor, foi convertida em vinho, apresentando sabor e cor distintos, o que demonstra uma transformação completa. Assim, revela-se o poder de Jesus sobre a matéria e sobre as coisas criadas, evidenciando seu domínio sobre os átomos.
 Em Marcos, capítulo 6, versículos 30 a 44, narra-se o notável milagre da multiplicação dos pães. Nesse evento prodigioso, evidencia-se o exercício do poder de Cristo sobre a matéria, permitindo a multiplicação dos pães. Tal feito demonstra o controle de Jesus sobre a criação, como seu Criador. A matéria, transformada pelo poder divino, multiplicou-se, revelando o poder criador de Cristo e seu domínio sobre ela. Este milagre atesta, ainda, a capacidade de Jesus de influenciar os elementos mais ínfimos da matéria, possibilitando a multiplicação dos átomos e moléculas que compõem o pão, para a realização desse evento extraordinário.


 Analisamos o relato do Evangelho de João, capítulo 11, versículos de 1 a 46, que descreve o milagre da ressurreição de Lázaro, ocorrida quatro dias após seu sepultamento.
Inicialmente, considerando o corpo de Lázaro, que fora sepultado e permaneceu no túmulo por quatro dias, observa-se que o processo de decomposição já se iniciara. A deterioração biológica era evidente, com a cessação das funções orgânicas. A atividade cerebral e a consciência haviam, portanto, se extinguido.
Cristo, contudo, restaura, primeiramente, a consciência; o cérebro retoma suas funções e, subsequentemente, as células. Qualquer cientista reconhece que as células são complexas estruturas, verdadeiras usinas químicas em nosso corpo as células do corpo de Lázaro voltaram a funcionar. O coração voltou a bater, e a respiração e os pulmões retomaram suas atividades. Foi uma obra extraordinária, uma restauração espiritual, consciencial e biológica, que trouxe Lázaro de volta à vida.
Portanto, observamos que Jesus detém autoridade, inclusive sobre a morte, a capacidade de restaurar a vida e de conceder novamente o sopro vital àqueles que deixaram esta existência terrena. Somente alguém com domínio absoluto poderia realizar uma obra tão extraordinária.

 Voltamo-nos agora para Lucas, capítulo 8, versículo 24. Ali, somos informados de que Jesus possui domínio sobre os ventos e as tempestades. Consideremos a magnitude da obra, o poder e a autoridade de nosso Senhor, que ordena aos ventos e às tempestades que se acalmem. Toda a natureza, em seu funcionamento e leis, está completamente sujeita às ordens dAquele que a criou. Vemos, portanto, que Cristo, sendo Deus, exerce poder sobre o meio ambiente, sobre a criação e sobre as forças naturais.

 Examinemos, Marcos, capítulo 6, versículos 45 a 52, com foco no versículo 48, que relata Jesus caminhando sobre o mar. Nesse episódio, Jesus demonstra domínio e poder sobre as leis naturais, incluindo a gravidade. Ele flutua sobre as águas, desafiando as leis estabelecidas. Este é um milagre que evidencia o poder e a autoridade de Jesus sobre a natureza, permitindo-lhe agir em conformidade com as leis que Ele mesmo estabeleceu e criou. Assim, observamos o completo domínio de Jesus sobre as leis que regem o universo.

 Em Mateus, capítulo 17, versículo 18, e em diversas outras passagens, observamos a autoridade de Jesus sobre o mundo espiritual. Anjos caídos, demônios e espíritos impuros estão sujeitos ao poder e à autoridade de Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador. Como Filho de Deus, Ele detém poder sobre todas as forças e potestades. Dessa forma, mesmo no reino invisível, distinto do nosso mas parte da mesma criação, podemos afirmar, em termos contemporâneos, que Ele exerce poder sobre dimensões paralelas e o mundo sobrenatural. Consequentemente, Jesus Cristo deve ser reconhecido como Todo-Poderoso, pois possui domínio sobre as leis do universo, tanto as físicas quanto as espirituais. Essa passagem, juntamente com outras, ilustra a completa autoridade que Ele tem sobre os espíritos malignos.


 Ao examinar o capítulo 24 de Mateus e outras passagens proféticas correlatas, constatamos que Cristo possui o conhecimento integral do futuro, descrevendo eventos que se estenderão além de sua própria vinda, abrangendo o mundo futuro. Essa capacidade decorre de seu perfeito entendimento do passado, presente e futuro. Seu conhecimento transcende os limites temporais, alcançando os períodos mais distantes. Cristo detém esse conhecimento, revelando sua onisciência em relação aos acontecimentos por vir, em virtude de sua onipotência. Diferentemente dos profetas do Antigo Testamento, que recebiam revelações, o conhecimento profético de Cristo é inerente a Ele. No Novo Testamento, é Ele quem revela o futuro aos apóstolos, conforme ilustrado em Apocalipse 1:1. Assim, Cristo, como conhecedor do futuro, exerce domínio sobre o tempo, abrangendo passado, presente e futuro. Em consonância com essa realidade, o autor da Epístola aos Hebreus afirma que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.

 Muitas reflexões admiráveis podem ser feitas sobre o Filho unigênito de Deus, o Verbo que se fez carne, Aquele que entregou a vida na cruz do Calvário. Diversas passagens bíblicas comprovam, e o Novo Testamento atesta, o ensinamento fundamental de que Jesus Cristo assumiu sobre si os pecados de todos os homens, de todos aqueles que se arrependem e creem. Na cruz, naquele evento histórico, Jesus morreu pelos nossos pecados. Por que ele suportou essas iniquidades? Por que ele suportou o castigo que nos traz a paz? Por que ele levou sobre si os nossos pecados? Por que ali na cruz, ele suportou a ira de Deus e a condenação que nos cabia? Porque ele era todo-poderoso; caso contrário, jamais teria suportado tal fardo. Jesus suportou a condenação e a ira de Deus para nos conceder a justificação. Assim, na cruz do Calvário, Jesus, suportando as transgressões da humanidade, cumpriu a sentença que era nossa, a fim de nos justificar. Somente alguém todo-poderoso poderia ter a capacidade e a força para suportar tal sofrimento.

