Em diversos trechos do Novo Testamento, evidencia-se o poder de Jesus sobre a criação. Tais manifestações servem como prova da divindade de Cristo, pois a capacidade de realizar atos contínuos e abrangentes em todos os aspectos do reino natural, como se observa em seus milagres, demonstra domínio sobre toda a criação. Esse domínio se estende ao cosmos em suas dimensões macro e micro.
Um exemplo notável encontra-se no Evangelho de
João, capítulo 2, onde Jesus realiza seu primeiro milagre, transformando água
em vinho. Nesse evento, o poder de Cristo atuou nas moléculas da água,
alterando sua composição para transformá-la em vinho. Essa intervenção divina
no mundo subatômico, promovendo mudanças na matéria, ilustra o poder de Cristo
sobre a criação. A água, insípida e incolor, foi convertida em vinho,
apresentando sabor e cor distintos, o que demonstra uma transformação completa.
Assim, revela-se o poder de Jesus sobre a matéria e sobre as coisas criadas,
evidenciando seu domínio sobre os átomos.
Em Marcos, capítulo 6, versículos 30 a
44, narra-se o notável milagre da multiplicação dos pães. Nesse evento
prodigioso, evidencia-se o exercício do poder de Cristo sobre a matéria,
permitindo a multiplicação dos pães. Tal feito demonstra o controle de Jesus
sobre a criação, como seu Criador. A matéria, transformada pelo poder divino,
multiplicou-se, revelando o poder criador de Cristo e seu domínio sobre ela.
Este milagre atesta, ainda, a capacidade de Jesus de influenciar os elementos
mais ínfimos da matéria, possibilitando a multiplicação dos átomos e moléculas
que compõem o pão, para a realização desse evento extraordinário.
Analisamos o relato do Evangelho de
João, capítulo 11, versículos de 1 a 46, que descreve o milagre da ressurreição
de Lázaro, ocorrida quatro dias após seu sepultamento.
Inicialmente, considerando o corpo de Lázaro, que fora sepultado e permaneceu
no túmulo por quatro dias, observa-se que o processo de decomposição já se iniciara.
A deterioração biológica era evidente, com a cessação das funções orgânicas. A
atividade cerebral e a consciência haviam, portanto, se extinguido.
Cristo, contudo, restaura, primeiramente, a consciência; o cérebro retoma suas
funções e, subsequentemente, as células. Qualquer cientista reconhece que as
células são complexas estruturas, verdadeiras usinas químicas em nosso corpo as
células do corpo de Lázaro voltaram a funcionar. O coração voltou a bater, e a
respiração e os pulmões retomaram suas atividades. Foi uma obra extraordinária,
uma restauração espiritual, consciencial e biológica, que trouxe Lázaro de
volta à vida.
Portanto, observamos que Jesus detém autoridade, inclusive sobre a morte, a
capacidade de restaurar a vida e de conceder novamente o sopro vital àqueles
que deixaram esta existência terrena. Somente alguém com domínio absoluto
poderia realizar uma obra tão extraordinária.
Voltamo-nos agora para Lucas, capítulo 8, versículo 24. Ali, somos informados de que Jesus possui domínio sobre os ventos e as tempestades. Consideremos a magnitude da obra, o poder e a autoridade de nosso Senhor, que ordena aos ventos e às tempestades que se acalmem. Toda a natureza, em seu funcionamento e leis, está completamente sujeita às ordens dAquele que a criou. Vemos, portanto, que Cristo, sendo Deus, exerce poder sobre o meio ambiente, sobre a criação e sobre as forças naturais.
Examinemos, Marcos, capítulo 6, versículos 45 a 52, com foco no versículo 48, que relata Jesus caminhando sobre o mar. Nesse episódio, Jesus demonstra domínio e poder sobre as leis naturais, incluindo a gravidade. Ele flutua sobre as águas, desafiando as leis estabelecidas. Este é um milagre que evidencia o poder e a autoridade de Jesus sobre a natureza, permitindo-lhe agir em conformidade com as leis que Ele mesmo estabeleceu e criou. Assim, observamos o completo domínio de Jesus sobre as leis que regem o universo.
