Sombras Espirituais Sobre um Mundo Maduro Para o Juízo


Sombras Espirituais Sobre um Mundo Maduro Para o Juízo

 


C. J. Jacinto

 

 

Em sua magnífica obra, o livro “Caos Mundial, Sua Raiz e Solução”, G. H. Lang, comenta: “A antiga barca da sociedade humana, já decrépita, acaba de lutar contra o mais terrível e quase universal tornado que já encontrou Ela superou a tempestade, mas está tristemente maltratada, vazando e rangendo muito E a questão séria é se ela pode ser remendada antes que outra tempestade pior a mande para o fundo.” Lang escreveu seu livro, tendo como contexto a Segunda Guerra Mundial, da qual foi testemunha ocular dos horrores vivenciados. Ele observa que, no pós-guerra, a sociedade mergulhou num colapso profundo. Suas estruturas foram desmanteladas e permanecem irremediavelmente avariadas. Os efeitos desse desmoronamento e os danos subsequentes jamais se dissiparam do tecido social. É uma chaga aberta que persiste, enquanto a sociedade, iludida, busca uma saída e nutre a vã esperança de que tudo possa se resolver e que, futuramente, a humanidade encontrará a solução para todos os seus problemas e, por seu próprio esforço, alcançará um paraíso. Por trás dessa fantasia se esconde uma das mais terríveis ilusões.

 Em complemento ao tema da Segunda Guerra Mundial, destaca-se a obra "Ano Zero", do jornalista Ian Buruma, que aborda a profunda decadência moral que se instaurou, sobretudo na Europa, após o conflito. A sociedade, com sua sensibilidade já obliterada pelos horrores testemunhados e vivenciados durante aquele período, mergulhou em um abismo de devassidão, imoralidade e corrupção sem paralelo na história.

 Atualmente, observa-se um crescente declínio moral na sociedade contemporânea. Essa deterioração é notória e evidente. A preocupação central reside na insensibilidade de muitos indivíduos, alguns autodenominados cristãos, uma insensibilidade mórbida perante os valores morais em declínio e a imoralidade crescente que deteriora as bases da nossa sociedade. Essa situação sugere a iminência de um período de juízo intenso, conforme predito nas escrituras, conhecido como a Grande Tribulação. Estamos caminhando a passos largos para lá.
 Tenho acompanhado atentamente informações presentes nas escrituras sobre este tema. Inicialmente, recordo-me de Mateus, capítulo 24, versículos 37 a 39, no sermão profético, onde Jesus adverte que os últimos dias se assemelharão aos dias de Noé. Assim, esses dias finais são caracterizados por aspectos cruciais que nos permitem compreender o comportamento moral da sociedade na época que antecede a segunda vinda de Jesus.
 A questão da insensibilidade me chama particularmente a atenção, especialmente a insensibilidade presente no cristianismo moderno. Considero que essa possa ser uma consequência da experiência de gerações das décadas de 1980 e 1990, que vivenciaram um período de grande expectativa em relação ao retorno de Jesus Cristo e ao fim dos tempos, frequentemente associado a datas específicas, como a virada do milênio. Diante da multiplicidade de perspectivas e abordagens sobre essa temática, e com o não cumprimento das previsões, parece ter surgido, junto com as falsas expectativas numa certa indiferença em relação aos temas escatológicos e ao retorno de Cristo.

 Contudo, a sociedade contemporânea tem experimentado transformações significativas, sobretudo no âmbito moral. Observa-se a manifestação de um espírito, por vezes percebido como anticristão, que influencia a esfera política, as ações governamentais e o comportamento social em geral. Essa influência se estende, em certa medida, ao próprio cristianismo, evidenciando um impacto negativo. A presente decadência moral e as crises sociais, manifestas no comportamento de indivíduos, inclusive daqueles que professam a fé cristã, podem ser interpretadas como sinais de transformações morais e espirituais profundas, com potenciais consequências significativas e impactantes para o mundo. Eu me refiro a adoção a uma crença rasa e uma forte confiança no sistema político ao invés de uma confiança absoluta no Senhor.

 Considerando novamente as palavras de Jesus em Mateus, capítulo 24, versículos 37 a 39, nas quais Ele estabelece uma comparação entre os dias de Noé e os dias que precederão a Sua segunda vinda, somos levados a refletir sobre o comportamento humano e o estado da sociedade na época do dilúvio.

 Para uma melhor compreensão, voltemo-nos também à segunda epístola de Paulo a Timóteo, capítulo 3, onde, nos primeiros versículos, ele aborda a questão dos "últimos dias". Paulo adverte: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão amantes de si mesmos, avarentos, orgulhosos, soberbos, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor, implacáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, cheios de orgulho, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o poder dela. Afasta-te também destes."

