“Já estou crucificado com Cristo; e vivo não
mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).
O ego adâmico é um usurpador por excelência,
ele é um monstro recalcado na razão e possui argumentos sofisticados e
alienantes, tão devassos são seus ardis que ele engana o próprio homem. Há um
tratamento adequado para o eu, é a cruz. Sabemos que esse não é um tratamento
nada agradável, expulsar o ego do trono do coração é um trabalho muito
humilhante, é uma humilhação pessoal terrível, é uma afronta sem tamanho para o
orgulho. O ego é forte, a personificação
mais eficiente seria chamá-lo de um dragão que cospe fogo dentro de nós. O homem
tem sede de grandeza, cristo nos ensinou senso de baixeza. Ele, o Senhor dos
senhores, está lá numa estrebaria, um bebê indefeso e frágil. Não caro leitor,
não era um palácio, Deus se fez homem (I Timoteo 3:16) o Verbo se fez carne
(João 1;14) mas ele não foi uma criança indefesa que nasceu num palácio, a baixeza de sua condição pessoal também foi
acompanhada por uma baixeza social. Eis um brado contra a arrogância humana, um insulto ao orgulho
dos filhos de Adão. Sem opulência e sob condições humilhantes, o Filho de Deus
dá os passos seguintes na vida cotidiana e os passos são firmes, deixam marcas
profundas na humanidade, é um caminho estreito justamente porque é um caminho
de redução, é uma via crucis, um andar sob o solo firme da humildade, enquanto
que sacerdotes e reis andavam numa corda bamba de exaltação tendo as profundezas
abissais diante deles. Pois a maioria dos homens prefere andar sobre essa corda
bamba com os olhos fechados para o abismo. Assim muitos cristãos caem na mesma
armadilha. Sem um ego inflado a vida se trona insuportável para tais. Despreze
as coisas mundanas e temporais, os reinos desse mundo e a gloria deles, e sua
partida para além nunca será uma
tristeza, o desapego ao mundo e um apego ao Senhor é tudo o que precisamos para
viver cristo vendo a morte como ganho. Quais requisitos para uma vida de
ressurreição espiritual que ira proceder uma ressurreição corporal seguida da
glorificação plena do ser? Viver como um crucificado. “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser
na cruz de nossos Senhor Jesus Cristo, pelo qual o mundo está crucificado para
mim e eu para o mundo” (Galatas 6;24) O homem egocêntrico deseja gloria,
portanto tem sede de púlpito, tem necessidade de fama, de reconhecimento, de
elogios, de aplausos, de admiração, precisa de centralidade, aqui está o espírito
do erro na sua essência mais pessoal, há mais humanistas na igreja hoje do que
nunca. Não são cristãos! São humanistas evangélicos, nada mais. Toda a forma de
tirar Cristo do centro é uma manifestação de humanismo, é o ego na sua ação
mais sutil causando o metabolismo espiritual para criar orgulhosos disfarçados
de santos, negadores da cruz, inimigos da cruz, vivem o oposto da vida
espiritual proposta por Cristo. Eles usurpam o “eu Sou” pensam que são alguma
coisa, por isso fazem nutrindo essa ilusão : “eu sou” seguido de um titulo eclesiástico
ou de uma posição de status “eu sou” o apostolo, “eu sou” o pastor, “eu sou” o
bispo “eu sou” o profeta, etc. Se acham em vantagem, portadores da soberba,
muitos desses, verdadeiros ditadores, pragmáticos e maquiavélicos, existe uma
enorme contradição nisso querendo serem bíblicos são na verdade antibiblicos,
porque na declaração paulina o que vale é “eu não sou” mas CRISTO É. Só existe
uma plataforma onde o homem santo pode encontrar verdadeira glória: na cruz de
Cristo. Todas as outras plataformas são catapultas do inferno para promover egos
orgulhosos. Muitas vezes a falta de maturidade leva o homem cristão a cair
nessa terrível armadilha. O problema do
egocentrismo não é apenas de caráter mundano, também não somente um problema da
liderança cristã, é sim um agravante que está muito bem enraizado nos membros
das igrejas modernas. Isso já era um problema das igrejas do Novo Testamento,
olhe para a situação caótica da igreja de Corinto, Paulo também percebeu o
problema do egocentrismo na igreja da Galacia (Veja Gálatas 5:15) mas como foi
profetizado que o egocentrismo se acentuaria muito e seria um sinal dos últimos
dias (II Timóteo 3:1 a 7) quero salientar que esses egocêntricos são corruptos
de entendimento e réprobos quanto a fé (II Timóteo 3:8). Nutrir sentimentos de atito-exaltação, causar
brigas e intrigas para disputar cargos, promover confusão para chamar a
atenção, atropelar o próximo para se autopromover, não repartir as funções
ministeriais com colegas que possuem capacidade e chamado, para trabalhar em
equipe, tudo isso é egocentrismo.
Percebe-se isso claramente, e ainda mais, com o tempo aprendemos que existem
pessoas que nem sequer tem a capacidade de ensinar com coerência, todavia por
causa de posições eclesiásticas, não permitem que outros tomem o seu lugar
porque não desejam perder a gloria dos homens, sentem-se ameaçados e não
desejam perder o “status” temem perder a posição central, temem que os olhos
dos outros se desviem para outra personagem que não seja o centro; ele mesmo.
Infelizmente isso ocorre com freqüência hoje em dia. E esse pecado tem destruído
congregações, causando escândalos por causa de egocêntricos que não permitem
jamais que alguém se destaque mais do que eles, não enxergam uma igreja como um
corpo mas como uma platéia que deve estar pronta para olhar somente para eles.
Clavio J. Jacinto
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