A historicidade da Queda Comprovada pelo Comportamento Humano
C. J. Jacinto
Leitura: Genesis 3:1 a 14
O comportamento do homem adâmico é uma evidencia de que a queda de Adão foi um fato e não um mito.
Vejamos algumas dessas evidencias:
1 - Responsabilidade de culpa. É própria da natureza humana colocar a culpa nos outros. Dificilmente você conhece alguém que reconheça a própria culpa. Em todas as circunstâncias e em qualquer tempo, o homem nunca admite ter errado ou ser culpado, e responsabiliza os outros por todas as coisas ruins. O contrário não é a regra, mas a exceção.
2 - A negação da autoridade da Palavra de Deus. Não é incrível que o homem natural tenha uma aversão pelas Escrituras como autoridade e suficiência? A serpente atacou a autoridade do que Deus disse, induzindo Eva à dúvida. A antiga serpente saturou o coração de Eva acerca do que Deus disse ou não disse. A alta crítica e o modernismo têm feito isso; os incrédulos têm feito isso. Mas não é incrível que essa tenha sido a primeira atividade do diabo com respeito ao que Deus disse? E desde então, o livro de Gênesis e toda a Escritura sofrem ataques dessa natureza em todos os tempos, principalmente em nossos dias.
3 - A divinização do homem. A doutrina, a sugestão da serpente, a ideia sobrenatural imputada na consciência humana — "sereis como Deus" — e o homem nunca abandonou esse engano. Passaram-se os séculos, mas a ideia continuou. Abra a página da história: a doutrina do panteísmo, os monarcas antigos que se declaravam divinos, os deuses gregos e romanos que, segundo o teólogo primitivo Lactâncio, eram homens mortais que receberam honras e, para manter a memória deles, foram transformados em divindades. Olhe para o gnosticismo e a crença da centelha divina adormecida no interior do homem; o esoterismo e a crença no Eu Superior; o hinduísmo, a cientologia, o movimento Nova Era, o transumanismo e o salto quântico e evolutivo do homem para a transcendência à divindade. A crença falsa da antiga serpente está enraizada no coração do homem natural. Isso prova que um dia alguém semeou essa ideia no coração do homem e, em todos os tempos, desde a antiguidade até nossos dias, o homem nunca abandonou essa ideia, que foi o âmago da sedução do diabo.
4 - Assim também podemos provar que a existência do diabo é real pelo fato verificável de que o que engana todo mundo realmente enganou de forma explícita, como pode ser verificado na crença acima. A história do esoterismo, do espiritualismo, dos monarcas e religiões da antiguidade, e a crença de que o homem é uma emanação do divino ou pode tornar-se um deus têm sua origem num tentador, um agente pessoal que induziu o primeiro casal ao engano e ainda atua promovendo sua antiga mentira, que marcou as profundezas da psique humana.
5 - A sede pelo poder. A oferta da serpente foi "sereis como Deus", ou seja, poder! Olhe para a história do homem: desde os tempos mais primitivos até nossos dias, o que instiga o homem a roubar, matar e se envolver em toda sorte de conflitos, não é a fome pelo poder? As brigas, as revoluções, o instinto do homem em todo o tempo é marcado por uma fome insaciável por poder. Não é essa a história das grandes guerras? Políticos, clérigos, autoridades — a história não está profundamente marcada por grandes e pequenos conflitos pela conquista de poder e fama? Pois bem, foi exatamente isso que induziu Eva ao engano: a sedução pelo poder. A tentação de saciar essa fome voraz do homem por poder não é somente uma sugestão sedutora do diabo em Gênesis 3, mas uma continuidade do comportamento humano até nossos dias.
6 - Curiosidade pelo misterioso e desconhecido. Quando a antiga serpente sugeriu um conhecimento supranormal, avançado e sobrenatural, Eva foi seduzida por isso. E desde então, a história do ocultismo, do xamanismo, do espiritualismo e do esoterismo tem sido uma busca por um conhecimento das coisas ocultas e proibidas. Dessa inclinação começaram a surgir os necromantes, os feiticeiros, os magos, os invocadores de potências invisíveis, os satanistas, os espiritualistas, os esotéricos, os gnósticos. O conhecimento proibido cativa o homem — não somente o primitivo, mas também o moderno. Mesmo numa sociedade altamente secularizada como foi a URSS, a busca pelos poderes psíquicos e as pesquisas parapsicológicas exerceram grande atração e influência sobre os comunistas ateístas. Essa é uma atração enraizada no coração humano: os astrólogos e adivinhos querem conhecer o futuro; os esotéricos desejam entrar numa dimensão espiritual através do uso de psicodélicos; os projeciologistas desejam viajar por mundos espirituais desconhecidos; os psiconautas, mergulhar nos mares desconhecidos da psique humana. Essa é a nossa herança: o homem adâmico poluído pelas seduções da antiga serpente. E todas essas inclinações, que podem ser percebidas no contexto de Gênesis 3 e da Queda, estão presentes no homem moderno. Ateus e incrédulos podem zombar do livro de Gênesis; liberais e progressistas podem classificá-lo de mito, mas a própria natureza humana e suas inclinações aos pecados, em toda a história da humanidade antiga e moderna, correspondem às propostas tentadoras de Satanás — o que é uma prova, uma evidência clara de que a Queda foi um fato histórico que corresponde à natureza do homem e seus instintos ao erro.
7 - Assim, o sábio Salomão, investigando a vida e o comportamento dos homens, afirmou que não há nada de novo debaixo do sol. O que era antigamente, no livro de Gênesis, é o que se vê atualmente nas crenças e comportamentos dos homens de hoje.
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