PSEUDOCRISTIANISMO


PSEUDOCRISTIANISMO

 

* Pr.  José Barbosa de Sena Neto

 

 

    Quando Neemias reconstruía os muros de Jerusalém, no tempo de Ciro, rei da Pérsia, recebeu ele todo apoio do rei, bem como os recursos para tal empreendimento. Mas, não faltaram os inimigos da obra! De que modo agiam eles? De início, zombaram, caçoaram de Neemias e seus companheiros (4.1-3). Vendo que isto não dava resultado, resolveram formar um exército e atacar a cidade, de modo que foi preciso separar gente para guardá-la dia e noite (4.8-9). Porém, o trabalho prosseguia. Então esses inimigos resolveram usar a tática de infiltração no meio dos trabalhadores (4.11), para combater a obra, estando dentro dela. Foi preciso que cada um segurasse, com uma das mãos, a sua arma, enquanto trabalhava (4.17-18).

 

    Depois de muitas tentativas frustradas, os inimigos usaram um estratagema – propuseram um encontro amistoso, de auxílio mútuo, simulando estarem em dificuldades e precisar de cooperação (6.1-2). Neemias, porém, respondeu: “Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?” (6.3).

 

   A Igreja, através dos tempos, tem enfrentando um inimigo que se apresenta de muitas maneiras e com muitas táticas diferentes, mas sempre com um único objetivo: destruir a obra de Deus! O espírito do Anticristo já se encontra presente no mundo. Anticristo, não significa apenas uma pessoa, mas é a síntese de todas as forças do mal que se opõem a Deus, buscando frustrar os seus planos e negar o que está revelado em sua Palavra (I João 2.22; 4.3; II João v.7).

 

   O apóstolo Paulo deixou-nos uma página preciosa sobre este assunto, que se encontra em II Tessalonicenses 2.1-11. No livro do Apocalipse há a descrição de uma besta que emergiu da terra, com aspecto de cordeiro, mas falando como dragão. Ela opera sinais e prodígios com o fim de enganar os habitantes da terra. (13.11-18). Observem que em nossos dias há tudo isto: apostasia, oposição a Deus, engano através de sinais e prodígios, usurpação do lugar de Deus, etc. Há hoje muitas seitas usando a Bíblia e o nome de Cristo, as quais, não obstante, se opõem à sã doutrina. Os pseudocristãos diferem dos ‘anticristos’ apenas por não fazerem o seu trabalho de modo ostensivo, arrogante, desafiador e blasfemo.

 

   Eles agem de maneira solerte, ardilosa e sutil, com aparência, às vezes, até de muita piedade. Porém, ambos têm a mesma finalidade. O ‘anticristo’ age de fora para dentro; o pseudocrístão, de dentro para fora. Tais indivíduos usam todos os meio para sustar o avanço do Reino de Deus no mundo. Seitas como as assim chamadas “Testemunhas de Jeová” chegar a afirmar, de Bíblia na mão, a inexistência da Santíssima Trindade. Negam que Jesus seja Deus igual ao Pai e que o Espírito Santo seja uma pessoa. O sacrifício de Jesus na Cruz, para eles, teve apenas um valor propagandístico de Deus. Entretanto, vão de porta em porta, dizendo-se ‘cristãos’ e muitos crentes menos avisados são enredados por suas heresias.

 

   Em termos bíblicos, nada corre tanto risco hoje como a fé. O neoconvertido, alcançado pela graça de Deus, se vê logo diante de tantas correntes de interpretação da Palavra de Deus que a sua fé começa a sofrer declínio no seu calor e dinamismo (Lucas 18.8). O espírito do ‘anticristo’ hoje procura desfibrar o crente, secularizar seus hábitos e fazer com que a diferença entre um crente e um não crente seja apenas uma questão de ‘ponto de vista’. Uma fé acomodada, fria, sem ardor missionário e sem ideal cristocêntrico. O crente precisa cuidar bem da sua fé, alimentando-a com a inerrante Palavra de Deus, aquecendo-a com experiências verdadeiras, garantindo sua firmeza pela constante comunhão com Deus.

 

   A Igreja cujos irmãos se amam, realmente, impulsionados pelo insondável amor de Deus, derramado em seus corações (Romanos 5.5), é uma Igreja invencível. Muitas Igrejas, hoje, em nosso meio, estão de debatendo com sérios problemas cuja causa é a falta de amor. Falta amor entre os irmãos, amor a Deus, amor à Igreja e amor às almas que perecem sem salvação. Amor para com aqueles que estão na linha de frente levando a Palavra àqueles que tanto dela necessitam! Ajudemos com maior empenho àqueles que estão trabalhando na Obra e peçamos ao Senhor Deus uma maior visão sobre o que vem a ser o Reino de Deus!     

 

* Foi sacerdote católico romano durante 22 anos consecutivos e é autor do livro ‘Confissões Surpreendentes de um ex-Padre”.

 

Publicado anteriormente no CPR

 

 

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