O CRISTÃO E AS AFLIÇÕES


 


O Cristão e as Aflições

 

Por C. J. Jacinto

 

 

Durante muitos anos tenho ouvidos sermões sobre a vinda de Cristo amparada no subterfúgio de um livramento de tribulações mundanas. A teologia do escapismo, tendo como perspectiva o retorno iminente de Cristo é um problema a ser remediado biblicamente.  A maioria dos evangélicos, quase todos arrastados pela onda da apostasia dentro da cristandade, foram dominados pela falsa doutrina de conforto e prosperidade como sinal de pacto de fidelidade do homem para com Deus, o materialismo tornou-se uma “bênção” e a ascese de Mamon tornou-se um fato. Mas quando olhamos para a historia da igreja do novo testamento,  encontramos uma igreja em dificuldades, pelo menos na perspectiva humanista, já que a perseguição e o martírio marca a igreja recém nascida, no campo de batalha que é o contexto cultura em que ela nasceu, nasceu na dor e na agonia da cruz, assim como a assembleia do povo do antigo testamento, no drama do Êxodo, se desenvolve dentro do clamor por causa do sofrimento da tirania egípcia e em seguida passa pelas águas do mar morto e alcança o deserto, o berço do taberneiro e erguimento da religião judaica primitiva com todos os seus símbolos que figuravam e apontavam para Cristo (...E a pedra era Cristo I Coríntios 10:4) Mas essa assembleia do povo de Deus nasce de uma perseguição acirrada dos egípcios (Que representam nessa fase histórica os tentáculos satânicos que lutam contra o povo de Deus e querem o  enfraquecimento e posteriormente o extermínio. Notável é que, do Egípcio também foi semeada a gnose, que mais tarde vai tentar enfraquecer a igreja pela fermentação doutrinaria e o império romano incorpora o espírito antiDeus para fomentar uma ferrenha perseguição aos cristãos.

 

É necessário um grito! Que o Senhor está voltando como o Novo Testamento prometeu, não há duvidas, o Novo Testamento é a voz do Espírito Santo, e Ele jamais erra com relação aos fatos relacionados à vida da igreja. Então o fato é narrado por Cristo, a afirmação crucial e perene no que diz respeito a peregrinação da igreja na terra: No mundo tereis aflições (João 16:33)

Avaliamos os fatos:

O substantivo θλιψις é o berço semântico da palavra traduzida por “aflições” em João 16:33. Jesus afirmou que no mundo, seus seguidores teriam aflições. A palavra não pode ser interpretada de forma superficial, o testemunho dos verdadeiros cristãos durante todas as eras, demonstram de forma convincente que Cristo foi fiel ao declarar que uma vida de aflições marca o apostolado da fé cristã dos remanescentes. Assim tem sido desde o começo. O arrebatamento não se dará em circunstanciais melhores do que na época da igreja primitiva, e nem em um momento menos dramático do que a saída dos Hebreus do Egito por ocasião do Êxodo.

O dia do Senhor e nossa reunião com ele serão caracterizados por dias trabalhosos como vaticinou Paulo e como disse Jesus que a iniquidade iria se multiplicar. Uma impiedade avassaladora correrá sobre o mundo como um tsunami e então os cristãos sofrerão pressão, passarão a serem esmagados pelas circunstâncias, como as azeitonas numa pedra de mó, e assim a pressão produzida, o impacto dessa pressão, a fim colocar os cristãos na parede, como numa situação de encurralados, esse será o momento da Vinda. Não em bonança, na embriagues de um conforto e num estado de sonolência provocado por uma vida desregrada.

 As Escrituras nos falam que devemos sofrer as aflições como um bom soldado de Jesus Cristo (II Timóteo 2:3) aqui temos a realidade espiritual tal como ela é, sem ilusões e sem fantasias religiosas, sofrer como um soldado, em batalha, uma batalha agonizante, esse é o aspecto do mundo, pois ele odeia cristo e odeia todos os seguidores de Cristo. Então estamos em um lugar inóspito, até que esse mundo seja transformado por Cristo em Nova Terra, a situação circunstancial é que ele jaz no maligno. Antes de século vindouro, o presente século é mau, e estamos aqui, atravessando esse campo de batalha, a noiva de Cristo atravessando a noite do presente século, em aflições e perseguições. Não estou tentando desanimar qualquer santo, na verdade sofrer por Cristo e cumprir os restos das aflições de Cristo é um fator de caracteriza, uma marca que distingue o verdadeiro do falso cristão. Suportar grandes combates de aflições (Hebreus 10:32) essa é a marca do peregrino celestial, e a proximidade da vinda de Cristo terá seu apogeu de perseguições e tribulações contra a igreja de Cristo.

Mas há a divina consolação, as aflições do tempo presente terão um fim, e a gloria do celeste porvir trará eterna consolação, Deus enxugará dos olhos, todas as lágrimas, é uma promessa no final do livro de Apocalipse, e então podemos cantar com Romanos 8:32 a 38:

 

Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?

Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.

Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?

Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir,

Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.



Em grandes aflições pereceram os primeiros apóstolos, e nem mesmo João foi poupado das aflições quando teve que cumprir uma pena na ilha de Patmos pelo crime de ter sido cristão. Como os primeiros cristãos, que foram acusados de serem ateus por não venerarem ídolos e rejeitarem o culto ao imperador, que consistia em acender um incenso perante a estátua do imperador erguida em muitas cidades provincianas do império romano, novamente os cristãos bíblicos serão perseguidos por não venerarem os novos ídolos do pragmatismo político e nem aceitar as ideias progressistas e vertentes políticas que funcionam como verdadeiras religiões do estado com suas mentiras para manobrar e manipular as pessoas. Assim uma religião global relativa, onde a verdade será apenas um neologismo elástico que aceitará tudo menos o que de fato seja absoluto dentro da esfera das Escrituras. A nova Ordem de coisas do porvir será a manifestação de um espírito secular anticristão que rejeitará os valores judaicos cristãos. Na verdade o processo já ocorre, e a iniquidade do mundo, já é uma causa de aflições para os santos que não se conformam com este século.

 Ora, se Cristo afirmou que no mundo teremos aflições, é correto crer que elas nos irão impor uma regra de piedade; o anseio pela volta do Senhor.

 O mundo então pesará sobre os cristãos, a pressão virá, mais e mais, o clamor da noiva pelo Noivo, e a libertação virá dos céus, o Senhor socorrerá os remanescentes, virá buscar a Sua igreja, mas isso não ocorrerá sem uma agonia profunda.

 

 

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