A salvação é um dom de
Deus (Efésios 2:8 e 9) não procede de vontade humana, é um principio divino. É
Cristo quem efetuou no Calvário uma obra consumada e perfeita, a chamada do
Evangelho é para nos arrependermos e crermos em Cristo como nosso Salvador todo
suficiente. Jesus Cristo é a provisão divina para a salvação dos pecadores.
(João 3:16) Não há um único mérito do pecador que some ou acrescente a sua
salvação, Deus exige a fé em Cristo, nada mais. Não vem de obras para que homem
algum se orgulhe ou se autoglorifique, como podemos observar na leitura do
livro de Efésios apresentado no inicio deste estudo
A provisão divina da
salvação inclui a segurança eterna, Se a salvação é dom de Deus, creio que
manter um verdadeiro salvo numa condição de segurança faz parte deste dom.
Sendo Deus perfeito, sua obra salvifica também é perfeita! Paulo reitera com
convicção: “É Deus quem justifica” (Romanos 8:33)
Cristo também afirmou: “E
dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da
minha mão” (João 10:28)
Devemos entender
claramente a salvação. Cristo prometeu: “Dou-lhes a vida eterna” um salvo
recebe a salvação no momento que é redimido, quando ele nasce de novo, ele
nasce do alto, a obra da regeneração está associada a ser uma nova criatura em
Cristo (II Coríntios 5:17) Eterno em João 10:28 é o adjetivo grego “aionios” e significa
sem começo e fim, o que sempre foi e sempre será, o que é eterno tem uma
associação direta com a natureza de Deus, o tetragrama hebraico que revela o
nome de Deus tem essa característica distinta de revelar a natureza atemporal e
eterna de Deus, Deus está dentro de uma existência absolutamente infinita e
todo o salvo recebe essa vida.
Outro fato a considerar
é que a vida eterna é uma posse presente, não é algo que o salvo espera para
depois, embora realmente a bíblia aponte para uma plenitude na consumação dos séculos,
culminando num corpo glorificado para viver num novo estado de coisas (Novos
céus e nova terra), todavia, a vida eterna deve ser um desfrute agora, Cristo
dá a vida eterna agora e nos dará da plenitude dela no futuro. Em João 6:34 Jesus
fala acerca desta vida eterna “aionios” aos seus discípulos: “Tem a vida eterna”
(João 6:23). Agora, devemos entender que essa vida é um dom que Deus dá e não
um mérito que o pecador conquista (Efésios 2:8 e 9 Romanos 6:23) Sendo a salvação
um dom, Paulo também nos ensina de forma clara que os dons de Deus são irrevogáveis
(Romanos 11:29)
O redimido está em uma
nova posição: Em Cristo (II Coríntios 5:17) Cristo é advogado e fiador, sua
função é ser mediador entre Deus e os homens, de modo que na economia da
redenção, Deus leva em conta o que Cristo fez por nós e a mediação que nosso
bendito Salvador faz pelos eleitos. Sendo mediador e advogado (I Timóteo 2:5
Hebreus 12:24 e I João 2:1) Isso é uma garantia aos santos, A perfeição da Obra
de Cristo na cruz, inclui a segurança da eterna salvação daqueles que crêem em
Cristo, essa verdade faz parte do Evangelho da graça, pois sendo a salvação
efetuada pela graça de Deus, de forma absolutamente gratuita, sendo dom de
Deus, já não depende dos homens.
Precisamos entender
portanto que a Salvação é uma ação divina e soberana, é efetuada pelo Deus
triuno, o homem recebe como dom gratuito, veja que Paulo dá uma ênfase quanto
ao fato de que o salário pecado é a morte, no grego, salário é traduzido de “opsonion”
e significa um pagamento de um soldado depois do serviço prestado. mas em
seguida Paulo fala que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus
nosso Senhor (Romanos 6:23) vimos o contraste, a morte é um pagamento, a
salvação não! Sendo um dom, na graça, é irrevogável. Se um salvo perde a
salvação por causa de algo que fez, então não é dom gratuito, é pagamento a
base dos méritos e obras humanas. Podemos ilustrar o contraste de Paulo usando
um trabalhador e um aposentado, ambos recebem um salário, o primeiro depende do
que faz e o outro do que fez. A diferença está no fato de que foi Cristo quem
fez, no quesito da salvação. Um aposentado receberá seu beneficio independente
do que faz ou deixa de fazer seu salário estará garantido no final do mês.