 É possível observar claramente o comportamento da sociedade e das pessoas, evidenciando uma notável deterioração moral. Acredito que as características dos últimos dias, conforme mencionadas por Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, e comparadas por Jesus aos dias de Noé, se encaixam perfeitamente na situação atual.

  Compreendemos que, na atualidade, comportamentos considerados estranhos e moralmente questionáveis têm se intensificado, resultando em consequências negativas para a sociedade. Observa-se, de maneira preocupante, uma tendência autodestrutiva, como se a coletividade estivesse em um processo de declínio.  Uma intensa influencia demoníaca permeia o mundo, e a muitos séculos atrás o apostolo João já declarava que o mundo jaz no maligno.  A crueldade, em particular, tem se manifestado de forma crescente, evocando a memória de indivíduos de caráter duvidoso que emergem sobre o mundo com um potencial de hipocrisia sem precedentes na historia do comportamento humano. Tais comportamentos sugerem a ausência de afeto pelos semelhantes, revelando traços de traição, orgulho e aversão à ética. Observa-se, também, uma inclinação para a avareza, a presunção, a soberba, a blasfêmia e a desobediência, caracterizada por uma profanação generalizada. O apóstolo Paulo, em sua epístola, adverte sobre aqueles que aparentam piedade, mas negam sua essência. Essa advertência se aplica a indivíduos que, embora pratiquem rituais religiosos, demonstram comportamentos que contradizem os princípios da fé.

 Diante desse cenário, vivemos em um período crítico, marcado pela falta de respeito e pela ausência de valores morais. Para aqueles que cultivam a fé e a busca pela retidão, a situação atual causa angústia e sofrimento, diante da deterioração dos princípios que fundamentam a sociedade. Na profecia de Paulo sobre os últimos dias, anuncia-se um tempo de grande dificuldade, no qual a prática da virtude será desafiadora. Será árduo manter a bondade, a justiça, a santidade, a piedade, a sensatez e a coerência diante dos valores corretos e da verdade, pois o relativismo moral se espalhou pela sociedade, contaminando os indivíduos. Este processo, como uma doença moral e espiritual, conduz a sociedade a uma situação crítica. A única solução, diagnosticada pelas Escrituras, é o juízo divino, que se aproxima. Pois o que menos se deseja é o arrependimento sincero e uma vontade resoluta de viver de acordo com os valores judaico cristãos.

 Devemos, portanto, estar vigilantes, reconhecendo a influência demoníaca, o espírito do erro e o espírito do anticristo, que foram alertados tanto pelo apóstolo João em suas epístolas quanto por Paulo. É crucial estarmos conscientes do que ocorre ao nosso redor, pois as dificuldades se intensificarão. Uma igreja fragilizada e um cristão superficial, sem profundidade espiritual, não terão a fortaleza necessária para enfrentar as provações vindouras.
 A resistência às verdades bíblicas se intensificará tanto no mundo quanto no seio da igreja, conforme predito por Paulo. Os indivíduos, embora constantemente expostos ao conhecimento, não alcançarão a plena compreensão da verdade. Essa resistência se manifestará devido à corrupção do entendimento, levando à rejeição da fé.  A precisão da descrição de Paulo se revela cada vez mais em nossa época. Como o irmão Lang observou em sua obra, já citada, ele teve uma clara percepção dessa decadência, fenômeno que se acentua em nosso tempo. Desde a Segunda Guerra Mundial, observa-se um declínio progressivo, que se estende através dos anos, rumo a um ponto culminante, em conformidade com as profecias de Paulo e de outros que abordaram a questão dos últimos dias e da sociedade em declínio, onde a multiplicação da iniquidade se tornará evidente.

 A questão crucial é: estamos conscientes dessa realidade? Ou permanecemos indiferentes, optando por uma visão ilusória da situação? Que Deus nos preserve de tal atitude, pois, em tempos de adversidade, a negligência do cristão em face da verdade pode resultar em consequências irreversíveis. Despertar para essa realidade pode se dar muito tarde, encontrando-se o indivíduo imerso em um pesadelo profundo quando se der conta da situação em que se encontra inserido. Essa trágica experiência foi a amargura e o desespere de muitos incrédulos e cristãos  durante a Segunda Guerra Mundial. Não devemos adiar nossa reação quanto ao fato de que o estado de putrefação social já está acelerado, há pouco sal espiritual agindo, a maioria dos cristãos preferem se conformar com o presente século e colocar a sua segurança e confiança em sistemas que já demonstraram serem falidos.





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