Evidencias Contra Idolatria - Cristianismo Primitivo


“Somente o cristianismo, depois da destruição do Templo, desenvolveu uma rejeição fundamental do culto sacrifical. Apenas agora, na Carta aos Hebreus, o único sacrifício de Jesus tomou-se a supressão definitiva de todos os outros sacrifícios rituais. Nela, os grupos gentio-cristãos reivindicavam, independentemente do culto da religião-mãe, oferecer tudo aquilo que, de outra forma, um culto na Antiguidade oferecia: certamente eles não tinham nenhum sacerdote sobre a terra; em compensação, porém, tinham um sumo sacerdote no céu. Eles não tinham Templo algum; em contrapartida, tinham um Templo cósmico, que abrangia o céu e a terra. Não tinham nenhum sacrifício, mas, em troca, tinham um sumo sacerdote que se ofereceu por eles, uma vez por todas e, por meio disso, revelou a infrutuosidade de todos os demais sacrifícios. Eles não tinham ídolos, mas, por outro lado, eles adoravam aquele que era a imagem de Deus — um reflexo de sua glória. Em resumo, eles ofereciam tudo aquilo que, segundo a antiga compreensão, uma religião (ou melhor: um culto) realizava — apenas de maneira diferente, melhor e mais perfeita.  também os judeo-cristãos ligaram-se à radical crítica aos sacrifícios depois do ano 70 e, com isso, seguiram adiante, como os demais judeus. Eles sabiam: Jesus havia previsto a destruição do Templo. E isso foi reinterpretado, após sua efetiva destruição, no sentido de que Jesus teria querido preparar o fim do culto sacrifical. Em um evangelho judeo-cristão, Jesus resume assim seu envio, conforme vimos: “Eu vim para suprimir os sacrifícios, e se vós não cessardes de oferecer sacrifícios, a ira não vos abandonará” (EbEv Frg. 6). No mesmo evangelho encontramos, além disso, alusões a vegetarismo, o que provavelmente está em relação com a crítica aos sacrifícios cruentos.”(Gerd Theissen A RELIGIÃO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS  Paulus  PAG 196 e 197)

 

 

 

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