Em Mateus, capítulo 17, versículo 18, e em diversas outras passagens, observamos a autoridade de Jesus sobre o mundo espiritual. Anjos caídos, demônios e espíritos impuros estão sujeitos ao poder e à autoridade de Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador. Como Filho de Deus, Ele detém poder sobre todas as forças e potestades. Dessa forma, mesmo no reino invisível, distinto do nosso mas parte da mesma criação, podemos afirmar, em termos contemporâneos, que Ele exerce poder sobre dimensões paralelas e o mundo sobrenatural. Consequentemente, Jesus Cristo deve ser reconhecido como Todo-Poderoso, pois possui domínio sobre as leis do universo, tanto as físicas quanto as espirituais. Essa passagem, juntamente com outras, ilustra a completa autoridade que Ele tem sobre os espíritos malignos.
Ao examinar o capítulo 24 de Mateus e
outras passagens proféticas correlatas, constatamos que Cristo possui o
conhecimento integral do futuro, descrevendo eventos que se estenderão além de
sua própria vinda, abrangendo o mundo futuro. Essa capacidade decorre de seu
perfeito entendimento do passado, presente e futuro. Seu conhecimento
transcende os limites temporais, alcançando os períodos mais distantes. Cristo
detém esse conhecimento, revelando sua onisciência em relação aos
acontecimentos por vir, em virtude de sua onipotência. Diferentemente dos
profetas do Antigo Testamento, que recebiam revelações, o conhecimento
profético de Cristo é inerente a Ele. No Novo Testamento, é Ele quem revela o
futuro aos apóstolos, conforme ilustrado em Apocalipse 1:1. Assim, Cristo, como
conhecedor do futuro, exerce domínio sobre o tempo, abrangendo passado, presente
e futuro. Em consonância com essa realidade, o autor da Epístola aos Hebreus
afirma que Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Muitas reflexões admiráveis podem ser feitas sobre o Filho unigênito de Deus, o Verbo que se fez carne, Aquele que entregou a vida na cruz do Calvário. Diversas passagens bíblicas comprovam, e o Novo Testamento atesta, o ensinamento fundamental de que Jesus Cristo assumiu sobre si os pecados de todos os homens, de todos aqueles que se arrependem e creem. Na cruz, naquele evento histórico, Jesus morreu pelos nossos pecados. Por que ele suportou essas iniquidades? Por que ele suportou o castigo que nos traz a paz? Por que ele levou sobre si os nossos pecados? Por que ali na cruz, ele suportou a ira de Deus e a condenação que nos cabia? Porque ele era todo-poderoso; caso contrário, jamais teria suportado tal fardo. Jesus suportou a condenação e a ira de Deus para nos conceder a justificação. Assim, na cruz do Calvário, Jesus, suportando as transgressões da humanidade, cumpriu a sentença que era nossa, a fim de nos justificar. Somente alguém todo-poderoso poderia ter a capacidade e a força para suportar tal sofrimento.
Em conclusão, consideremos Hebreus, capítulo 1, versículo 3. O autor de Hebreus declara: "Este, que é o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu ser, e sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas." O autor testifica de forma clara que Jesus sustenta todas as coisas através do poder de sua palavra. Esta é uma afirmação notável. Diante desta declaração, somos levados a refletir, pois o mesmo Jesus, que agora está sentado à direita de Deus, sustenta o universo inteiro por meio de sua palavra. Sua palavra possui autoridade. Somente a palavra de um ser onipotente poderia sustentar o universo e garantir sua manutenção. É exatamente isso que o autor de Hebreus afirma sobre Cristo. Esta passagem, juntamente com os argumentos anteriormente apresentados, evidencia que Jesus Cristo é todo-poderoso e, por natureza, divino, demonstrando completo domínio, conforme observado nas passagens analisadas neste estudo
C. J. Jacinto
0 comentários:
Postar um comentário