Perspectivas sobre Discernimento


 

Perspectivas sobre Discernimento

 

 

Com relação ao mover e a ação do Espírito Santo no homem, precisamos de discernimento, Deus não é Deus de confusão (I Coríntios 14:33) As ações e as manifestações do espírito santo são de acordo com seu caráter. Agir com perda de controle, quebrando a ordem do ambiente, não é expressão exterior de santidade mas de insanidade. Devemos discernir as ações santas (fruto do Espírito: temperança) das insanidades.

Ter a mente de Cristo é a base pelo qual nos tornamos espirituais, Paulo afirma “Nós temos a mente de Cristo” (I Corintios 2:16)

E necessário que um cristão tenha a mente de Cristo, uma formação espiritual elevada, uma comunhão profunda com a verdade para que haja uma eficiência em distinguir o Espírito da verdade e o espírito do erro. O Espírito da verdade é sempre verdadeiro na sua natureza e bíblico na sua cosmovisão, o enganador faz uso distorcido das coisas espirituais para isso, o espírito do erro  usa de engano, o espírito do erro se disfarça de verdade, pois seu intuito e enganar a todos,  inclusive os cristãos genuínos, a função do Espírito e convencer acerca das verdades divinas, o espírito do erro usa até mesmo a verdade, porém antes, torce os fatos para alcançar objetivos sombrios.

O engano é sempre antigo, as capas mudam, a essência não,  o erro de Jezabel, o culto a rainha dos céus, o sacrifício a Moloque, os êxtases pagãos, tudo isso funciona hoje sob uma nova roupagem, inclusive usando terminologias bíblicas, só homens realmente espirituais discernem isso. Os que não possuem a mente de Cristo ficam alheios ao engano.

O espírito do erro pode citar a pessoa histórica de Cristo, pode professar crença nele, mas nega a sua divindade, seu senhorio universal, sua morte redentora ao custo do sangue imaculado e divino (Atos 20:28), nega a encarnação do Verbo, exclui uma justiça divina plena e absolutamente satisfeita com o sacrifício redentor realizado uma vez por todas pelo sangue do Filho de Deus, derramado na obra Consumada e Perfeita que o próprio Cristo efetuou com perfeita eficácia na cruz do Calvário. O espírito do erro pode fazer uso constante das Escrituras, a freqüência com que cita textos sagrados não significa outra coisa senão, a intenção sagaz de enganar. Como faz isso? Torcendo o texto sagrado, adulterando o sentido exato, obscurecendo um texto claro,  falsificando seus princípios, negando a autoridade da Bíblia citando a própria bíblia, parece muito rico em apresentar passagens bíblicas , porém faz de forma errônea, e como em Genesis 3 faz uma diminuição da autoridade divina usando a tática da exaltação da criatura, de modo enfático nega a morte advertida pelo Senhor e afirma falsamente a experiência do conhecimento supra-sensível e uma consagração a divinização conquistada pela desobediência. 

Uma pessoa pode ser simples, mas ela precisa ser verdadeira em suas intenções e buscas, deve ter zelo com entendimento com relação a vida cristã, buscar quem lhes ensine muito bem as Escrituras, ser cercado de mestres fieis que manejam bem a Palavra da verdade, é preciso que se considere esse fato:
Uma vida intelectual elevada e compatível com uma cegueira espiritual profunda.

Então homens extremamente bíblicos possuem verdadeira sabedoria e intelecto teológico elevado. Possuem a mente de Cristo e podem compartilhar das coisas espirituais na formação de verdadeiros discípulos.

Outro fato é importante:

O estudo pessoal das escrituras é insubstituível, haverá enorme prejuízo espiritual para os que quem negligenciar um estudo dedicado da palavra de Deus.

Crer em Cristo não nos conduz a passividade, crer é uma conformidade, e uma direção espiritual, é um ajuste da vontade, é uma submissão ao Senhor, de nada adiante confessar Cristo como Senhor e não se submeter aos seus conselhos e princípios e doutrinas.

Ter a mente de Cristo é olhar para o mundo como ele olhou, é ter repugnância da hipocrisia como Ele teve, e discernir a gravidade do pecado como ele discerniu,  e sujeitar-se a vontade de Deus como Ele foi sujeito, é amar a humildade como virtude divina e rejeitar o orgulho como vício satânico e compreender que a consagração total do ser é o único meio para uma rendição absoluta a Deus.  Ter a mente de Cristo é enxergar a eternidade como algo além do tempo, colocando na dimensão do todo sempre os valores da vida, discernindo como algo imensurável que pode transcender a presente era.

Num mundo cheio de confusão Paulo disse “Se a trombeta der som incerto quem se preparará para a batalha?” (I Coríntios 14:8) é preferível um mundo de silencio a uma multidão de falsos profetas que corrompem e desintegram as verdades mais preciosas do Evangelho.


Muitas vezes o silêncio tem mais virtudes e profundidades do que centenas de palavras proferidas por um coração vazio das verdades divinas.

