Você Agoniza Pela Verdade?


 


C. J. Jacinto

 

“Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por necessidade escrever-vos, exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi entregue aos santos” (Judas 1:3 ACF)

 

Uma batalha! Todo o redimido está em uma batalha, mas veja bem, é necessário que se explique que tipo de luta é essa, pois em outra parte, na orquestra filarmônica das Escrituras, Paulo diante do seu martírio brada: “combati o bom combate” então essa batalha é de caráter nobre, não é uma batalha secular, que envolve armas físicas e mortes, só os filhos do maligno podem usar argumentos favoráveis para usar a truculência, atrocidades, a violência, a perseguição e a morte aos hereges. A graça de Deus pela influência do Espírito Santo nos leva para longe desses atos de vilipêndio, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo, sejamos sóbrios, a nossa batalha, segundo o Novo Testamento consiste em morrer pela verdade se possível, mas nunca matar em nome dela e ainda menos fazer pactos e negociatas com a mentira. O que nos é ordenada é evitar o homem herege após uma ou duas admoestações. (Tito 3:10). Mas evitar o herege não significa deixar de combater suas ideias, e isso fez muito bem Paulo ao escrever muitas epístolas, suponho eu, tantas outras que desconhecemos, e que não foram incluídas no índex canônico por administração do Espírito Santo. A apologética é a batalha da fé, ela é necessária, antes, ser realizada nas assembléias onde os cristãos se reúnem, e as verdades fundamentais do evangelho devem ser pregadas, ensinadas, explicadas, com zelo, fervor e responsabilidade. Pois, o antídoto contra as mentiras, equívocos, distorções e heresias de perdição, algumas delas, com efeito eficaz em gangrenar a vida espiritual, (I Timóteo 2:17) são os fundamentos da Palavra de Deus. Quando os santos do Senhor sabem tudo sobre os verdadeiros fundamentos da fé que uma vez foi dada a eles, quando essas verdades que já foram dadas são assuntos do dia, em cada culto, cada escola dominical, cada reunião de estudos bíblicos, então heresias, equívocos, mentiras e fraudes espirituais serão detectadas pelos santos.

 

A agonia.

 

Quando abrimos o Novo Testamento grego, mais precisamente no terceiro versículo da epístola de Judas, encontramos o verbo “Epagonizomai” que denota uma luta intensa, agonizante, uma luta com uma grande agonia em proclamar e defender a verdade. É essa palavra que foi traduzida para batalhar, você deve ser sincero consigo mesmo; você batalha pela verdade com essa intensa agonia? Há dentro do seu coração, um zelo extremo como houve em Cristo Jesus, um zelo tão grande, que o consumia, pois, seu amor pela verdade era admirável, sério, verdadeiro, inegociável (João 2:17)

 

Judas ensinou, batalhem de forma agonizante, com diligência, sem concessões, com seriedade, com o poder e a unção do Espírito Santo, lutem até o martírio, não matem pela fé, mas se possível estejam prontos para morrer por ela, os mártires nos deixaram esse legado, ser testemunha da verdade é sofrer até as últimas consequências por ela.

 

Mas olhe a nossa volta, a vida religiosa da cristandade se resume num grupo de religiosos dançando ao som melodioso e emocionante de músicas acompanhada por uma procissão de um bezerro de ouro. Sincretismo! Relativismo! Eles chamaram a réplica do deus egípcio Apis, de Yaweh, criaram uma religião pirata, uma falsificação do culto original, aos olhos dos participantes da aberração, era a cultura do espetáculo, a emoção contagiante, sorrisos de satisfação, um bezerro de ouro brilhando como uma serpente seráfica, diante dos olhos da multidão cega e sem discernimento, era impressionante, espetacular, a religião falsa quase sempre ergue monumentos impressionantes para esconder as mais terríveis abominações.

 

Nós precisamos cultivar a diligência, agonizar a favor da verdade, pelo visto, poucos estão dispostos a isso, e pelo menos este fato revela que um pequeno remanescente ainda não aceitou as concessões do sincretismo, temos o exemplo no antigo Testamento do Culto a Deus misturado com o culto a Baal, com a influência de uma feminista militante chamada de Jezabel que defendia um ecumenismo e protegia e financiava os profetas de Baal. Quantos hoje em dia, defendem falsos profetas, como fazia a ecumênica Jezabel, argumentando que eles não eram como o ortodoxo e conservador profeta Elias, o perturbador de Israel! O que os profetas de Baal pregavam era bom, unidade, tolerância, unir o útil ao agradável, eles eram “espetaculares” olha o ritual emocionante, eles se retalharem para invocar uma divindade falsa que tinha saído para ir à privada para fazer as necessidades fisiológicas. Sinceramente se no contexto cultural da época, Elias falou isso motivado pela ironia ou pela ofensa, mas creio que foi para ofender mesmo!

A verdadeira batalha pela fé é marcada por fortes traços de agonia, como quem deseja arrebatar pessoas do fogo do inferno, como quem deseja tirar das mãos de um cego, um copo de veneno. Essa agonia é provocada pelo valor que a verdade representa, o valor do sangue imaculado e divino de Cristo, o valor da mensagem da cruz, o valor da encarnação do Verbo, o valor da redenção, o valor das doutrinas da graça, a preciosidade que é o evangelho. Onde há tesouros, há batalhas! Coisas valiosas precisam de guardiães, precisam de proteção e defesa. Você protege as verdades áureas do Evangelho? Você luta com agonia pela fé que uma vez por todas foi dada aos santos? Se você não sente agonia, sim, se você não agoniza diante dos falos profetas, se você não é um “perturbador de Israel”, se você não sente essa agonia perante a apostasia que se alastra em nossos dias, você não é um cristão padrão, como exige Judas 3, a epístola foi escrita para serem lidas em todas as igrejas da época, não era uma carta pessoal, era uma carta geral, para crentes, para salvos, redimidos, regenerados, e se você é um cristão redimido, você precisa agonizar, não deixe que o mundo seqüestre a sua coragem e a sua dignidade de ser verdadeiro cristão! Judas 1:3 é para você, é voz do Espírito Santo te dizendo: “Lute pelos fundamentos da fé, lute com zelo, agonize, chore, defenda, testemunhe” ame a verdade, porque só podemos amar o próximo quando amamos a verdade. Quando somos omissos e covardes em batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos, quando não fizemos isso em agonia, tornamo-nos omissos, se os feridos pelas verdades do Evangelho não se arrependerem ao ouvirem pregadores agonizantes, eles sofrerão o dano da segunda morte e testemunharão no juízo final que estão merecendo um destino justo, pois ouviram um santo agonizando e não creram nele. Pregue e defenda o Evangelho de Jesus Cristo e em agonia, e se te privarem os púlpitos, vá para as praças, e se te expulsarem das praças, vá para o deserto.

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