AS QUATRO REGRAS DE OURO PARA COMPREENDER A BIBLIA


 


Ao estudarmos a Bíblia sozinhos, nossa compreensão e aproveitamento aumentarão muito se aplicarmos as Quatro Regras de Ouro, que consistem em procurarmos respostas para estas perguntas:

QUEM FALA ?

É muito importante identificarmos quem é que está falando no trecho que estamos lendo porque às vezes são palavras de um incrédulo ou até mesmo do Diabo. Ex.: João 18:38; Mateus 27:11; 4:3,6,9.

Não se trata de adivinhação, mas sim de procurar e achar a resposta pois a Bíblia sempre diz quem fala.

PARA QUEM FALA ?

Para uma correta compreensão é fundamental também repararmos nisso, pois há instruções e promessas dadas a pessoas em particular ou somente para um grupo ou povo. Ex.: Gênesis 6:13-22; Êxodo 13:1-16; 20:1-22; 12:3.

SOBRE QUE ASSUNTO FALA ?

“Do que é que vocês estão falando?” é a pergunta que fazemos quando pegamos uma conversa já em andamento e não estamos entendendo a assunto. Proceda da mesma forma com o texto da Bíblia e você evitará “ficar por fora” ou tirar conclusões erradas, o que chamamos de “torcer a Palavra” . Ex.: I Corintios 15:29.

Novamente queremos insistir que não se trata de adivinhar mas sim de procurar esta informação no texto.

A QUE ÉPOCA OU DISPENSACÃO SE REFERE ?

Em II Timóteo 2:15, temos a instrução de que para ser um obreiro que não tenha do que se envergonhar, é necessário manejar bem a Palavra. Esta expressão é tradução da palavra grega orthotomounta, do verbo orthotoméo, que significa “cortar reto ou direito”, uma metáfora para a necessidade de sabermos dividir ou seja identificar as várias partes da Bíblia. Estas divisões também são chamadas de Dispensações (Efésios 3:2) e dizem respeito aos métodos divinos de tratar a Humanidade ou parte dela no que se refere ao pecado e a responsabilidade humana.

São sete as Dispensações identificadas da Bíblia. Em cada uma delas há uma prova para o homem natural (não salvo, não transformado) e todas terminam em juízo de condenação, com o completo fracasso do Homem.

O HOMEM EM INOCÊNCIA

Duração: da criação de Adão até sua expulsão

Regra: não comer do fruto da árvore do bem e do mal

Resultado: comeu do fruto proibido

Juízo: expulsão do Éden

Gênesis 2:7; 1:26; 2:16,17; 3:6,22-24

O HOMEM DEBAIXO DA SUA CONCIÊNCIA (conhecedor do bem e do mal)

Duração: da expulsão até ao Dilúvio

Regra: fazer o bem e evitar o mal

Resultado: toda a terra cheia de violência e corrompida

Juízo: morte pelo dilúvio universal

Gênesis 3:7,22; 6:5,11-12; 7:11-12,23

O HOMEM EM AUTORIDADE SOBRE A TERRA

Duração: do Diluvio até a confusão de línguas (Torre de Babel)

Regra: encher a Terra e povoá-la

Resultado: decidiram ficar juntos e independentes de Deus

Juízo: confusão de línguas

Gênesis 9:1,2,7; 11:1-9

O HOMEM DEBAIXO DA PROMESSA OU ALIANCA

Duração: de Abraão até Moisés

Regra: promessas incondicionais e outra condicionadas à fidelidade e obediência

Resultado: todas as condições foram violadas

Juízo: escravidão no Egito

Gênesis 12:1-3; 26:3; 13:14-17; 15:5; 28:12-13; Êxodo 1:13-14

O HOMEM SOB A LEI

Duração: de Moisés até Jesus

Regra: saem da relação da graça para prometerem que fariam tudo

Resultado: Cristo vem e é rejeitado

Juízo: os judeus são dispersos pelo mundo

Êxodo 19:1-8; Romanos 10:5; Gálatas 3:10; II Reis 17:1-18; 25:1-11; Atos 2:22-23; 7:51-52

O HOMEM DEBAIXO DA GRACA

Duração: da morte de Jesus até a Sua volta

Regra: Deus dando justiça e não a exigindo

Resultado: mundo incrédulo e igreja desviada

Juízo: pragas globais

􀂄 João 6:29,47; 5:24; 10:27; Efésios 2:2-9

􀂄 Lucas 18:8; 17:26-30; II Tessal. 2:7-12; Apocalipse 3:15-16

􀂄 Mateus 24:21-22; Daniel 12:1; Sofonias 1:15-18; Jeremias 30:5-7

􀂄 Mateus 24:29-30; 25:31-46

O HOMEM SOB O REINO PESSOAL DE CRISTO

Duração: da vinda de Jesus até o final do Milênio

Regra: submeter-se ao reinado de Cristo

Resultado: rebelião e morte geral

Juízo: a Segunda Morte, no lago de fogo e enxofre

Atos 15:14-17; Apocalipse 19:11-21; 20:1-6; Isaías 2:1-4, 11:1-16; Apoc. 20:3,7-15; 21:1-27; 22:1-21

É um erro muito comum querer aplicar a regra de uma Dispensação a outra Dispensação. Como exemplo isso podemos citar o fato dos Adventistas ensinarem a necessidade de guardarmos a Lei Mosaica (regra da 5ª Dispensação) nos dias atuais em que estamos na Dispensação da Graça, cuja regra é a justificação pela fé. Outro erro que podemos mencionar é o ensino da obrigatoriedade de pagarmos os dízimos.

Não é certo querermos fazer algo temporário tornar-se permanente. É preciso saber diferenciar o que é eterno daquilo que era apenas perpétuo, o que é permanente do que era provisório (Gênesis 9:12; 48:4; 31:16; João 5:24; 6:40; I Corintios 13:8-13).

Lembremo-nos de que é muito importante “cortar direito” ou seja manusear corretamente a Palavra, para não nos envergonharmos no futuro por termos feito ou ensinado coisas erradas.

Com a aplicação destas quatro regras para a interpretação correta da Bíblia certamente teremos maior segurança das interpretações e conclusões e seremos por isso muito abençoados.

Agradeço a Deus pelo Pastor Ross ter ensinado estas coisas simples mas que me sào tão úteis por tantos anos e que agora passo aos irmãos mais novos.

Pastor Márcio

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