A SANTA OCUPAÇÃO DO CORAÇÃO SANTIFICADO



A SANTA OCUPAÇÃO DO CORAÇÃO SANTIFICADO

“A retidão moral de Deus deve consistir em prestar o devido respeito àquele Ser ao qual o Maximo é devido, pois Deus é infinitamente quem mais merece respeito. A respeitabilidade de outros seres é tida como nada numa comparação com a dele, de modo que a ele cabe todo o respeito possível. A ele cabe todo o respeito de que qualquer ser inteligente é capaz. A ele cabe todo o coração. Portanto a retidão moral do coração consiste em prestar o respeito que é devido, ou que a adequação ou propriedade requerem, a adequação exige infinitamente que se preste a Deus o maior respeito, e a negação do supremo respeito nesse caso seria a conduta infinitamente mais inadequada” (Jonathan Edwards. O fim Para o Qual Deus Criou o Mundo. Pagina 23) Para o cristão nada é secular tudo é sagrado, afirmava Spurgeon, e dele vem ainda essa máxima espiritual: “Na contemplação da deidade há algo capaz de comunicar o sumo progresso á mente”. A ocupação da nossa mente deve ser um ato santo permanente. “Pensai nas coisas que são de cima” (Colossenses 3:2) nos ordenou o santo apostolo, e essa deve ser a nossa atitude, a contemplação deve ser a consagração do nosso intelecto á Deus. Além disso ele deve ser o centro da nossa devoção, a ocupação do coração deve ser sempre o Senhor “Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça, eu me satisfarei da tua semelhança”(Salmos 17:15). O anelo do salmista era viver uma vida de profundidade, o Espírito Santo nos foi dado (João 14:16) para nos conduzir as profundezas de Deus (I Coríntios 2:10) isso é, uma vida de amor forte, de afeições vigorosas por Deus “Uma coisa pedi ao Senhor e a buscarei; que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo” (Salmos 27:4).  Deve ser o coração do homem regenerado um manancial de devoção, um fluir espontâneo e transbordante de amor e adoração a Deus, isso é o portal interior por onde o coração alcança a experiência de amar a Deus de todo o coração, alma e pensamento (Mateus 22:37 a 39).  Que grande afeto em fervor e grande paixão deve o homem ter pelo seu Salvador! E que a ocupação do coração se eleva pelas atividades mais elevadas quando pensa sempre em Deus e cultiva um permanente senso de admiração por Deus. É  notável que hoje sofremos a crise da superficialidade e do descuido, o formalismo encapsulado em ritos e toda a forma de aparatos formou uma espécie de semi-devoto sem muito interesse pela ordem das coisas interiores,  é bem verdade que o homem regenerado se renova para o conhecimento (Colossenses 3:10) e essa renovação é diária, procede de dentro do coração (I Coríntios 4:16) assim, o homem cristão é um adorador perene, sua ligação com Deus é permanente, as coisas santas ocupam cada vez mais a vida de um homem santo. Cito novamente Spurgeon: “Todos os lugares são lugares de culto para um cristão, onde quer que ele esteja, ele deve estar em adoração”. Mas quem de fato adora hoje em dia e tem seus pensamentos voltados totalmente e permanentemente para Deus? Quem de fato está hoje em dia, adorando no santuário do seu coração aquele que é Rei dos reis e Senhor dos Senhores? A. W. Tozer, já a muitos anos percebeu a decadência da espiritualidade evangélica, ele escreveu: “A adoração é porém a jóia ausente no meio evangélico moderno. Somos organizados, trabalhamos, temos nossos compromissos. Temos quase tudo, mas existe uma coisa que as igrejas, até mesmo as evangélicas não têm: a capacidade para adorar, Não estamos cultivando a arte da adoração. Essa é a gema brilhante que falta na igreja de hoje, e acredito que devamos procurá-la até que possa ser encontrada” Desejo concluir esse estudo, levando em conta a proporção de nosso afeto ao Senhor, porque sempre defendi a ideia de que o cristianismo não se ajusta com uma vida superficial. Ao abordar o tema sobre os aspectos espirituais de um pensamento extremamente santo devido a um coração inteiramente consagrado a pensar nas coisas celestiais, desejo terminar o meu assunto, usando novamente as palavras de Jonathan Edwards: ”A religião requerida por Deus não consiste em desejos fracos, opacos e sem vida, elevando-nos somente um pouco acima da apatia. Em sua Palavra Deus insiste muito que sejamos sérios, espiritualmente dinâmicos e que nossos corações se envolvam vigorosamente no cristianismo” (Jonathan Edwards em:  A Genuína Experiência Espiritual. Pagina 22 e 23) Ora, força da nossa devoção deve proceder de nosso pensamento, da força da nossa alma, desse relacionamento profundo desde a dimensão mental, tudo na vida passa a ser influenciado desde o nosso homem interior, a santidade do pensamento transforma o nosso coração e por fim transforma toda a vida.

Conclusão: a apostasia do pensamento, a doutrina doentia, a hipocrisia procedem de um coração sujo e não regenerado, a enfase dada ao exterior sem contudo ponderar para importância da vida interior do coração santificado, gera a mais terrível de todas as heresias morais: a hipocrisia


Clavio J. Jacinto




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