O Mito da Neutralidade


 

O Mito da Neutralidade

(Gilberto Pickering)

Precisamos pôr para dormir o mito da neutralidade e objetividade dos eruditos.

Quem quer que tenha estado dentro da comunidade acadêmica sabe que ela é liberalmente semeada com preconceitos, linhas partidárias, ambição pessoal e maldade – bastante próximo de um ódio à Verdade. Neutralidade e objetividade não devem nunca ser assumidas, e mais especificamente quando se lida com a Verdade de Deus – porque nesta área nem Deus nem Satanás permitirão neutralidade.

Em Mateus 12:30 o Senhor Jesus disse: “Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” Deus declara que neutralidade é impossível; você é por Ele ou você é contra Ele.

Jesus clama ser Deus.

Ante tal reivindicação temos somente duas opções, aceitá-Lo ou rejeitá-Lo como Deus. (“Agnosticismo” é realmente uma rejeição passiva.) A Bíblia clama ser a Palavra de Deus. Novamente, nossas opções não são senão duas.

Segue-se que, quando lidamos com o texto da Escritura, neutralidade é impossível.  A Bíblia é clara a respeito de interferência satânica nas mentes dos seres humanos, e mais especialmente quando eles estão considerando a Verdade de Deus. 2 Coríntios 4:4 declara claramente que o deus deste século/mundo cega as mentes dos descrentes quando eles são confrontados com o Evangelho. O Senhor Jesus disse a mesma coisa quando explicou a parábola do semeador.

“... mas, tendo-a eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada nos seus corações.” (Marcos 4:15; Lucas 8:12).

Ademais, há uma ubíqua e penetrante influência satânica sobre toda a cultura humana. 1João 5:19 declara que “todo o mundo está no maligno.” O quadro é claramente um de massiva influência, se não de controle – as Bíblias NASB, RSV, NEB e Jerusalém traduzem como "no poder do," TEV como "sob o domínio do," NIV como "sob o controle do," NKJV como "sob a autoridade e governo do." Toda a cultura humana está sob ubíqua e penetrante influência satânica, inclusive a cultura da comunidade acadêmica.

Efésios 2:2 é ainda mais preciso: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.”

Satanás opera ativamente na mente de quem quer que rejeite a autoridade de Deus
sobre si. O materialismo tem se infiltrado na Igreja na Europa e na América do Norte, a tal ponto que o que a Bíblia diz neste assunto tem sido amplamente ignorado.

Mas eu proponho que se alguém, que clama crer na Palavra de Deus, aceitar uma
edição da Bíblia preparada com base em premissas racionalistas, estará realmente esquecendo o ensino daquela Palavra.

Interpretação é preeminentemente uma questão de sabedoria. Um crítico textual naturalista pode ter um razoável contato com a evidência relevante, pode ter conhecimento dos fatos, mas isto de modo algum implica que sabe o que fazer com esses fatos e evidências. Se “o temor do SENHOR é o princípio da sabedoria
(Prov. 9:10), então, presumivelmente, o descrente não tem nenhuma sabedoria, ao
menos sob o ponto de vista de Deus.

Quem quer que edite ou traduza o texto da Escritura precisa estar em condições espirituais tais que possa pedir ao Espírito Santo para iluminá-lo no seu trabalho, como também proteger sua mente do inimigo.

Nos dias de Jesus haviam aqueles que “amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.” (João 12:43), e eles ainda estão conosco. Mas a “glória dos homens” custa um alto preço – você tem que aceitar o sistema de valores deles, um sistema de valores que sofre direta influência satânica. Aceitar o sistema de valores do mundo é basicamente um ato de traição contra o Rei Jesus e é um tipo de idolatria.

Aqueles eruditos conservadores que põem um alto valor em “reconhecimento acadêmico,” para serem reconhecidos pela “comunidade acadêmica,” etc., necessitam se perguntar a si próprios quais são as pressuposições que jazem sob tal reconhecimento.

Por favor note que eu não estou desacreditando a educação e o saber legítimos – eu mesmo tenho ganho três graus de pós-graduação – mas eu estou desafiando os conservadores a se assegurarem que sua definição de erudição vem do Espírito Santo, não do mundo, que sua busca por reconhecimento é piedosa, não egoísta.

Eu por todas as maneiras suspeito que, se isto fosse feito, então ocorreria uma
dramática mudança no mundo cristão conservador com referência à prática da
crítica textual do NT e da identificação do verdadeiro texto do NT.

 

 

 

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