Já presenciei inúmeras vezes em que
pregadores, oram por pessoas e elas caem, dependendo das circunstâncias, uns
afirmam que tais pessoas “caíram no espírito” e em outras, que foram
“anestesiadas” para receberem a cura, de qualquer forma, deveríamos ser
criteriosos sobre o assunto, porém, como acontece sempre, a maioria se omite a
verificar se essa pratica tem o aval das escrituras. É um grande erro,
aceitar as coisas sobrenaturais, como se todas procedessem de Deus, ou ainda
mais grave é aceita-las sem o apoio claro das escrituras. Eu me preocupo
bastante, com a falta de discernimento e a ignorância sobre o assunto. Gostaria
de deixar um parecer claro sobre essa pratica de derrubar as pessoas, com o argumento
de que elas estão sendo "anestesiadas" ou estão cheias do "poder de Deus", ou que
foram derrubadas para que o SENHOR venha efetuar uma "cura" nelas. No final, você
mesmo pode tirar as suas conclusões.
Mas o que a bíblia diz sobre o assunto?
Quero me concentrar na temática polemica do “cair na unção” ou no “cair
anestesiado” ou “cair para receber uma cura” porque minhas verificações como
testemunha desses fenômenos, tiveram como contexto, o argumento de que eram uma
dessas três coisas que estava ocorrendo quando alguém recebia uma oração, caía,
supostamente pelo poder do Espírito Santo, para receber uma cura. Vamos
verificar nas escrituras, e depois você mesmo pode tirar suas conclusões.
Tendo em vista de que o o principio bereano (atos 17:11) é o que aplicarei nesse estudo, agradecerei se na medida da leitura desse artigo, o leitor tomasse sua bíblia e abrisse nas respectivas passagens bíblicas.
Primeiro exemplo: A sogra de Pedro (Mateus
8:14 e 15) quem derrubou ela? A doença! Quando Cristo chegou lá, ela estava
acamada, e então o Senhor repreendeu a febre e ela se levantou. Aqui está um
exemplo claro, de que Cristo não derruba para curar, mas cura para que a pessoa
outrora doente, receba a cura e se levante.
Segundo exemplo: Um paralitico recebe o
perdão dos pecados, ele não precisou ser anestesiado ou cair no espírito para
receber a cura, pelo contrario, o Senhor mandou que ele se levantasse e não que
caísse (Mateus 9:6)
Terceiro exemplo: A ressurreição de uma
menina, ocorreu depois que a morte derrubou ela, nesse grandioso milagre, Jesus
mandou que ela se levantasse (Mateus 9:25) até aqui vimos como o “cair” nunca é
uma obra do Espírito Santo, mas o levantar sempre é o resultado do milagre.
Quarto exemplo- Os cegos em Jericó,
clamaram ao Senhor. Eles desejavam receber a cura, então, pelo fato de estarem
assentados no caminho, o Senhor os cura. Eles seguem Jesus pelo caminho, o que
indica que estavam assentados e de imediato se levantaram. Para recebeu a cura,
não precisaram “cair no espírito” (Mateus 20:29 a 31)
Quinto exemplo: Jesus em Marcos 11:23
fala sobre o poder da fé, e a fé nos conduz a possibilidade de que Deus
erga montanhas e não que derrube elas. Aqui está um exemplo simples, de que a
fé serve para levantar as pessoas e não para derrubá-las.
Sexto exemplo: A morte derrubou
lazaro, e Cristo ordenou que ele saísse da sepultura, o que indica que enquanto
a morte derrubou Lazaro, Cristo, pela ressurreição, levantou ele (João 11:43)
Sétimo exemplo: a cura do paralitico no
tanque de Betesda, Jesus não anestesia o homem paralitico, mas ordena que se
levante e tome o leito, simples e claro! (Joao 5:8)
Oitavo exemplo: Jesus encontra um homem
com a mão mirrada na sinagoga, e o que ele ordena? Que o homem se levante para
ser curado (Lucas 7:11 a 17) sem palavras, Jesus aqui, faz o inverso, dos
promotores do movimento “cai, cai”...
Nono exemplo: o coxo na porta Formosa, o
que João e Pedro ordenaram a ele? Levanta-te em nome de Jesus! (Atos 3:6) Eles
não precisaram impor as mãos no pobre homem para “cair no espírito” e receber a
cura, simplesmente ordenaram que ele se levantasse, e ele se levantou.
Décimo exemplo: quem derrubou Dorcas? A
doença e a morte! E quem ordenou que ela levantasse? Oh sim! Leia você mesmo
(Atos 9:39 a 43)
Décimo primeiro exemplo: A cura do
paralitico em Listra, ordenaram a ele que se levantasse, e não que “caísse no
espírito” para receber uma suposta anestesia e uma cura. (Atos 14:10)
Exemplos negativos nas Escrituras
Primeiro exemplo: O demônio derrubou um
homem dentro da sinagoga, quando foi repreendido por Jesus (Lucas 4:31 a 37)
Segundo exemplo: Os que foram rebeldes na
peregrinação do êxodo, morreram caídos, prostrados no deserto (I Coríntios
10:5)
Terceiro exemplo: Por ocasião daquele
acontecimento trágico, em Atos 5, Ananias e Safira caíram diante de Pedro.
