A religião cristã é a fé dos opostos, pelo
menos dentro da perspectivas do mundo, a bíblia assinala que o cristão trilha
opostos permanentes. Aqui temos algo a dizer, por exemplo, a graça divina
confere o fato de que a justificação pela fé exclui qualquer mérito humano e
sempre reforça o fato da confiança plena da obra consumada e perfeita de Cristo
na cruz. Assim também no que se insiste sobre uma vida bem sucedida, o convite
das Escrituras é para um viver no Espírito sob o aspecto que mais é negligenciado
hoje em dia, a humildade e a humilhação. Creio que seja esse o ponto que
justifica porque se prega hoje tão pouco sobre o quebrantamento e a humildade.
Veja que quando Cristo começou seu sermão no monte, de inicio ele enfatiza a
pobreza de espírito, o que num sentido literal, Cristo fala sobre o ser mendigo
das coisas celestiais, isso requer uma observância da nossa condição de total dependência
de Deus em tudo. Isso é o posto da auto-suficiência, que denota orgulho e
rebelião. Mas ainda prossigo nessa radical seqüência das exigências ao novo
homem transformado pelo Espírito Santo, pois enquanto que o mundo monta palcos
o Espírito Santo clama por humilhação. Enquanto que o mundo oferece a gloria
humana pelos degraus do egocentrismo, nos vamos ver o Senhor nos chamando para
a humilhação, e isso notamos na vida de Paulo, depois de quase três décadas de
fé cristã ele vai reconhecer que é um dos principais pecadores (I Timóteo 5:17) ser peregrino e estrangeiro já denota um
fator conclusivo, o cristão não tem uma morada permanente aqui nesse mundo, não
somos de um sistema que jaz no maligno (I João 5:19). Então a voz do Santo Consolador
que nos guia a toda verdade nos convida a humilhar-se e não a exaltar-se. A
humilhação é um papel perene na vida do cristão, só ao Senhor cabe o dureiro da
exaltação. “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tiago 4:10) “Humilhai-vos
pois, debaixo da potente mão de Deus, para que ao seu tempo ele vos exalte” (I
Pedro 5:6). Essa é uma regra áurea, um principio permanente. A Deus cabe a
responsabilidade de dar honra ao homem que se submete a humilhação por amor e
reconhecimento a Soberania de Deus. Nisso consiste em que muitos obreiros e
cristãos nada tem a apresentar a não
palha inútil. Porque são orgulhosos. Toda a humildade procede de um coração
santificado assim como a pompa e o orgulho mais arrogante procede de um coração
diabólico. Não é tarefa fácil falar sobre humildade em nossos dias de homens
arrogantes e amantes de si mesmos. Nessa geração de egocêntricos, nem mesmo o
evangelho pode ser pregado na sua essência mais divina porque os ouvintes se
ofendem com a mensagem da bíblia. Por mais cômico que seja isso, a contradição
mais ridícula da igreja moderna é que seus membros odeiam toda a mensagem que
interprete a voz do Espírito e que ao mesmo tempo seja ofensiva porque suas
convicções não se encaixam com aquilo que a bíblia ensina. Segue que as
convicções pessoais de muita gente tem sido a autoridade final em questões de
fé e pratica e não as Escrituras, e isso pode ser observável mesmo entre
aqueles que defendem a suficiência final das Escrituras, ou “sola Scriptura”.
Mas esse convite a humilhação é uma coisa seria. Isso funciona para qualquer um
e é uma exigência para todos porque o modelo maior é Cristo e ele se humilha na
cruz, se humilha na servidão quando lava os pés dos apóstolos, quando nasce
numa estrebaria, quando se submete a viver nove meses no útero de Maria, quando
é rejeitado pelos mestres de Israel “E sendo ele em forma de homem humilhou-se
a si mesmo” (Filipenses 2:8) A voz que em Genesis ecoa como um trovão quando
ordena as coisas criadas, aquela voz de autoridade que ordena Lazaro sair da
sepultura, aquela voz digna de respeito que ordenou libertação aos cativos
quando expulsava os demônios, que deu voz de autoridade contra a tempestade,
ela se cala no silencio da humilhação da cruz “Ele foi oprimido e afligido, mas
não abriu a sua boca, como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha
muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca” (Isaias
53:7). Esse caminho de humilhação na presença do Senhor é um convite a rendição
e reconhecimento da sua eterna Soberania sobre a nossa vida. É um
reconhecimento da nossa fraqueza e impotência espiritual, uma necessidade da
vida piedosa é essa tão exigida descida ao pó, ao reconhecimento da nossa
debilidade e total dependência, e mais que isso também é uma forma como
crucificamos o nosso orgulho, pois na humilhação reduzimos o nosso ego a nada.
Cristo insistiu sobre isso, ele ensinou com voz firme, com certeza absoluta que
os que a si mesmo se exaltam, serão humilhados e os que se humilham serão
exaltados (Mateus 23:12 Lucas 14:11 e 18:14) por isso, há um caminho a
percorrer na presença do Senhor, esse quebrar-se da alma, essa descida aos pés
da cruz, essa inclinação até os lugares mais inferiores do Calvario, um
prostrar-se aos pés do Senhor, e isso é rebaixar-se diante de todos os homens.
Não estou nada satisfeito com o egocentrismo que prevalece hoje em dia entre os
que se dizem cristãos, homens arrogantes e briguentos, promotores de disputas
internas e formadores de elitismo espiritual, não há vento do Espírito soprando
sobre esses homens, eles estão trancafiados no obscurantismo de seus corações
arrogantes, estão acorrentados pelos grilhões do orgulho, escravos do ego e
regido por princípios puramente satânicos, pois são essas coisas que
caracterizam a índole dos filhos das trevas, a natureza de um homem que está cego
e manipulado pelas potestades dos ares (Efesios 2:2) é essa natureza egocêntrica
e rebelde.
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