Erotismo Gospel: A Nova Onda Musical



Alguns apologistas tem afirmado com razão que a igreja moderna é doutrinada pela musica que ouve e canta. Acredito piamente que isso seja uma verdade, de certo modo a influencia da musica na formação espiritual do cristão é enorme. Veja que na medida em que o materialismo tornou-se numa espécie de religião consumista que mistura cristianismo, psicológica e vãs filosofias (Colossenses 2:8) são introduzidos dentro da igreja contemporânea, isso é facilitado quando a musica toma o mesmo rumo. De certo modo as tendências mais modernas é transformar o culto em um show com todo o ambiente requintado como de uma “casa noturna”. Outro fato perceptível são as letras, elas apelam para truques psicológicos que refletem bem as tendências da igreja apostata: um triunfalismo existencialista, um amor comprometido com as coisas desse mundo. Assim as letras apelam para o egocentrismo e para o triunfalismo pessoal, de modo que isso emociona muito, e a seqüência é arranjos e nuances que levam o ouvinte a extrapolar em suas emoções pessoais, tendo em vista que a musica serve de paliativo para amenizar completamente as dores emocionais e os anseios puramente materialistas.(Veja II Timóteo 3:1 a 8) Quando falo de materialismo, isso envolve qualquer coisa, mesmo a nível eclesiástico, que apela apenas para a satisfação pessoal de alguém, ainda que de forma encoberta. Por exemplo, o desejo de reconhecimento e fama, a sede de êxito e aplausos. Assim, a explosão da musica gospel seguiu essas tendências, musicas ajustadas as necessidades emocionais e consumistas dos ouvintes, com requintes de elementos comerciais. Musica sacra não está na moda, e em certos círculos soa enfadonho e ultrapassado, mas musicas que emergem do da natureza puramente emocional e psicológica aliado a ritmos dançantes,  são as preferidas hoje em dia. Agora, enquanto escrevo, noto uma nova tendência; a musica erótica espiritual. Suas letras remetem o ouvinte para a idéia de que Cristo é um “namorado”, a paixão é puramente emocional,  e carregada de certos aspectos puramente sensuais, como se o apelativo fosse um forte apelo de emoções de um adolescente apaixonado, uma ânsia por um encontro com Cristo como se ele fosse um marido ou um namorado e na pior das hipóteses um amante. Isso abre o caminho da blasfêmia musical. Essa idéia de tratar a vida espiritual como amado e amante é antiga, ela é o cerne da mística medieval, onde certos religiosos viam a entrada  ao monastério e a devoção á Cristo e a consagração da vida a Ele como uma espécie de “casamento”. Essa tendência mística tinha seus elementos claramente  influenciados por uma teologia erótica espiritual.  A interpretação de Cantares de Salomão levou muitos místicos a essa tendência espiritual. De certa forma, isso parece voltar à moda hoje em dia, principalmente em círculos carismáticos e acredito que isso seja influencia em parte do ecumenismo que se emerge a partir da abertura para uma busca de novas experienciais místicas, o dialogo inter-religioso e o universalismo,  muitos lideres carismáticos atuais  apelam para as técnicas e ensinos dos famosos místicos medievais oriundos do catolicismo. Percebe-se que novos místicos evangélicos como Richard Foster contribuíram muito para a introdução dessas técnicas místicas na igreja emergente. Assim, o comportamento exótico dessa doutrinação romântica tem produzido certos cantores midiáticos que apelam para esse erotismo em suas canções. Longe de uma compreensão do amor ágape, a ênfase é colocada sobre um “Eros” cristianizado. Assim vimos como a musica consegue promover a apostasia à crença numa divindade ajustadas aos moldes dos sentimentos terrenos de seus seguidores. Desenvolver um conceito errado de Cristo, ainda que sob a cobertura de uma rotulação parcialmente bíblica é uma forma de idolatria. As veredas antigas foram marcadas por hinos cristocêntricos e sacros, e essa marca jamais deve ser removida pela igreja contemporânea. Alguns cristãos argumentam que os hinos sacros são antiquados, e não estão mais na moda, mas a verdade é que todas as doutrinas bíblicas e ortodoxas nunca estiveram na moda. Sejamos adoradores verdadeiros, pois essa é uma marca de um verdadeiro cristão.

Clavio J. Jacinto


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