A CEIA MEMORIAL OU SANTA CEIA?





 Tenho Visto alguns que professam a fé cristã e que estão negando a realidade da santa ceia, mas estão combatendo a sua natureza sacra e distinta, argumentando que a mesma era uma refeição que todos os cristãos tinham em comum (Chamada Ágape). Com meias verdades, muitos “pós-cristãos” enfim descobriram que a igreja e o cristianismo histórico estavam desviados dos propósitos de Deus, essas novas celebridades, apelam para um revisionismo cristão, uma mudança completa de paradigmas, é a visão de que tudo está errado, e que precisa ser concertado, então nascem os novos profetas para tentar colocar a fé cristã no lugar de onde ela supostamente foi tirada. A santa ceia ou ceia memorial, é descrita de “santa ceia” pelo fato de ser um memorial que nos conduz a ter vivas lembranças do drama da redenção. O fato de ser uma celebração em memória de Cristo (I Coríntios 11:24 e 25) O contexto em que se desenvolve a celebração é a páscoa. A páscoa era uma celebração, e Cristo estava junto aos seus discípulos celebrando esse memorial, chamado de Seder. Isso pode ser verificado em Mateus 26:20 a 30, Marcos 14:12 a 21 e Lucas 22:14 a 23. Em todas essas passagens, Cristo dá uma ênfase sobre o pão e o vinho, esses elementos representariam respectivamente o sangue e o corpo de Cristo, Paulo em I Coríntios 11:17 a 34 deve ser lido e entendido dentro do contexto geral. A páscoa em si, representa uma libertação (Êxodo 12:11) seu centro espiritual era o sangue do cordeiro como sinal de proteção (Êxodo 12:23) então temos na páscoa, a instituição formal da antiga aliança, pelo sangue do cordeiro pascal, assim como a igreja nasce na cruz, e não no pentecostes, a antiga aliança começa no drama do êxodo, dali em diante, haverá um povo separado do Egito, e o processo da formação de Israel. A partir da cruz, inaugura-se formalmente a nova aliança, é a consumação da obra divina da redenção, um novo êxodo, uma realidade implícita na pessoa de Cristo “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29). Enquanto que na libertação do povo hebreu do Egito, foi instituído um modelo memorial, o mesmo princípio segue na obra da expiação realizada de forma perfeita na cruz (João 19:30 com Hebreus 5:9 e 12:2)  Em Coríntios 11: 24 há uma ênfase sobre o pão e o vinho, no versículo 25 Paulo ensina que é um memorial: ”Fazei isso em memória de mim”. É lógico que há uma celebração dentro de uma refeição, qualquer leitor cuidadoso entende isso. O centro das Escrituras é a obra consumada e perfeita de Cristo na cruz, realizada com o sangue de Cristo (I Coríntios 10:16 Efésios 2:13 Hebreus 9:14 e I Pedro 1:18 e 19) Também é fato que havia uma continuação de uma refeição comunitária, ou pelo menos entendemos que a celebração se dava em meio ao ágape, isso ocorre talvez para dar continuidade ao contexto da refeição pascal celebrada por Cristo e seus discípulos. Isso pode ser visto claramente no capitulo XIV de um dos documentos mais antigos da igreja primitiva: o Didaquê.  Este documento atesta de forma definitiva, a unanimidade de todos os cristãos de uma época extremamente próxima dos apóstolos sobre esse assunto.  Não há duvida de que o Pão e o vinho foram um destaque dentro da celebração.  Essa percepção levou os primeiros seguidores de Cristo para a realidade de uma celebração contínua, e a história da igreja corrobora isso.(Atos 2:42) Para dar força a visão da ênfase dada sobre os elementos principais que se destacam na ceia, lemos novamente a confirmação de Paulo em I Coríntios 10:5. A igreja e os primeiros cristãos encontraram nesse texto, os fundamentos para a celebração tal como conhecemos como santa ceia, o cristianismo histórico reconhece isso, os teólogos mais consagrados e os mais piedosos homens da igreja entendiam assim. Repito: dentro dos textos bíblicos citados a ênfase ao pão e ao vinho como parte de uma celebração memorial é evidente. Isso é indiscutível. Agora dentro do cenário,  do contexto da ceia, celebrava-se uma refeição onde todos tinham os alimentos em comum, e essa era a outra parte distinta, ao compararmos as coisas espirituais com as espirituais notaremos que essa distinção é importante (I Coríntios 2:13).  Pelo fato dessa celebração e refeição junta ter dado certos problemas, como vimos descritos em I Coríntios 11:17 e 34, posteriormente a santa ceia memorial com os elementos do pão e do vinho tornaram-se um padrão. Notamos que em Atos 2:46 há uma refeição comunitária diária, a igreja cristã nascente tinham as coisas em comum, devido ao contexto em que ela estava se desenvolvendo, muitos irmãos eram expulsos de casa e precisavam ser socorridos pela igreja.  Essa celebração pode ser observada na historia da igreja desde os tempos primitivos, a Didaqué (Cerca de 120 DC) como já foi citado anteriormente, já menciona o memorial da santa ceia com o partir do pão e o cálice como uma celebração dominical.  Dentro desse contexto entendemos o que realmente quis Cristo dizer quanto ao toma o pão e o cálice, Ele institui um memorial, assim como em Êxodo 12, o drama do Êxodo, foi marcado com um memorial, a obra do Calvário também tem seu memorial perpetuo. Para que possamos nos lembrar da obra perfeita e consumada de Cristo na cruz. Nós também somos chamados a lembrarmos de nossa libertação, para a celebração de uma tão grande salvação (Efésios 2:11 Hebreus 10:32 Salmos 20:3)
Ao SENHOR pertence à glória
Amém

Clavio J. Jacinto

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