A igreja desde cedo teve que
enfrentar um movimento que encarava a matéria como má, eram os gnósticos. Na
visão gnóstica a matéria seria um produto do demiurgo, o homem teria que
salvar-se da matéria, pelo conhecimento, ou seja, pela compreensão da natureza
das coisas materiais. Com essa visão distorcida da matéria, gnósticos como
Marcion adotou uma versão docetica de Cristo, ele seria apenas um fantasma, não
um ser de carne e osso, pois seria impossível para Deus enviar seu filho em
carne, pois se isso fosse fato seria uma contaminação com a matéria que era
considerada maligna. A visão oriental da matéria como uma ilusão, parece que de
alguma forma influenciou os gnósticos. Durante as ultimas cerimônias que
presenciei, envolvendo a questão da morte, já que eram cultos fúnebres, notei
essa tendência de considerar a matéria má, mesmo sendo um culto fúnebre
evangélico, notei a ênfase sobre o espiritual e a total omissão sobre uma
abordagem com tema da ressurreição do
corpo, que tem uma forte ênfase nas paginas das escrituras. A bíblia trata da
ressurreição dos justos (I
Tessalonicenses 4:15 e 16, I Corintios 15:21 a 23 Apocalipse 20:5 e 6) e
a ressurreição dos ímpios (Apocalipse
20:11 a 15)Portanto ao observar um culto fúnebre sobre a ênfase no
espiritual e a completa omissão da ressurreição do corpo, vejo que de alguma forma, ali estava uma espécie de
gnosticismo, a alma estava no céu e o corpo entraria num processo de
decomposição na terra e se reduziria a nada. A ênfase de Marcion atribuindo á
Cristo, um corpo fantasma foi o resultado de uma teologia distorcida,
comparando a matéria como inerentemente má,
essa é a visão da matéria que prevalece nos movimentos gnósticos, e suas
influencias e idéias nunca deixaram de ameaçar a igreja. Assim, agora em nosso
tempo, conceitos orientais foram adotados para serem popularizados em filmes
como matrix, e logo em seguida serem inseridos junto a teorias de conspiração
para ganhar popularidade em nossos dias, sempre levando consigo aquela antiga
imagem gnóstica de deturpar o verdadeiro sentido da matéria.(Colossenses 2:8) Desde os
primeiros capítulos de Genesis entendemos que Deus criou a matéria, e ela não
era má, os primeiros capítulos de Genesis corroboram que tudo o que foi feito
era bom e não ruim, era uma realidade e não uma ilusão. Embora pesquisadores
modernos queiram associar a questão da mente com a matéria, achando que a
matéria é apenas uma ilusão da mente, e que a mente pode criar uma realidade a
parte da realidade, é apenas uma miragem de uma mente deformada e afetada pelo
pecado e que pode ser iludida por agentes externos ou internos (Miragens e imagens mentais produzidos por psicodélicos
são exemplos) Ora a bíblia fala sobre uma matéria criada, e o próprio Cristo é
o Verbo que se fez carne,(João
1:14 com I Timoteo 3:16) nesse caso entrou em um estado de realidade e
não de ilusão. Achar que a matéria é uma ilusão é cair no erro de Marcion, ou
seja, do gnosticismo, é recorrer ao erro do docetismo. Mas, uma vez que, o Verbo se fez carne e a bíblia afirma isso (I João 1:2) e que Tudo o
que Deus fez era bom, e a bíblia também afirma isso (Gênesis 1:31). Ora a visão gnóstica e oriental
que desmentem fatos, deveria ser completamente rejeitada por cristãos bíblicos,
a matéria não é uma ilusão nem mesmo é má, ela está debaixo de uma condenação,
geme a criação por causa disso (Romanos
8:22) mas dizer que ela é má, é
ir contra as Escrituras, pois a criação é uma prova do criador, e os escritores
bíblicos se deleitaram na imagem da criação (Veja Salmos 19:1 Isaias 35:1, Mateus 6:28 e 29 etc.) o
sangue da expiação foi real, não foi uma ilusão e isso também atesta o falso
conceito docetista, de que Cristo era um mero ser espiritual e não físico (Veja Hebreus 9:11 a 28)
Que Cristo era o Verbo que se fez carne e era um ser físico de verdadeira carne
e verdadeiro sangue e ossos, pode ser vista na descrição do Novo Testamento com
relação a sua pessoa (Veja I
João 1:1) que nosso sistema será renovado, não há duvida nenhuma, novos
céus e nova terra serão feitos conforme descreve Apocalipse 21 e 22, e os santos ressuscitarão
dos mortos e terão corpos gloriosos conforme o de Cristo como bem atesta a
escatologia do Novo Testamento.(Veja
João 11:25 e 26 I Tessalonicenses 4:14, I Coríntios 15:21 a 44 etc.) Essas
são realidades factuais da Bíblia e foram reveladas pelo Espírito Santo.
Enquanto que os orientais nutrem um conceito errôneo sobre a matéria, muitos
cristãos acabam caindo na mesma armadilha, pensando que o espiritual é um
oposto completo de material, porém isso é um engano, porque em Cristo, vimos
como a carne trona-se tanto física como espiritual, a expressão exata da
santidade ocupa-se de um corpo material, no âmbito das coisas físicas, dentro
da dimensão da existência física, assim notamos como de fato, o verbo que se
fez carne tem um nascimento físico, num lugar humilde, sob as estrelas que
brilham no céu físico, o portal espiritual se abre e os anjos louvam a Deus,
mas há um paralelo entre o físico e o espiritual de sorte que o material
santificado se une com o espiritual puro. Na visão gnóstica e oriental, parece
que se sustentam os opostos, na visão cristã elas estão unidas, a ressurreição
de Cristo e a ressurreição dos mortos, os novos céus e a nova terra corroboram
completamente a visão cristã.
Clavio J. Jacinto
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