Misticismo Apostasia e a Terceira Onda


 


Bill Johnson, Anti-Erudição e Misticismo: Um Risco Real para a Vida Cristã

 

O movimento pentecostal deu certa abertura para manifestações e experiências místicas sem usar critérios bíblicos cuidadosos, como o teste dos espíritos, o problema se tornou ainda pior por não haver correções, pelo contrario houve dogmatização de certos conceitos, o processo redundou em movimentos posteriores como a “terceira onda” conduzindo o carismatismo para mais longe ainda das Escrituras. Bill Jonhson e o movimento da Novas Reforma Apostólica são exemplos clássicos desse mover para longe da ortodoxia

A espiritualidade proposta por Bill Johnson, líder da Bethel Church, tem conquistado uma legião de seguidores ao redor do mundo. Sua ênfase em sinais, milagres e experiências sobrenaturais cria um ambiente de fascínio e entusiasmo espiritual. No entanto, por trás da aparência carismática, há uma teologia perigosamente subjetiva, mística e abertamente contrária à erudição bíblica. Essa postura tem consequências profundas para a saúde espiritual da igreja e para o amadurecimento dos crentes.

“Sinais e maravilhas é a força que move o mercado da fé, onde a propaganda for milagres, aparições, novas revelações, curas e experiências místicas e numinosas, ali haverá uma multidão de fregueses, indiscutivelmente, há um numero cada vez maior de pessoas imersas em uma secularização que estão sedentas por uma experiência sobrenatural”

1. Anti-Erudição: Um Viés Deliberado

Ao ler as obras de Johnson, uma das categorias mais recorrentes de erro é o seu viés antiescolástico. Ele não apenas minimiza o valor do estudo bíblico cuidadoso, como chega a sugerir que tal prática pode levar à morte espiritual. Em seu livro, ele afirma: “Por décadas, a Igreja tem sido culpada de criar doutrina para justificar sua falta de poder” (p. 116).

A implicação é clara: a doutrina é vista como um obstáculo ao “poder espiritual”. Em vez de ser entendida como o alicerce da fé cristã (Tito 1:9; 2 Timóteo 4:3), ela é retratada como uma muleta para igrejas frias e impotentes. Johnson trata a teologia como uma construção humana infértil, desnecessária para uma vida espiritual vibrante — uma visão que inverte completamente o padrão bíblico.

“Toda a experiência tende a colocar no homem a autoridade como critério do que é verdadeiro ou não, isso tem sido um distintivo dentro do pentecostalismo, infelizmente induz ao subjetivismo e minimiza a autoridade das Escrituras e descia o cristão de um fundamento sobre a rocha para uma edificação sobre a areia movediça”

2. O Uso Indevido das Escrituras

Johnson também apela a uma interpretação distorcida de 2 Coríntios 3:6: “A letra mata, mas o Espírito vivifica”. Para ele, essa passagem significa que estudar a Bíblia pode ser espiritualmente prejudicial se não estiver acompanhado de manifestações de poder. No entanto, o contexto mostra que Paulo está falando da antiga aliança (as “letras em pedra”), não do estudo bíblico em si.

Essa má interpretação tem sido usada historicamente por místicos para desacreditar a exposição bíblica fiel, favorecendo uma espiritualidade desancorada da Palavra. Em vez de valorizar o ensino das Escrituras, Johnson sugere que a verdadeira direção espiritual virá “fora do mapa”, através de revelações subjetivas do Espírito — mesmo quando isso contraria o que está revelado nas Escrituras.

Essa velha argumentação é uma tática deliberada de todo o falso profeta que projeta a idéia de que a bíblia não deve ser levada a serio, não deve ser estudada por um motivo simples: qualquer um pode descobrir o embuste e o engano espiritual por trás de idéias errôneas e heresias diabólicas.

