A MALDIÇÃO DO EGOCENTRISMO







A Maldição do Egocentrismo
“Sabe, porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos, porque haverá homens amantes de si mesmos..” (II Timóteo 3:1 e 2)
“O homem é um deus para o homem” (Karl Marx)

Uma das coisas mais difíceis de lidar é com o ego, é ele o terreno mais fértil para semear tudo o que se relaciona com transtornos e desequilíbrios, entre seus mais producentes frutos está o megalomaníaco. Nesse caso a ênfase de ser centro, a grandeza de ser maior pisando sob os demais até chegar na plataforma mais alta as custas de conveniência proposital é o suporte do megalomaníaco e por fim todos os egocêntricos. O desejo de ser sob a custodia da ameaça de que ninguém mais usurpe esse lugar, mas fique no topo sozinho, tendo os demais como meros admiradores da sua posição orbitalmente superior.  Esse é tema difícil de lidar, estou apenas abordando isso, porque esse é um problema sério, muito sério um agravante devastador que está destruindo a igreja moderna. A pompa eclesiástica dá todo o suporte para a ascensão do egocentrismo. Portar um titulo eclesiástico é hoje em dia, rara exceções, acreditar num poderoso misticismo que envolve o titulo eclesiástico, desde cedo, partindo do cerne da religião desviada do evangelho de dar poderes mágicos aos ministros da religião, ostentação privilegiada na conduta e imunidade pessoal, assim procede toda essa blasfêmia de usurpar a posição que só pertence a Deus e roubar-lhe a glória que lhe pertence. Essa é a tendência do homem caído, dificilmente você encontra pessoas que estejam vivendo em trato e humildade de modo a ter o ego crucificado e então proclamar “não vivo eu Cristo vive em mim”. Elas tendem a serem o centro, são excepcionalmente maníacas na questão da vida centrada em si mesma, na arrogância disfarçada muitas vezes de falsa humildade e no falso esplendor de acreditarem ser dignas do ajustamento psicológico de que são melhores e maiores do que as outras, justamente porque portam um titulo eclesiástico ou possuem certas inclinações para o mesmerismo e a retórica misturada com a manipulação psicológica. A sede pelos elogios, a ânsia pela fama, a mórbida tendência do sentimento de não ser ameaçado por qualquer ente que esteja confrontando o “status quo” ou a sua condição de proeminência. Não é assim o homem de Deus, o homem regenerado não quer ocupar um lugar de divindade mas de servidão, não quer a plataforma da exuberância pessoal mas o quarto secreto da devoção, não quer ser o primeiro mas o ultimo, e do coração se ouve o brado da conduta mais pura “é necessário que ELE cresça e eu diminua”(João 3:30) A estética espiritual do homem servo de Deus  é que tanto pode subir ao monte para confrontar falsos profetas como também fugir covardemente de Jezabel, porque no poder de Deus, o que o homem faz é para a glória de Deus, na força da sua carne, o que faz  o conduz a sua própria vergonha e ruína. Há um caminho oposto ao megalomaníaco é o caminho da negação do ego pelo cruz. (Marcos 8:34 e Lucas 9:23) O homem torna-se um desequilibrado quando torna-se excêntrico, nesse caso quando sai do centro de Cristo e  evoca para si a exaltação de si mesmo e o consagra como semi-divindade. Do mesmo modo o homem jamais pode torna-se concêntrico, ou seja, evoca a si mesmo como centro do seu mundo existencialista.  A espiritualidade bíblica não permite qualquer tipo de idolatria, não permite que haja outra forma de movimento espiritual que não esteja indo inexoravelmente a Cristo (efésios 1;10). Mas a tendência do homem moderno, ouvindo a voz da serpente, ainda que dentro de uma religião cristã, é notável que o mover-se é quase sempre egocêntrico. Essa é uma das maldições mais terríveis que se perpetua dentro da cristandade; a exaltação do homem, muitas vezes as custas da manipulação e do engano, mas cada vez mais predomina o humanismo entre os cristãos, justamente porque estão cada vez mais egocêntricos. O exemplo mais claro disso e a prova mais evidente é a sede pelo poder, a luta para manter o poder, os meios que se usa para se alcançar os fins, que na sua maioria são evidentemente maquiavélicos.  A idéia de uma liderança servil apagou-se da mentalidade dos evangélicos, títulos eclesiásticos (Como exemplo: Pastor) alcançou  níveis tão elevados de conceitos humanistas que é sempre associado como  “o ungido” ou “o intocável” ou “o infalível” ocupando uma posição até mesmo superior ao sumo sacerdote da antiga aliança, essa tendência também se aplica a “cantores” “pregadores” e as inovações mais atuais; “apóstolos” “pastoras” etc. Portar um titulo eclesiástico é notório á uma “elite” que está bem acima dos homens, ocupando posições de “semi-deuses” na maquina religiosa moderna. Todo esse mover está indo ao rumo contrario daquilo que Cristo ensinou, e isso está muito claro em suas palavras, porém é ignorado de tal forma, que a voz de Cristo perdeu a relevância no atual sistema. (Leia Mateus 20:25 a 28) De qualquer forma, as minhas observações são nítidas, fruto de anos de apontamentos. Não receio em errar, pois a experiência me dá certeza e evidencias solene apresentam, o egocentrismo é a causa da devastação do atual sistema, é o vírus mortífero que mata a espiritualidade da igreja, que torna qualquer congregação num campo de disputas por posições, destaque e poder. Isso é notável, a arrogância, o orgulho, o egoísmo, e com essas falhas satânicas vem o totalitarismo religioso, a caricatura do líder que está acima da media e precisa de um holofote luminoso, um altar para ser idolatrado, toda a pompa e intocabilidade, como ser superior, a voz do Espirito Santo ressoa “Nada façais por contenda ou por vangloria, mas por humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo” (Filipenses 2:3). Sim amado leitor, esse versículo está na bíblia. Assim, apenas ressalto a ressonância da vida de Cristo, que não tendo como por usurpação de ser igual a Deus, mesmo tendo a plenitude da divindade, desce ao mundo dos egocêntricos e brada “neguem-se a si mesmos”, deixem de ser antropocêntricos, parem de cultuarem a si mesmos e disputarem o primeiro lugar, porque os últimos serão os primeiros. E nessa visão radicalmente oposta a todo esse sistema glamorizado de semideuses eclesiásticos, o Senhor Jesus toma uma toalha cinge-se e vai lavar os pés encardidos dos discípulos e então se decepcione com o mundo religioso, porque você descobre que eles não fazem o mesmo.



Clavio J. Jacinto

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