Assim a salvação esta garantida pelo que Cristo fez, não depende de nossas
obras como esta claramente escrito em Efésios 2:8 e 9. Alem disso, o autor aos
Hebreus afirma: “pode salvar perfeitamente” (Hebreus 7:25) É uma obra redentora
perfeita e consumada na cruz! O salvo está debaixo do poder influenciador do
Senhor “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo
sua boa vontade” (Filipenses 2:13) Paulo também fala acerca dos salvos: “Porque
estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem os principados, nem
as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade,
nem outra criatura nos poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus
nosso Senhor” (Romanos 8:38 e 39) “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e
eu conheço-as, e elas me seguem. E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de
perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é
maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.” (João 10:27
a 29)
Mas veja bem, a
doutrina da perseverança dos santos em si já encerra nossa conclusão, é a
perseverança dos santos, e não dos ímpios ou incrédulos. Nós somos guardados pelo poder de Deus (I
Pedro 1:5) mesmo que uma pessoa possa professar a fé ou ser batizada ou ainda
ter um cartão de membro de uma denominação cristã, isso não significa que ela é
salva (Veja Mateus 7:15 a 21) O apostolo
Pedro aborda a questão da perseverança na sua segunda epistola universal. O
salvo cresce na graça e no conhecimento, o novo nascimento é um desenvolvimento
no temor de Deus e na experiência da graça que triunfa sobre o juízo. Pedro
ensina que recebemos a salvação de acordo com o divino poder, e isso nos conduz
a piedade, pois ele nos chamou segundo a sua glória e virtude, pelas grandes
promessas que Ele fez, são participantes da natureza divina, e isso nos
possibilita ter a santa vontade de fugir da corrupção do mundo, devemos
multiplicar a nossa diligencia, acrescentando fé, virtude e conhecimento, domínio
próprio, perseverança e piedade. Pedro
conclui que essas coisas existindo em nós de forma progressiva, nos possibilitam
a ação e a frutificação espiritual e no conhecimento de Cristo. e então ele
afirma: “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e
eleição; porque fazendo isto nunca jamais tropeçareis” (Leia II Pedro 1:1 a 10)
Mas, não há advertências
nas Escrituras quanto a uma suposta perda de salvação? Que há advertências no
cuidado da vida cristã, não há duvidas, quanto ao fato de que existem certas passagens
que advertem contra uma queda, elas podem ser dirigidas aos que nunca foram
redimidas, mas que experimentaram uma forma de aproximação da verdade e
desfrutaram do poder espiritual do evangelho como vimos em Mateus 13:20 a 22 na
explicação da parábola da semeadura. Quando lemos passagens como Hebreus 6:5,
entendemos todo o contexto de Hebreus 6 ao estudarmos Mateus 13 outras
passagens ficam claras. Outro fato interessante é que não podemos recorrer no
erro de confundir salvação com galardões.
Mas devo lembrar que em
hipótese alguma a perseverança eterna dos santos nos induz a impiedade e a
viver na pratica do pecado. O oposto é verdade, um salvo será cada vez mais santo.
Se alguém faz uso da graça de Deus para praticar impiedade e desonestidade,
confiando que sua salvação está garantida, então ele na verdade está é
perseverando na impiedade e não na santidade, ele está transformando a graça de
Deus em dissolução. Sem concordar com a doutrina da perfeição cristã defendida
na teologia wesleyana, essa teologia apóia pelo menos um ideal a ser alcançado,
é na direção do aperfeiçoamento da piedade que o salvo caminho, não o oposto.
Conheço pessoas que
foram ensinadas acerca de que um salvo não perde a salvação, e por conta disso
não teme fazer as coisas erradas, e faz descaradamente por conta nessa
confiança. Mas isso nunca foi a perseverança dos santos, essa é a vereda dos ímpios,
ninguém estará em Cristo pela redenção para ser mais parecido com Adão nas ser
mais e mais parecido com Cristo (Romanos 8:29) Nos casos de apostasia, como na parábola
do filho prodigo, o retorno será iminente, ou como no caso de Jonas, as
circunstancias produzidas pela providencia divina farão com que a situação seja
revertida, e sempre da maneira mais dramática para quebrar o orgulho humano, de
fato se o Senhor não tivesse agido, Jonas nunca teria retornado para a direção
da vontade de Deus.
Se um salvo não ama a
santidade, não tem prazer na lei do Senhor, não desfruta de piedade, não busca
as coisas do alto, não tem reverencia, não frutifica espiritualmente, não tem
progresso espiritual como escreveu Salomão em Provérbios, que a vereda do justo
é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Provérbios
) então não é santo, não é redimido, não é regenerado, não é justificado, não é
salvo! É apenas um religioso como eram os fariseus e saduceus na época de
Cristo, não importa se seja cristão, evangélico, protestante, é apenas um
religioso ativo seguindo o curso do mundo perdido, apresentando uma falsa
piedade sem poder interior de transformação espiritual.
