A Fé no Cristo Histórico e o Testemunho Irrefutável da Igreja Primitiva
O modernismo tenta dividir o Cristo da fé do Cristo da história. A fé no Cristo histórico não deve ser colocada como algo secundário. Este é um assunto extremamente essencial para a fé bíblica. A suposta controvérsia se dá por uma alegada falta de evidências — esse é o argumento dos incrédulos. Mas, afinal, o que de fato são evidências?
Embora muitos incrédulos aleguem encontrar poucas evidências no mundo secular da antiguidade sobre o Cristo histórico, fazem isso por meio de uma narrativa seletiva e até mesmo por preconceito com relação a vasta quantidade de material associado ao Novo Testamento que tem suas origens nos primeiros anos da igreja cristã. A fé no Cristo histórico é a mesma fé no Cristo bíblico. Esse movimento cristão ortodoxo se inicia sob fogo cruzado extremo — a história registra que a igreja cristã nasce sob perseguição severa e com terrível opressão social. A espada, o fogo e as feras não pouparam os cristãos.
Essa é a base sobre a qual repousa a evidência do Cristo histórico: a igreja primitiva foi um testemunho histórico do Cristo real, e a maneira como expressaram isso foi por meio do martírio corajoso. Ninguém, nesse contexto, poderia sugerir que Cristo fosse uma personagem fictícia. Isso é impossível!
Vemos isso no clamor de Paulo: "Eu sei em quem tenho crido."(ii Timoteo 1:12)
A voz de Paulo está situada dentro de um contexto histórico. Ele é uma
testemunha viva dentro do cenário em que o cristianismo surgiu. Isso é
irrefutável. Ele sabia que existiu um Cristo histórico. Por isso mesmo, todas
as suas epístolas são testemunhos vivos contra os incrédulos. Esses escritos já
seriam suficientes para provar que o Cristo histórico é um fato, pois Paulo foi
um homem real dentro do contexto real em que o cristianismo se formou.
A evidência do Cristo histórico na vida, conversão e testemunho de Paulo é um peso que esmaga todas as teorias contrárias ao Cristo real. Só um impotente intelectual pensará diferente.
Mas ainda temos os escritos cristãos próximos ao Novo Testamento. Por providência divina, João foi preservado até idade avançada. Há laços entre escritos como a Didaquê e o Pastor de Hermas, e uma conexão direta com as testemunhas oculares de Cristo. Policarpo conheceu João, e João conheceu e andou com Cristo. Segundo Eusébio de Cesareia, Policarpo foi discípulo do apóstolo João.
Ora, a base da fé no Cristo histórico é uma sequência de eventos interconectados que dão continuidade ao movimento cristão emergente. É um fato sólido, alicerçado em evidências claras e contínuas. E qualquer mente lúcida, desprendida de preconceitos ideológicos e filosóficos, compreende com clareza essas provas históricas.
Além disso, havia movimentos insurgentes na igreja primitiva que, muito cedo, já desenvolviam teorias acerca da natureza da pessoa de Cristo — mas não negavam os fatos históricos, a existência histórica de Cristo era um fato para eles!. Seria ridícula tal negação, naquele contexto tão envolvente. A pessoa histórica do Filho de Deus era um fato bem definido no espaço, na geografia e no tempo. Todos naquela época tinha a certeza disso! Até os hereges e os inimigos da fé cristã sabiam acerca de Cristo, ele era um personagem histórico.
O que se discutia fora da ortodoxia era a natureza de Cristo: seria Ele um mero homem? Um espírito elevado? Vimos surgir o cristianismo heterodoxo alternativo, com os movimentos gnósticos ainda na época de João e Paulo. Esses movimentos marginais nunca negaram o Cristo histórico. Suas teorias giravam em torno do que consistia a essência da pessoa de Cristo.
Assim, vimos líderes gnósticos como Valentino e Marcião defendendo posições teóricas sobre a natureza de Cristo — mas sem jamais duvidar de sua historicidade.