Muitas vezes é bem melhor ser recolhido pela solidão na presença do silêncio do que permanecer em meio a pessoas que oferecem coisas inferiores a isso.

Pois no silencio a voz das Escrituras podem ser ouvidas pelo coração, contemplar a criação e adorar o Criador é bem melhor do que ouvir um falso profeta.

Experiências espirituais e transcendentais, podem ser genuínas e validas se nos levar para dentro das Escrituras, se não nos afastam delas, que respeitam a autoridade final e nunca são colocadas contra e acima delas, que nós leve para uma vida mais para dentro das verdades bíblicas e termos uma visão mais cristocentrica, é confiável se nos possibilitar sermos mais maduros, mais humildes e mais bíblicos.

Achegamo-nos ao Senhor, que a mente de Cristo seja real em nós, a posse de uma vida intelectual elevada, que transcenda a incredulidade e o fisicalismo, essa é a mente do Senhor, que nos possibilita compreender e ver as coisas verdadeiras em um sistema cheio de falsidades.

Prosseguimos. Em II Coríntios 11:14 Paulo diz que não é maravilha que satanás se transfigura em anjo de luz e seus ministros em ministros de justiça. Aqui está o campo do maravilhoso, é enganador, mas é maravilhoso! Transfigurar-se no contexto de espíritos caídos é imitar, nada mais que isso. Mas o príncipe das trevas simula uma natureza ígnea, e seus ministros se estabelecem por uma falsa justiça.  Qualquer homem sem discernimento que tem a experiência de ver um anjo de luz terá seu ego despertado, ele tremerá desde as bases, ele dirá para si mesmo que é um homem espiritual, de experiências profundas com o sobrenatural, se achará um grande personagem, um escolhido, mas  por trás da visão, se encontra apenas um disfarce e se ele não tem discernimento, cairá numa tapeação que lhe custará muito caro.  O príncipe da escuridão se acende para trapacear, olhos fracos nas Escrituras é visão nublada, como na queda, Eva viu que a arvore parecia agradável, tomou para si e comeu o fruto. A visão do brilho sobrenatural encanta as multidões, a fantasia é encantadora, lobos se disfarçando de ovelhas, os mais terríveis seres caídos, usam a aparência brilhante para atrair, engodar e trapacear, predadores espirituais que buscam suas vitimas e encontra em cada homem em discernimento, uma vitima fatal.

O caminho que Cristo nos oferece para lidar com o engano e equívocos como Ele mesmo teve que confrontar na sua época, lidando principalmente com fariseus e saduceus foi o conhecimento das Escrituras

Como Cristo usava discernimento? Ele usualmente usava as Escrituras, um judeu convertido a Cristo, afirmou:

 

“Todo leitor atento dos discursos de Cristo, que possui conhecimento do chamado Antigo Testamento, deve sentir-se convencido de que Jesus conhecia as Escrituras desde criança; e que sua mente, sua memória, sua imaginação, todo o seu homem interior, estava repleto dos tesouros da Palavra escrita.”  (Adolf Sephir)

 

Ele prossegue e ainda nos diz:

 

 “Um conhecimento exterior da letra das Escrituras sem uma experiência interior do poder de Deus é inútil; a experiência espiritual do poder de Deus é sempre acompanhada pelo conhecimento e amor das Escrituras.”

 

“Considere Cristo em sua relação com o povo em geral e com seus professores e governantes espirituais. Ao ensiná-los e discutir com eles, o Senhor invariavelmente se refere às Escrituras como a autoridade que não pode ser contestada [refutada]; o padrão que é infalível e contra o qual não há recurso. Ele ensina de acordo com as Escrituras; sua doutrina, suas obras, seu objetivo, sua vida são para cumprir o que está escrito. Quando Ele entrou na sinagoga de Nazaré, e os olhos de todos estavam fixos Nele, Ele pediu o rolo da profecia de Isaías, e nas palavras do profeta (Isaías 61) anunciou lhes o objetivo de sua missão como o Salvador dos pecadores. ‘Como você lê? O que está escrito na lei?’ é a sua resposta freqüente às perguntas que lhe são dirigidas.”

 

A grandeza da autoridade das Escrituras tem apenas uma verdade absoluta a ponderar, essa autoridade vem de quem inspirou os hagiógrafos a escreverem o Antigo e o Novo Testamento, portanto segue que o que a bíblia explica, revela, ensina e exige não está em desacordo com o Espírito Santo: Pois mais alto do que a Bíblia é - não a razão, não a Igreja, não a consciência cristã, mas - o Espírito Santo, que revela Cristo na Palavra escrita, para que ela se torne para nós o que verdadeiramente é: a Palavra de Deus, a voz do Amado. (Adolf Sephir – Judeu convertido á Cristo)

 

Extraido do livro: Discernimento Espiritual  -  Pr C. J. Jacinto

 


 

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