 Em conclusão, consideremos Hebreus, capítulo 1, versículo 3. O autor de Hebreus declara: "Este, que é o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu ser, e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas." O autor testifica de forma clara que Jesus sustenta todas as coisas através do poder de sua palavra. Esta é uma afirmação notável. Diante desta declaração, somos levados a refletir, pois o mesmo Jesus, que agora está sentado à direita de Deus, sustenta o universo inteiro por meio de sua palavra. Sua palavra possui autoridade. Somente a palavra de um ser onipotente poderia sustentar o universo e garantir sua manutenção. É exatamente isso que o autor de Hebreus afirma sobre Cristo. Esta passagem, juntamente com os argumentos anteriormente apresentados, evidencia que Jesus Cristo é todo-poderoso e, por natureza, divino, demonstrando completo domínio, conforme observado nas passagens analisadas neste estudo

 

C. J. Jacinto

A Divindade de Cristo: Verdade que Não Precisou de Voto

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A Divindade de Cristo: Verdade que Não Precisou de Voto

Quando ouvimos dizer que Constantino “inventou” a divindade de Jesus no Concílio de Nicéia, parece que a história virou do avesso. Afinal, se algo foi confessado, cantado, pregado e sofrido por testemunhas oculares muito antes de qualquer imperador aparecer, não se trata de invenção, mas de revelação. Pegue uma xícara de café e vamos percorrer essa trilha de palavras que começa nos dias de Jesus e chega até nós sem desviar um milímetro.


A primeira vez que alguém chamou Jesus de “Deus” foi, ironicamente, justo depois de tudo terminar. Tomé, o cético de plantão, encostou os dedos nas feridas do Mestre ressuscitado e desabafou: “Meu Senhor e meu Deus!”. Jesus não corrigiu. Aceitou a adoração como quem recebe o que lhe pertence desde sempre.

Esse grito de Tomé ecoou. Paulo, antes tarde do que nunca, voltou-se para as sinagogas romanas e disse que o Messias “é sobre todas as coisas, Deus bendito para todo o sempre” (Rm 9.5). Em cartas rápidas e sem floreios, ele chama a Cristo de “nosso grande Deus e Salvador” (Tt 2.13). Pedro e João não ficaram atrás: “Acreditais em Deus — crede também em mim”, dizia Jesus. E João, que ouviu de perto, escreveu: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” A frase é curta, mas balança qualquer estrutura: se tudo foi feito “por” ele, ele não pode ser parte da lista de coisas feitas.

O Novo Testamento inteiro reforça esse tom. Abra Hebreus 1 e lá está: “Ó Deus, o teu trono subsiste para todo o sempre.” Colossenses 1 acrescenta: “Todas as coisas subsistem por ele.” Não é linguagem poética; é afirmação de direitos divinos. O Cristo que os discípulos conheceram não era um guru iluminado, mas o Criador do cosmos — o Kosmokrator — e ao mesmo tempo o Pantokrator, aquele que mantém o universo funcionando a cada segundo.

Agora, dê o salto de quase três séculos. Enquanto Roma ainda queimava cristãos à luz do dia, bispos e teólogos repetiam o que já estava escrito. Inácio de Antioquia, aluno do próprio João, escreve por volta de 105 d.C.: “Jesus Cristo, o nosso Deus.” Clemente, poucas décadas depois, diz ser “apropriado pensar em Jesus Cristo como se fosse Deus”. Irineu, Tertuliano, Orígenes, Lactâncio — cada um no seu canto do Império — não titubeiam: Cristo é Deus. Nenhum deles recebeu telegrama de Constantino; aliás, nenhum deles sequer conheceu Constantino. Quando o imperador nasceu, em 272 d.C., a confissão já rodava há quase dois séculos.

Chegamos então a Nicéia, em 325 d.C. O que se discutiu lá? Arianus, um presbítero astuto, propôs que o Filho era “semelhante” ao Pai, mas não “da mesma substância”. Três centenas e dezoito bispos compareceram. Três centenas e dezesseis disseram não. Dois titubearam. O Credo saiu com a palavra homoousios — “consubstancial”. Não foi votação para criar divindade; foi verificação para preservar a fé entregue uma vez por todas aos santos.

Hoje, quando alguém brande o argumento da “serpente” e insinua corrupção em João 1.3, basta lembrar: o papiro P75, copiado por volta de 175 d.C., já trazia o texto exatamente como o lemos. E os pais da Igreja — todos os citados acima — o citavam sem pestanejar. Não há lacuna histórica, não há intervalo de silêncio. A linha é contínua: Tomé, João, Paulo, Inácio, Clemente, Irineu… até nós.

Portanto, Cristo não se tornou Deus numa sala de concílio. Ele sempre foi. O que Nicéia fez foi simplesmente estampar em latim e grego o que cristãos cantavam em coro desde o momento em que a pedra rolou do túmulo: “Jesus é Senhor.” A revelação não precisou de invenção; precisou apenas de coragem para ser repetida — coragem que muitos pagaram com a própria vida, muito antes de Constantino sonhar em mandar convocar bispos.

 

Texto base escrito por C. J. Jacinto.