Ainda dentro desse contexto histórico, encontramos os judeus — muitos deles inimigos declarados da fé cristã. O livro de Hebreus foi escrito dentro dessa perspectiva, em meio a uma disputa acirrada contra a fé em Cristo e o retorno de judeus à antiga religião. Ora, seria fácil a qualquer movimento antagônico ao evangelho usar com unhas e dentes toda e qualquer prova contra Cristo, caso houvesse alguma. Mas não existem, toda a historia do cristianismo é o cristianismo da história, a celebração da ceia do Senhor, a existência da Igreja, a formatação contínua da martirologia são seqüenciais, a maior certeza do Cristo histórico é a história dos heróis da fé desde os apóstolos até nossos dias. Os inimigos da cruz de Cristo são os inimigos do Cristo histórico, eles nem sequer sabem que ainda hoje a fé cristã bíblica ainda é a mesma fé dos antigos cristãos, e do mesmo modo é o cristianismo que mais conta mártires no mundo atual, tudo bem, os incredulos não sabem fazer conta no mundo de faz de conta deles, então não sabem que atualmente em muitos países antagônicos a fé cristã, morrem cristãos todos os dias por causa da fé no Cristo histórico.
Judeus que continuavam confrontando a fé cristã, não negavam a historicidade de Jesus de Nazaré, apenas compilavam teorias acerca de sua identidade histórica, muito cedo já surgiam às acusações: diziam que Ele era filho de Pantera, ou um mágico, ou alguém que liderou um novo movimento religioso — mas nunca negaram Sua existência.
Veja, por exemplo, a postura de Domiciano, numa cruel perseguição aos cristãos e numa cruzada ardilosa para destruir manuscritos cristãos. Suponho que, junto disso, tentava destruir também vestígios que serviam de prova quanto à autenticidade da pessoa e obra de Cristo. Não apenas Jesus foi alvo de conspiração demoníaca no Seu nascimento, quando queriam tirar-Lhe a vida, como posteriormente tentaram apagar Sua memória. Mas a igreja cristã tem a ceia como memorial, fato que alguns hereges travestidos de cristãos tentam apagar com seu (anti) cristianismo desconstrucionista pós-moderno.
Em Atos 5, vemos como certo fariseu chamado Gamaliel aconselha os perseguidores de cristãos a deixar que a providência divina agisse por si só, favorável ou não ao movimento cristão. Pois, segundo ele, se a fé cristã não fosse autêntica, não sobreviveria, como aconteceu com outros movimentos messiânicos que se extinguiram naquela época. A dura prova encerrou muitos cristãos nas arenas para serem devorados, o0utros para serem decapitados e ainda outros serviram de tochas humanas para iluminai as bacanais de Nero, a igreja sofreu a prova profunda, portanto oh incrédulos, a fé cristã não merece uma analise tão rasa!
Entender essa questão pelo prisma do autor de Atos é essencial. A providência divina também colocou em Lucas um escritor e historiador com rigor sério, como é apresentado em Atos 1:1-2 A responsabilidade de redigir a história de Cristo no Novo Testamento que está conectada à história dos primeiros anos da Igreja. Os documentos primitivos estão entrelaçados com o Cristo histórico por esses autores sacros e responsáveis, cujo caráter é muito mais elevado do que qualquer modernista fantasiado de intelectual vem as evidencias claras, numa disputa teológica que nem deveria existir se todas as pessoas desse mundo fossem ao menos sensatas.
E mesmo os apócrifos, ao apelarem para uma construção mítica de Cristo, o fazem a partir do Cristo histórico. A ênfase dos apócrifos está na natureza fenomenal, sobrenatural, maravilhosa, espetacular, revolucionária de uma pessoa que viveu entre os judeus. E eles no afã de construir uma figura mitológica, fazem no sentido de dar super-ênfase ao Cristo histórico, fator que sugere o fenômeno psicológico de super ênfase numa personalidade como já faziam os monarcas antigos, se autoproclamando divindades sendo meros mortais históricos. Cristo faz o ajuste oposto, se humilha, se esvazia, estando no Trono que subsiste de eternidade a eternidade, entra no tempo, na historia e na sua humilhação, enquanto homens desejam autodivinização e exaltação para dominar com tirania pelo poder adâmico do orgulho, Cristo sendo Filho de Deus se faz homem e nasce numa estrebaria. É a historia quase ao avesso, que revela como os incrédulos de fato são, filhos de Adão perdidos na história do Cristo histórico.
C. J. Jacinto
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