Âmago



Âmago

Sei  que não há limites para os mistérios
Porque nos campos em que os lírios desabrocham
Os soldados também tombam

Sei que o mesmo céu que dá as estrelas
Também envia dos quatro ventos
As mais atrozes tempestades

E por sinal, no jazigo em que as lagrimas caem
Ali mesmo na terra fria
As rosas liberam perfumes

Sei que dos lábios que soltam sorrisos
Dessa mesma fonte de felicidades
Brotam as mais gélidas tristezas

E que do pomar onde amadurecem pitangas
No outono de todas as doçuras
Germinam também as ervas mais amargas

Sei que é tudo misterioso nessa vida
Mas de todos os enigmas existenciais
Nada mais impossível de entender do que o amor
                                     Que da morte mais cruel, me concede perdão.


Clavio J. Jacinto


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