Alguns proponentes da
segurança eterna tornam-se falsos mestres quando ensinam que alguém não perde a
salvação, quando cai na apostasia e nunca mais retorna, vai longe ao pecado e
permanece e morre por lá, isso é absolutamente errado, cada natureza espiritual
corresponde aos anseios da vida que está projetada no seu interior, o cão volta
ao seu próprio vomito e a porca lavada ao espojadouro de lama (II Pedro 2:22) o
cão e a porca, num sentido figurado, podem até permanecerem por um tempo dentro
da fé cristã, mais cedo ou mais tarde, pode inclinar-se a sua antiga natureza e
nunca mais voltar, como o corvo que Noé soltou na arca após as águas do dilúvio
baixarem, ele não voltou mais. A natureza do santo é uma inclinação as coisas santas
e isso é um progresso evidente na sua vida, a operação da regeneração é ser
mais parecido com Cristo, o caminho da glorificação do corpo é a santificação
do ser. Assim encontramos esse progresso nas Escrituras: Quem é santo se
santifique mais ainda e quem é sujo se santifique mais ainda (Apocalipse 22:11) Portanto uma queda pode ocorrer, e isso
realmente ocorre em variados graus, salvos não são perfeitos, porem o Espírito
do Senhor sempre guiará os salvos na verdade e não no erro (João 16:13) quedas irreversíveis ocorrem por conta da
natureza degenerada por trás de um homem religioso, e tal pessoa nunca foi
salva, e se ela estiver dentro da fé cristã, precisa ouvir sobre a fatalidade
da religião superficial e hipócrita fruto de uma alma não regenerada. O
verdadeiro cristão foi gerado de semente não corruptível, mas da semente incorruptível
(I Pedro 1:23) Essa semente incorruptível é operacional na vida de um salvo, a
regeneração terá um resultado evidente: uma vida transformada, uma nova
criatura, um novo homem em Cristo, que foi batizada para dentro do corpo de
Cristo e que cresce em santificação, em natureza celestial, á imagem e
semelhança de Cristo Ascenso e não do adão caído. Quem vive na pratica do
pecado e cai numa apostasia irreversível, nunca nasceu de semente incorruptível,
nunca nasceu de novo, nunca nasceu do Espírito (João 3:8) Aqueles que realmente
se tornam filhos de Deus não nasceram de uma vontade carnal, mas um nascimento
espiritual segundo a vontade de Deus (João 1:11 e 12) portanto uma perda de salvação para quem nunca
foi salvo é uma contradição lógica! todavia muitos estão dentro das igrejas
nessas condições, e para eles servem a advertência de uma ruína, e essa advertência
é muito clara em Hebreus 6:4 a 6. Pessoas que experimentaram uma iluminação
pela exposição clara dos ensinos acerca da salvação (Salmos 119:105) provaram
assim a boa Palavra de Deus ( Através de pregações bíblicas) se tornaram
participantes do Espírito santo (Quando viram o poder dEle em convencer homens
quanto a justiça, o juízo e o pecado) provaram o dom celestial (A mensagem da
salvação que é um dom de Deus e ouviram acerca da pessoa bendita do Salvador) esses
podem sofrer uma queda irreversível, e a eles não haverá restauração. Note que
o texto não fala sobre regeneração, santificação progressiva, novo nascimento
ou sobre alguém que estava em Cristo, mas de pessoas que podem freqüentar uma
reunião cristã por muito tempo, ouvirem sobre Cristo e o Evangelho e recair
para os confins da perdição eterna. Jesus foi claro que há uma classe de pessoas,
os redimidos. Que não entrarão em juízo depois de ouvirem acerca da salvação e
crerem nEle (João 5:24) a experiência de ir para Cristo. Pessoas que vão até
Cristo enviadas pelo Pai, nunca serão lançadas para fora de Cristo (João 6:37)
Os salvos são protegidos por Deus mediante a fé (I Pedro 1: 3 a 5) Os salvos
serão confirmados por Deus até o dia do advento (I Coríntios 1:8 veja também
Filipenses 1:14) os regenerados estão selados com o Espírito Santo (Efésios
1:13 e 14)
Conclusão:
A segurança eterna diz
acerca daqueles que realmente foram regenerados e que estão em constante
progresso espiritual se santificando cada vez mais e desenvolvendo a salvação pelo
poder do Espírito santo.
O não regenerado pode
experimentar de coisas concernentes a salvação, mas nunca foi “ovelha que ouve
a voz de Cristo para nunca perecer”, mas é como um “cão” que volta ao seu próprio
vomito ou como a “porca” lavada que volta ao espojadouro de lama
Assim como Adão foi uma
criação divina com uma vontade própria que não funcionou, a nova criatura em
Cristo é uma nova criação divina guardada pela vontade de Deus que funciona.
A palavra de Deus que é
a voz do Espírito Santo nos afirma que somos guardados pelo poder de Deus para
a salvação, não somos guardados pelos nossos próprios esforços e méritos, se
assim fosse, seria um desastre fatal para todos os redimidos, Bendito seja Deus
e Pai de Nosso Salvador Jesus Cristo, pelo Espírito Santo nos dando uma tão
grande salvação.
Pr Clavio J. Jacinto
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