Um Curso em Milagres e o "cristo" da Nova Era


 

Durante os anos de 1965 a 1972, uma psicóloga judia norte-americana chamada Helen Schucman, antes atéia, recebeu mensagens de um ser vindo do mundo espiritual que lhe daria o que é conhecido atualmente como “Um Curso em Milagres” também aclamado por alguns seguidores da nova era como o “terceiro testamento”. Algum tempo depois ainda na década de 1970, outro personagem, o Dr William Thetford que veio da ciência cristã, colaborou com Schucman na organização de “Um Curso em Milagres” (Que foi lançado e editado oficialmente em 1973), pois ele pessoalmente acreditava que ela estava recebendo os ensinos originais de Cristo. O labor de Schucman e sua dedicação em escrever o que ela estava ouvindo em voz audível de um ser espiritual, poderia passar com menos importância, se não fosse ao fato de que o espírito se identificava como Jesus Cristo. Toda a mensagem de “Um Curso em Milagres” é apresentado como uma revelação restauracionista. O cristianismo bíblico e o Novo Testamento são falsos, a restauração dos verdadeiros ensinos de Cristo estão agora disponíveis á humanidade, graças a Helen Schucman que recebeu a missão de disseminar esse ensino do próprio “cristo” os apóstolos falharam...

O Livro “Um Curso em Milagres” aborda muitos ensinos parecidos com o movimento “Novo Pensamento” além de conter elementos de psicoterapia psicológica e muitos conceitos doutrinários defendidos por outros grupos esotéricos da nova era. O livro tem mais de 1000 páginas, mas o texto revelado compõe-se de aproximadamente um pouco mais de 600 páginas

Uma parte do texto que me chama a atenção é apresentada a seguir:

 

Capítulo 8 parágrafo 7:  “A Bíblia diz: “E o Verbo (ou pensamento) se fez carne.” Estritamente falando isso é impossível, já que parece envolver a translação de uma ordem de realidade para outra. Diferentes ordens de realidade meramente aparentam existir, assim como diferentes ordens de milagres. O pensamento não pode ser feito carne exceto pela crença, já que o pensamento não é físico. No entanto, o pensamento é comunicação, para a qual o corpo pode ser usado. Esse é o único uso natural que lhe pode ser conferido. Usar o corpo de maneira não-natural é perder de vista o propósito do Espírito Santo e assim confundir a meta do Seu currículo.” (1)

 

O cristo de Schucman não é o Cristo das Escrituras, mas outro cristo, ele nega a encarnação de Verbo, e isso pode ser muito bem definido pelo que João já ensinava no texto sagrado, em I João 4:1 a 3: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que  confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Cristo veio em carne não é de Deus, mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo” (ACF) As advertências da Palavra Deus talvez fossem desconhecidas da autora, o que ela estava recebendo do mundo espiritual, se encaixa perfeitamente com o que João já alertava, não é de admirar que o “Curso em Milagres” tenha um boa dose de inclinação doutrinária para o gnosticismo. Se o texto for feito, de acordo com o mandamento das Escrituras, não crer mas provar, o grego traduzido por “provai” é “Dokimazete” e significa por a prova, testar para saber se é verdadeiro, provar para aprovar. Nisso, a maioria senão todos os espiritualistas tem falhado fatalmente, a negação da encarnação do Verbo implica em negar o sangue da redenção, significa negar o Cristo salvador que por uma obra perfeita remiu através do próprio sangue aqueles que são salvos por responderem ao convite bíblico do arrependimento e confiança nessa obra salvífica.  Assim o “Jesus” de um curso em milagres aponta para o homem como seu próprio salvador

O “cristo” do “Curso em Milagres” não é o mesmo Cristo das Escrituras. Com relação ao “cristo’ apresentado em “Um Curso em Milagres” lemos: Um salvador não pode ser um juiz, nem a misericórdia condenação. E a visão não pode levar à perdição, apenas abençoar. Aquele, cuja função é salvar, salvará. Como ele o fará, está além da tua compreensão, mas quando tem que ser escolha tua. Pois o tempo tu fizeste e o tempo podes comandar. Não és mais escravo do tempo do que do mundo que fizeste. (Pagina 283) Uma só passagem das Escrituras é suficiente para provar o equívoco dessa descrição relacionada ao Senhor Jesus Cristo: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” (João 5:22 veja também João 3:18 com 7:38)

 

Na concepção desse “cristo” da nova era que entrou em contato com Schucman, o pecado ganha outra versão, pois ela escreve no referido livro:

“Já que o amor é tudo o que existe, o pecado na ótica do Espírito Santo é um erro a ser corrigido, e não um mal a ser punido.” (Pagina 4) Ainda lemos: “Ninguém é punido por pecados e os Filhos de Deus não são pecadores” (Pagina 66)

A negação pela expiação e a condenação dos incrédulos tem sido uma seqüência em um “Curso em Milagres” Toda essa declaração é uma negação clara a todo o ensino do Novo testamento, aliás, é uma negação aos ensinos de Cristo. A essência da mensagem do livro é uma negação do pecado e a sua natureza maligna.

A metafísica gnóstica desse “cristo” pode ser vista em tantas outras declarações encontradas através do livro “Um Curso em Milagres”, por exemplo,

“porque a dor é uma ilusão do ego” (Pagina 50)

“Quando um irmão está doente, é porque ele não está pedindo paz e, portanto, não sabe que a tem. A aceitação da paz é a negação da ilusão e a doença é uma ilusão” (Pagina 118)

Também é negada a segunda vinda triunfante e literal do verdadeiro Cristo que ressuscitou dos mortos: “A Primeira Vinda de Cristo é apenas outro nome para a criação, pois Cristo é o Filho de Deus. A Segunda Vinda de Cristo não significa nada mais do que o fim do domínio do ego e a cura da mente” (Pagina 44)

Não preciso ir mais adiante, pois pelo fato do espírito que se passou por cristo para entregar a “Curso em Milagres” para Helen Schucman não passar no teste de I João 4:a 3, podemos apenas de modo lamentável enquadrar o livro como uma falsificação espiritual que apresenta outro cristo, e mais uma vez podemos ver que as Palavras do Verdadeiro Cristo se cumprem quando Ele mesmo advertiu sobre o aparecimento de falsos cristos.

 

 

 

(1)                O texto pode ser lido na integra, no Curso em Milagres, disponível em formato eletrônico, no seguinte endereço: https://global-miracles.net/Portuguese_AM/publications_port/UCEM/um-curso-em-milagres.pdf



Clavio J. Jacinto

 

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