A CRUZ E AS ERAS VINDOURA - G. Campbell Morgan



A CRUZ E AS ERAS VINDOURA 
G. Campbell Morgan



“Por meio dEle reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus” - (Cl 1.20).

Nenhuma consideração sobre essas palavras pode ser satisfatória se não reconhece que são parte de um todo muito maior. A carta aos Colossenses foi escrita com o objetivo expresso de corrigir o erro prevalecente. É tanto interessante como instrutivo notar ao repassá-la que os falsos professores não são nominados, nem a heresia é mencionada. Paulo foi muito sábio em não fazer propaganda gratuita do ensinamento ou dos professores.
Se há diferenças de opinião acerca dos erros que desejava corrigir, certamente não temos nenhuma dúvida acerca da verdade que expos. O objetivo da carta aos Colossenses é preeminentemente as glorias de Cristo em Seu relacionamento com Sua Igreja. A sua palavra suprema acerca de Cristo é: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nEle habitasse”. A palavra suprema acerca da Igreja é: “Estais perfeitos [plenos] nEle”. A carta é o resultado da convicção do apóstolo de que uma verdadeira compreensão da plenitude de Cristo,em Sua Igreja, corrigirá toda falsa filosofia. Esta passagem contém uma das declarações mais notáveis do Novo Testamento acerca da grandeza da pessoa de Cristo e da grandeza da Sua obra.

Estas são tratadas tanto na relação delas com Deus, como com a criação e a Igreja. A grandeza da Sua Pessoa é exposta em primeiro lugar na Sua relação com Deus, nas palavras: “A imagem do Deus invisível”; em segundo lugar na Sua relação com a criação nas palavras: “O primogênito de toda a criação... todas as coisas subsistem por Ele”; em terceiro lugar na Sua relação com Sua Igreja, nas palavras: “E ele é a cabeça do corpo, da igreja...o primogênito dentre os mortos”.

O ensinamento concernente à grandeza da Sua obra está inseparavelmente conectado com o que concerne à grandeza da Sua pessoa. A respeito da Sua obra como o Revelador de Deus: “porque foi do agradado de Deus que toda a plenitude nEle habitasse”. A respeito da Sua obra com relação a esta criação da qual Ele é ao mesmo tempo a fonte e o alimento, a Sua missão está expressa nas palavras: “reconciliar Consigo mesmo todas as coisas”.

Finalmente, a Sua obra acerca da Igreja, da qual Ele é o Cabeça, é expressa na declaração: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da Sua carne, pela morte”.

A grandeza da pessoa de Cristo em relação a Deus é que Ele é “a imagem do Deus invisível”. A grandeza da Sua obra em relação a Deus é vista no fato de que “foi do agradado de Deus que toda a plenitude nEle habitasse”. A grandeza da Sua pessoa em relação à criação é que Ele é “o primogênito de toda a criação... e todas as coisas subsistem por Ele”. A grandeza da Sua obra em relação a está criação é expressa nas palavras: “Por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus”.

A grandeza da Sua Pessoa em relação à Igreja é que “Ele é a cabeça do  corpo, da Igreja”. A grandeza da Sua obra em relação à Igreja é esta reconciliação de indivíduos, para que possam ser incorporados à Igreja. A plenitude da Pessoa cria a plenitude da obra. A glória imensurável de Cristo como Ele é cria a graça imensurável de Cristo quanto ao que Ele é capaz de fazer no centro e até a última periferia do universo de Deus.

A mensagem especial dessas palavras é que Deus, através de Cristo, a imagem de Deus, o primogênito da criação, o Cabeça da Igreja, pelo sangue  da Sua Cruz, reconcilia não almas simplesmente individuais, mas todas as coisas...na terra e nos céus”. Esse é um tema maravilhoso e é o derradeiro significado da Cruz. 'Na Cruz de Cristo me glorio, altaneiro sobre a ruína do tempo; Toda a luz da história sagrada se reúne ao redor do seu sublime Cabeça'. Se através daquela Cruz todas as coisas nos céus devem ser reconciliadas e a paz infinita deve vir depois, ouso confiar nisso, apesar de todo o meu pecado e toda minha fraqueza. Através daquela Cruz sou reconciliado com Deus e através dela encontro descanso, infinito, eterno, imortal.

Finalmente o meu descanso será descansar com toda a criação, pois a ordem cósmica será restaurada através do mistério do sofrimento de Deus como revelado na Cruz.

Fonte: Revista O Vencedor - Fevereiro 2013 a Maio 2013
Do livro: The Bible and the Cross

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