3. Subjetividade como Referência Espiritual

Outro ponto crítico é a exaltação da experiência pessoal como forma superior de conhecimento espiritual. Em vez de afirmar que a Escritura é o meio pelo qual o Espírito fala (2 Pedro 1:21; João 17:17), Johnson afirma: “Nenhum de nós tem uma compreensão completa das Escrituras, mas todos nós temos o Espírito Santo [...] devemos estar dispostos a seguir fora do mapa — a ir além do que sabemos” (p. 76).

Essa postura relativiza o texto bíblico e dá margem a todo tipo de subjetivismo e distorção. A consequência direta é o enfraquecimento do discernimento e a perda da centralidade da Escritura na vida da igreja.

Aqui temos uma ênfase a experiência espiritual interior, elemento primordial do gnosticismo, nasce dessa tese um grande perigo, quando minimizados o estudo das Escrituras, que é a base do discernimento e a arma da nossa batalha espiritual, para projetar a experiência mística interior como a base sobre a qual colocamos nossa confiança para distinguir verdade do erro, entramos num lamaçal, numa armadilha fatal.

4. A Espiritualidade da Ignorância

Essa teologia promove, na prática, uma espiritualidade ignorante — não no sentido humilde de dependência de Deus, mas no desprezo ativo pelo conhecimento bíblico. Ao sugerir que a doutrina é inimiga da fé viva, Johnson estimula uma geração de cristãos emocionalmente alimentados, mas teologicamente desnutridos.

Com isso, crentes são desencorajados a estudar a Bíblia de forma profunda e sistemática. Muitos passam a confiar em sensações, impressões e visões — uma espiritualidade guiada pela intuição pessoal em vez da revelação objetiva da Palavra.

A palavra de Deus é lâmpada, não nossas experiências espirituais, esse principio nunca pode ser ignorado e muito menos desprezado.

5. Cegueira Espiritual como Fruto

O resultado é a cegueira espiritual. Sem o firme fundamento da Escritura, os cristãos tornam-se presas fáceis para falsos ensinamentos, experiências manipuladas e líderes carismáticos que promovem um “poder” desvinculado da verdade. A fé torna-se instável, vulnerável ao emocionalismo e à ilusão de intimidade com Deus que não se baseia na obediência à Palavra.

6. O Caminho Bíblico: Razão, Fé e Palavra

O Espírito Santo não nos chama a abandonar a mente, mas a renová-la (Romanos 12:2). Ele é o autor das Escrituras (2 Timóteo 3:16) e atua por meio da Palavra, não à parte dela. Estudar a Bíblia com diligência não mata — ao contrário, vivifica, exorta, consola, corrige e transforma. A verdadeira espiritualidade cristã é moldada pela Palavra, não por sentimentos ou experiências subjetivas.


Conclusão

A teologia promovida por Bill Johnson é um convite à superficialidade, ao misticismo e ao abandono da sã doutrina. Seu viés anti-erudição, suas distorções bíblicas e sua exaltação da experiência subjetiva colocam em risco a saúde espiritual de muitos. A igreja precisa urgentemente voltar-se à Escritura como única regra de fé e prática, promovendo uma fé robusta, consciente, e guiada pela verdade revelada. O avivamento genuíno começa com a Palavra — e permanece nela.

Infelizmente, muitas pessoas envolvidas com as idéias de Johnson, que publicam seus livros, que promovem suas idéias, não tomam o devido cuidado em processar as idéias apresentadas por esses pregadores, para saber se realmente eles têm embasamento bíblico ou não. Infelizmente estamos vivendo dias difíceis, a minha sugestão é: gaste tempo lendo e estudando as Escrituras, pois isso dará a você discernimento espiritual.

 

Bill Johnson – Quando o Céu Invade a Terra

 

Uma leitura equivalente, que inspirou esse artigo, pode ser lido aqui:

https://amos37.com/bill-johnsons-false-gospel/

 

 

C. J. Jacinto

 

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