Um dos problemas que sempre
percebi no movimento carismático foi a ambiguidade e a subjetividade. O ultimo
sermão que ouvi, relembra bem a questão.
Uma exegese superficial de um texto associado a muita opinião humana
resultando numa mensagem que se direciona a todos e a ninguém, algo como uma
bola chutada num campo sem traves, aonde ela chegar, pode se celebrar um gol. Eu creio que
a obra de Deus é objetiva, a Bíblia é objetiva, a fé também é e tudo o que está
relacionado a vida cristã também é objetivo. A subjetividade não faz parte do
cristianismo autentico. Muito menos a ambiguidade, as coisas são certas na fé
verdadeira, e isso é um fato fundamentado na coerência e na sobriedade:
assuntos espirituais relacionados a fé cristã não podem produzir desordem e
confusão doutrinarias ou experienciais. Mesmo assim, temos que conviver em meio
aos fatos de que parte da igreja moderna é confusa e promove muitas mentiras,
enganos e fraudes. Isso é evidencia absoluta de que não há um verdadeiro “mover
do Espírito Santo” nesses lugares, porque nesse caso, a grande quantidade de
heresias que surgem, as divisões e os escândalos, e enorme numero de falsas profecias, a grande
quantidade de comportamentos bizarros e desconexos, a total falta de
discernimento, o analfabetismo bíblico, as curas psicossomáticas e as fraudes
envolvendo casos desse gênero falam por si. A bíblia ensina: Nenhuma mentira
procede da verdade (I João 2:21) creio que o leitor entendeu bem! Nenhuma
mentira procede da verdade? Então porque há tanta confusão hoje nessas igrejas
modernas potencialmente inclinadas a uma espécie de sobrenaturalismo religioso?
Tenho presenciado durante anos essas ambigüidades que se originam de
experiências místicas, que levam muitas pessoas para a confusão e o desequilíbrio
emocional, espiritual e psicológico. É verdade que durante mais de duas
décadas, tenho visto que certas coisas que ocorrem dentro de muitas igrejas não
passam pelo crivo das Escrituras, Tiago diz que toda a boa dádiva e todo o dom
perfeito vem do alto (Tiago 1:17) não há falhas no agir de Deus, não há falhas
na sua Soberania e muito menos no seu agir. As manifestações espirituais
atualmente fogem completamente dessa regra, não perfeição, mas duvidas
ambigüidades e muita subjetividade quando o assunto relaciona-se a dons
extraordinários, e eu falo daquilo que tenho conhecimento de causa, não se
trata de querer afrontar ninguém, é simples conclusão fundamentado em fatos
observados durante muito anos. O que tenho presenciado é lastimável, confuso e
perturbador para afirmar que seja a obra do Espírito santo, por onde
passei, o que vi foi muita hipocrisia,
brigas, disputas internas, idolatria a lideres, divisões e mais divisões, discernimento
precário, experiências espirituais acima da Palavra de Deus, abertura ao
espiritualismo, fraudes, uma enorme quantidade de falsas profecias , como pode
ser tudo isso verdadeiro se a mentira não procede da verdade? Como pode tudo
isso ser correto, se a palavra de Deus nos liberta para o conhecimento da
realidade das coisas verdadeiras (João 8:32 com 16:13)? Não estou questionando
aqui a sinceridade das pessoas, mas será que não dá pra olhar para dentro das
Escrituras e ver que existe algo de errado em muitas igrejas que afirmam crer
no livro sagrado? Se não bastasse tudo isso, a questão do pragmatismo de
Laodicéia, polui o ambiente espiritual, quando muitos olham para os resultados
“rico estou e de nada tenho falta” essa era a visão daquela igreja apostata,
olhou para os resultados, como se fossem
as provas de que Deus estava abençoando, mas aquelas experiências de
prosperidade e felicidade e satisfação nada mais eram do o resultado de uma
vida espiritualmente miserável.(Apocalipse
2:17) Essa igreja era morna, porque havia a mistura de duas coisas, frio e
quente, o resultado de dois opostos, a mentira misturado com a verdade, o real
misturado ao engano, o certo e o errado caminhavam junto, essa era uma mistura
que causava confusão, heresias, miséria e falta de discernimento, precisavam de
colírio para enxergar! Pode o que é perfeito e projetado desde o alto, causar
confusão, promover subjetividade e ambiguidades? Pode alguém no exercício da
verdade promover a mentira? Pode uma boa interpretação das Escrituras, uma
hermenêutica cuidadosa produzir uma heresia de perdição? Veja bem a forte
expressão de Pedro, heresias de perdição provocam a ruína espiritual e lançam
pregadores e ouvintes no abismo da perdição. (II Pedro 2:1)Isso não traz temor
e responsabilidade com relação a verdade? Como pode tanta gente sem capacidade
de interpretar o texto sagrado subir nos púlpitos para torcerem o livro sagrado
e promoverem suas experiências e opiniões ao mesmo nível das Escrituras
inerrantes e inspiradas? Se um movimento que diz ser movido pelo poder do
Espírito Santo causar muita confusão, promover muitas heresias e falsas
profecias, ter sérios desvios morais ao ponto de ter como uma marca distinta,
os escândalos envolvendo lideres e
membros, se dar suporte a hipocrisia sob a capa de uma falsa espiritualidade,
então com certeza, não nenhum mover do Espírito Santo, pois está claro nas
Escrituras e o mover do Espírito Santo segue a produção do Fruto do Espírito
Santo e a obediência a palavra de Deus ,
Jesus disse que se que a marca dos falsos profetas é a mistura de milagres,
maravilhas e muitas coisas espantosas associada a pratica de iniquidade,
ou seja, a pratica de coisas que são antibíblicas, que são opostas a
palavra de Deus. Veja que Jesus mesmo percebendo que tais faziam sinais e
maravilhas, não viviam uma vida de acordo com a
Palavra de Deus (Gálatas 5:22 e 23 com Mateus 15 a 23). Infelizmente a
maioria dos cristãos ainda não percebem que a frutificação espiritual é a base
da autenticidade cristã, a arvore que produz bons frutos, essa não será cortada
para ser lançada no fogo.(Mateus 3:10)
Clavio J. Jacinto
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