Conflito de Vontades


 

Conflito de Vontades


 

 

C. J. Jacinto

 

Na oração do Pai nosso, a vontade de Deus é um anseio do coração do homem piedoso, antes de ser uma declaração de Soberania Divina. Desde a queda, como um fato histórico, narrado no livro que Moisés escreveu: Gênesis, capítulo 3, temos em primeiro plano a vontade de Deus. Para o homem, havia um imperativo divino; não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Essa era a vontade de divina, o primeiro casal, um fato histórico numa localização geográfica, no tempo passado, estavam debaixo de uma vontade e era a vontade de Deus. Podiam comer de todos os frutos de todas as árvores, menos de uma. Esse era o teste da ética como submissão ao Criador! Uma perfeita liberdade, onde Adão e Eva usufruía no Paraíso. No entanto, surgiu no universo, uma vontade oposta, rebelde, trata-se de um mistério, a antiga serpente era o diabo, essa serpente seráfica aparece no jardim, é denominada de "alimária do campo" tem uma conexão com um réptil, por meio de sedução espiritual, suponho. Nessa aparição diante de Eva, um dialogo se inicia, a serpente faz uma péssima exegese da ordem divina, logo em seguida nega a palavra de sentença divina, e não admirável, pois até hoje, há aqueles que, sob o mesmo pretexto, negam o juízo final e o lago de fogo eterno aos impenitentes que não se converteram á Cristo! O Diabo então injeta o veneno da sua vontade rebelde no coração de Eva, é um processo complexo, pois essa sedução produziu em Eva uma vontade de desobediência, a vontade do diabo se uniu ao coração da mulher, e então se originou um conflito de vontades, Deus desejando obediência, o diabo desejando que a mulher desobedeça e a mulher desejando experimentar do fruto proibido para experimentar uma transcendência ilusória, seria então a primeira busca de uma experiência espiritual para a busca de uma metamorfose, de humano para divino; "sereis como Deus" um tenebroso engano espiritual. Eva fez a vontade da serpente, que por sua vez, fez brotar no coração de Eva, a mesma semente de rebelião, uma vontade que se encaixa com a do diabo e se opõem a de Deus, e logo em seguida faz com Adão faça o desejo dela, comendo do fruto proibido e inevitavelmente, sem um contato direto com Satanás, Adão faz a vontade do Tentador, quando toma do fruto proibido que Eva oferece á ele. Este é o conflito das eras, não temos homens livres, a não ser que estejam totalmente submissos à vontade de Deus, o que é algo extremamente difícil para um regenerado que embora (sendo) salvo e sendo a habitação do Espírito santo, ainda carrega dentro de si a velha natureza adâmica que se inclina a satisfazer a insidiosa vontade das concupiscências carnais que por sua vez se ajustam com a vontade do diabo. Há essas alturas, o leitor pode notar esse conflito de vontades na expressão agonizante de Paulo "Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço" (Romanas 7:19) é um angustiante conflito de vontade, até que o homem salvo alcance uma plenitude e um enchimento do Espírito Santo, para  que experimentem força espiritual para resistir os instintos do velho homem e até mesmo resistir ao diabo "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4:7) Assim, Paulo fala acerca de rebeldes e impenitentes: "E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que á vontade dele estão presos" (II Timóteo 2:26) Veja que nessa declaração paulina a vontade do homem impenitente está entrelaçada, presa, atada, amarrada á vontade do diabo. Foi isso que aconteceu em Gênesis 3, a antiga serpente atou a vontade de Eva a sua própria vontade, para induzir Eva a desobedecer a Deus. Estamos no mesmo dilema, em nós emerge em tempos críticos, conflitos, mas em tudo precisamos entender, que deve ser feita a vontade de Deus assim na terra como no céu, e como Cristo, nosso exemplo, na sua humilhação, esvaziou-se e então disse a Deus Pai: "Todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua" (Lucas 22:42). Essa deve ser a nossa meta, nosso propósito, nosso anseio, nossa busca, nosso objetivo. Abandonar o conflito e a oposição, a resistência contra a vontade de Deus, e submeter completamente a Ele.

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