O conceito Joanino de ver o mundo,
é que ele estava dominado por um sistema maligno (I João 5:19) o mundo jaz no
maligno, como que derrotado após uma batalha. O mal prevalece de certa forma,
porque o diabo engana todo o mundo (Apocalipse 12:9). Essas são realidades indiscutíveis,
tendo em vista o mundo como um sistema ímpio, onde o pecado e o engano é uma
marca distinta do nosso século perverso.
As escrituras, particularmente os escritos do apostolo João, apontam
para uma parte da escatologia não muito abordada em outras partes. A vinda do
anticristo. Envolto em mistérios, traz consigo assuntos polêmicos por parte de
quem desejam fazer uso de pressupostos para tentar desvendar tal enigma. O
resultado sempre será o erro e a confusão.
João menciona pelo menos quatro vezes sobre o “Anticristo” são essas as
passagens: I João 2:18, I João 2:22, I João 4:3 e II João 1:7. Desejo apenas
salientar que deixarei que a bíblia responda sobre esse assunto, e nada mais.
Importante se faz saber , que o contexto
dos escritos de João era uma igreja que estava reagindo diante de um
surto de engano espiritual que predominou com muita força representado por
diversos segmentos ou seitas que tinha uma plataforma comum:o gnosticismo.
Portanto, é justo crer, que o anticristo nos últimos dias surgirá debaixo da
mesma influencia espiritual, um reavivamento do gnosticismo para preparar o
caminho do anticristo. Primeiro devemos entender que houve na época de João,
muitos anticristos “Também agora, muitos se tem feito anticristos” (I João 2:18)
Mas João fala da vinda de um anticristo, e aqui é uma pessoa singular, um
oponente de Cristo, contra o Senhor. “como ouvistes que vem o anticristo” (I
João 2:18) “É o anticristo”(I João 2:22) “Esse tal é o enganador e o anticristo”(II
João 1:7) “O que há de vir, e eis que agora já está no mundo”(I João 4:3). Nesse
ultimo verso, vemos que João diz que ele virá, mas que já esta no mundo. Note
que em I João 4:1 os falsos profetas estão associados dentro do contexto do
tema (I João 4:1) também nos é dito que o espírito que não confessa que Jesus
veio em carne é do anticristo (I João 4:3). O espírito do anticristo é o espírito
do erro de I João 4:6 Esse espírito do
erro pode ser o mesmo mistério da injustiça que operava quando Paulo escrevia
sua segunda carta aos Tessalonicenses 2:7 e seria uma oposição contra o Espírito
Santo que é a verdade (I João 5:6) Assim a essência do erro do espírito do
anticristo é A NEGAÇÃO DA ENCARNAÇÃO DO VERBO, o que implica negar também a
obra consumada e perfeita de Jesus Cristo. Esse é o centro onde deve ficar a
nossa compreensão a respeito do anticristo. A negação da pessoa encarnada, na
sua totalidade divina e humana, porque isso traz uma serie de outras negações, por
exemplo, em II Timóteo 2:5, Cristo homem é nosso único mediador. Assim a
negação do Verbo também é uma negação da sua mediação exclusiva. Seitas heréticas
tendem a negar isso, porque estão sob a influencia do espírito do erro. Assim o
próprio anticristo carrega sobre si esse princípio de negação. Em suma o espírito
do anticristo gera muitos falsos profetas e muitos anticristos. O que se
entende pelo estudo do contexto porém leva para uma revelação de um que será o ápice
dessa rebelião contra Cristo e a sua obra redentora e os ofícios cristologicos
tão bem expostos no Novo Testamento. Agora seguimos para fora dos escritos de
João, Paulo em II Tessalonicenses 2:7 menciona o homem do pecado, o filho da
perdição, ele é descrito como o que se levanta contra, ou seja, é anti-Deus,
pois se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora (II Tessalonicenses
2:4) também é chamado de iníquo (II Tessalonicenses 2:8) Existe alguma
associação entre este “filho da perdição” e o anticristo dos escritos joaninos?
É possível! Porque temos uma chave cristológica em I Timóteo 3:16 “E sem duvida
alguma, grande é o mistério da piedade, Deus se manifestou em carne, foi
justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo,
recebido acima na glória” Aqui está a divindade de Cristo e a sua entronização
depois de sua ascensão (Hebreus 1:3) Todos os sectários e heréticos que negam
que o Verbo se fez carne estão sob a influencia do enganador, o espírito do
erro e o espírito do anticristo. Não desejo ir adiante, tendo em vista que
queria abordar somente a questão sob a expectativa de Paulo e João. Na verdade,
a bíblia não revela quem de fato será o tal, apenas identifica as inclinações e os postulados que
defende. E por ser um agente de negação, tanto na sua influencia como espírito
do erro, como na sua forma consumada na pessoa do anticristo, os sinais bíblicos
que prevalecem como formas de identificação são:
Oposição a Deus e a tudo o que se
adora
Negação da encarnação do Verbo Divino
Negação de confissão teológica e
doutrinaria da encarnação do Verbo
Oposição ao espírito da verdade
Desejo de tomar para si a
identidade divina
Ocupação dos lugares mais santos sob pretexto
de auto-divinização
Tudo isso acontecerá dentro de um
surgimento do gnosticismo que se caracterizará como um sinal para os últimos tempos.
(Veja I Timóteo 4:1)
Conclusão: a bíblia não revela a
identidade do anticristo, apenas revela os aspectos da natureza espiritual que
envolvem a sua ação no mundo.
Clavio J. Jacinto
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