A ONU Contra o Fundamentalismo Cristão


A ONU, a UNESCO e o Fundamentalismo: Uma Análise Crítica das Políticas Globais

 


Introdução: O Contexto do Debate

O debate sobre o papel das Nações Unidas e da UNESCO em relação ao fundamentalismo religioso, particularmente o cristão, revela tensões profundas entre a governança global, os direitos humanos e a liberdade religiosa. A figura de Robert Muller, ex-vice-secretário-geral da ONU, emerge como central neste debate, com suas propostas controversas sobre um "governo mundial único" e uma "igreja mundial única" 1. Este artigo examinará criticamente essas iniciativas, analisando seus fundamentos filosóficos, implicações práticas e o conflito com os princípios cristãos tradicionais.

Robert Muller e Sua Visão para a ONU

Trajetória e Influência

Robert Muller (1923-2010) foi uma figura significativa nas Nações Unidas, servindo por 40 anos e alcançando a posição de secretário-geral assistente. Sua experiência durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo sua participação na Resistência Francesa, moldou sua visão de um mundo unificado sob a égide da ONU 19.

Filosofia e Objetivos

Muller era conhecido como "o filósofo das Nações Unidas" e defendia:

  • Uma aliança entre todas as principais religiões e a ONU
  • A criação de um "governo mundial único"
  • O estabelecimento de uma "igreja mundial única"
  • A necessidade de "domar o fundamentalismo" para alcançar a paz global 1

Sua abordagem foi profundamente influenciada pelo movimento Nova Era e pela teosofia, seguindo as tradições de Helena Blavatsky e Annie Besant. Ele via o fundamentalismo, especialmente o cristão que se apega à Bíblia como autoridade divina, como um obstáculo à sua visão de unidade global 1.

A Iniciativa das Religiões Unidas (URI) e suas Implicações

Princípios e Restrições

A URI, apoiada por Muller, estabeleceu em 2000 que:

  • Membros não seriam coagidos a participar de rituais
  • O proselitismo seria proibido
  • A conversão religiosa ativa seria considerada inaceitável 

Impacto na Evangelização

Esta posição efetivamente:

  • Classifica a evangelização cristã tradicional como "proselitismo"
  • Considera a afirmação de que "Jesus é o único caminho" como intolerante
  • Cria um ambiente onde a expressão de convicções religiosas exclusivas é marginalizada 

A Declaração da UNESCO sobre Tolerância

Princípios Fundamentais

A Declaração afirma que a tolerância:

  • Defende os direitos humanos e o pluralismo
  • Rejeita dogmatismo e absolutismo (equiparados ao fundamentalismo)
  • Proíbe a imposição de opiniões pessoais aos outros 1

Problemas Conceituais

Esta abordagem:

  • Confunde intolerância para com pessoas com discordância de ideias
  • Ignora que muitas tradições religiosas têm afirmações exclusivas de verdade
  • Cria um paradoxo ao se tornar intolerante com visões que considera intolerantes 16

O Conceito de "Genocídio Mental"

Definição Controversa

A ONU expandiu o conceito de genocídio para incluir:

  • Genocídio físico tradicional
  • "Dano mental" causado a indivíduos ou grupos 

Implicações para a Liberdade Religiosa

Esta definição vaga levanta questões críticas:

  • A pregação bíblica poderia ser considerada "dano mental"?
  • Expressões públicas de fé seriam restringidas?
  • Haveria censura a símbolos religiosos como cruzes ou broches 

Análise Crítica: Liberdade Religiosa vs. Governança Global

O Dilema Cristão

Os cristãos enfrentam um conflito fundamental:

  • Amor e respeito por todas as pessoas
  • Compromisso inegociável com a verdade do Evangelho
  • Necessidade de proclamar Cristo como único Salvador 
  • A Incompatibilidade de Fundamentos

Enquanto a ONU/UNESCO promovem:

  • Relativismo religioso
  • Pluralismo como valor supremo
  • Tolerância que marginaliza afirmações de verdade exclusiva 

O cristianismo histórico afirma:

  • A singularidade de Cristo (João 14:6)
  • A autoridade das Escrituras (2 Timóteo 3:16)
  • A necessidade de evangelização (Mateus 28:19-20) 

Conclusão: Desafios e Respostas Cristãs

As iniciativas da ONU e UNESCO, influenciadas por pensadores como Robert Muller, representam um desafio significativo para a liberdade religiosa e a expressão da fé cristã ortodoxa. A comunidade cristã global precisa:

1.    Compreender estas tendências na governança global

2.    Engajar-se criticamente com essas instituições

3.    Manter-se fiel aos princípios bíblicos sem compromissos

4.    Defender a liberdade de expressão religiosa

5.    Proclamar com amor, mas com clareza, a verdade do Evangelho

Como observado nas Escrituras: "Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (1 Pedro 3:15). Este equilíbrio entre convicção e amor, entre firmeza doutrinária e respeito pessoal, permanece como o caminho bíblico em meio a estes desafios globais complexos 

 

 

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