Porque? Fizeram trapaça e mentiram. Aqui temos um exemplo de duas pessoas
caírem diante de uma congregação, na presença de um apostolo aqui eles caíram
pelo poder de Deus, mas foi um juízo divino. (Atos 5:1 a 10)
Quarto exemplo : aqui mais uma vez, a ação
de demônios derruba uma vitima, induzindo-a a que seja arremessada ao fogo e na
água, e então depois de uma radical libertação, ela fica como morto, caída no
chão, até que Jesus o levanta. Como vimos, Jesus levanta aqueles que os
demônios derrubam (Marcos 9: 24 a 26)
Positivamente considerado
Exemplo de João na Ilha de
Patmos.(Apocalipse 1) Nesse caso, foi a glória de Deus que se manifestou de
forma literal, não foi por causa de um enchimento, uma unção que caiu sobre
João ou por causa de uma cura que ele tinha que receber, por isso não deve ser
tomado como argumento favorável, para o “cai, cai” porque João se prostrou
diante de Cristo por causa da glória e da autoridade do Filho de Deus, como
podemos observar em Filipenses 2:10. E não porque alguém orou por ele, para
receber uma unção ou uma cura.
Exemplo de Paulo no caminho de Damasco.
Mais uma vez, podemos observar que a queda de Paulo foi por causa da glória e
da autoridade de Cristo, e não porque Paulo foi cheio do Espírito, ou que
recebeu uma unção especial. Portanto o exemplo de Paulo não serve para
justificar o “cai, cai” moderno promovido por pregadores pentecostais.
O exemplo da glória no templo em I Reis
10:8 a 11, não serve como alicerce, para justificar o movimento do “cai, cai”
porque o que ocorre ali é a glória e o poder de Deus, impedindo a ministração
dos sacerdotes, não se trata de um recebimento de poder, uma unção que os
sacerdotes receberam, como querem propor os defensores do movimento do “cai,
cai”
O exemplo de Daniel 10:8 e 9, também nada
tem a ver com as experiências do movimento “cai, cai” aqui Daniel tem uma
experiência singular de revelação, ele não recebeu uma unção, um enchimento ou
teve alguém que impôs as mãos sobre a sua cabeça, ele não estava em um culto,
nem precisava receber uma cura, apenas teve uma experiência singular da
autoridade de Deus, e a revelação sobre os acontecimentos dos últimos dias.
Considerado a partir do movimento da graça
de Deus no coração do homem
Nesse caso, a queda espiritual do filho
prodigo foi por causa de seu pecado, e quando ele caiu em si, simplesmente se
levantou, e foi ter com seu pai. A graça levanta o homem, para estar firme e
sóbrio diante de Deus (Lucas 15:18)
Considerado na perspectiva ministerial
“E a oração da fé salvará o doente, e o
Senhor o levantará...” (Tiago 5:15) na ministração de oração ao enfermo, a
orientação bíblica é que o enfermo se levante, e não que sofra uma queda para
receber supostas cirurgias e ou anestesias. Tais conceitos são completamente
estranhos as escrituras.
Uma palavra final: considerando o que as
escrituras falam sobre o assunto, não tenho a intenção de ser áspero em minhas
palavras, apenas desejo que todos sejamos coerentes, e tenhamos o
discernimento, para não cair em enganos, nem abraçar outro evangelho, pois isso
é abrir as portas para a maldição (Gálatas 1:8). Portanto segue a regra
simples de ficar somente com a revelação das escrituras, a bíblia como lâmpada
que ilumina nossas questões espirituais (Salmos 119:105). Creio que as
manifestações autenticas do poder de Deus, se encaixam perfeitamente com a
revelação das escrituras e não desrespeitam as regras nelas contidas ou
invertem os princípios nelas descritas. Creio na suficiência das escrituras, e
no que ela ensina, e na medida em que leio e estudo a bíblia, compreendo que
tudo deve ser testado de acordo com seus ensinos. Pelo fato da porta do
sobrenatural estar aberta, inclusive as portas do engano. João admoesta a
provarmos os espíritos (I João 4:1 a 6).
Muitos temem blasfemar contra o Espírito
Santo, e se esquecem que a blasfemia pode vir justamente no fato de atribuir ao
Espírito Santo, coisas que trazem confusão, divisão, discórdias, bizarrices e
tantas coisas que distorcem a verdadeira natureza das coisas santas e puras.
Lembremos disso sempre. Pois o Senhor deve ser exaltado através de nossa
fé. Deve ser adorado através de nosso culto, e deve ser respeitado através da
revelação das escrituras.
O simples fato de rejeitar algo que
não tem apoio nas escrituras não se constitui um pecado, na verdade, trata-se
de ter sobriedade, prudência e sabedoria, com relação as coisas espirituais.
Textos bíblicos para um estudo pessoal
II Timoteo 4:3 e 4, Judas 3 a 13, Mateus
24:11 a 13, Deteronomio 13:1 a 3, II Tessalonicenses 2:1 a 12, I Corintios 3:16
a 17II Pedro 2:1 a 3.
Tenhamos muito cuidado com as novidades e
as inovações
A escolha é sua...
Eu fico com as escrituras, com a ordem e
com a decência...
(2) http://wwwcomunidadecristaleaodejuda.blogspot.com.br/2011/03/cair-no-poder-e-de-deus-ou-
do-diabo.html
Veja também a posição de Ciro Zibordi em
As declarações de Paul Gowdy ex integrante do grupo Vineyard em:
Autor Clavio J. Jacinto
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