Tem-se ressaltado com freqüência que o
requisito fundamental na exposição da Palavra de Deus é a necessidade de
preservar o equilíbrio da verdade. Com isto concordamos de coração. Duas coisas
são indisputáveis: Deus é soberano, o homem é responsável... Que existe o
perigo de salientar indevidamente uma delas, e de negligenciar a outra,
reconhecemos sem hesitação; e a História nos oferece numerosos exemplos de
ambos os casos. Ressaltar a soberania de Deus, sem acentuar, ao mesmo tempo,
que a criatura é responsável, tende ao fatalismo; preocupar-se tanto em manter
a responsabilidade do homem, ao ponto de perder de vista a soberania de Deus, é
exaltar a criatura e rebaixar o Criador.
"Duas coisas são indisputáveis:
Deus é soberano, o homem é responsável..."
Quase todos os erros de doutrina são,
na realidade, a Verdade pervertida, a Verdade mal distribuída, mal ensinada. O
mais lindo rosto da terra, o mais encantador semblante, logo ficaria feio e de
aparência desagradável, se um membro continuasse a crescer, e os demais não se
desenvolvessem. A beleza é, primariamente, uma questão de proporções. Assim acontece
com a Palavra de Deus: sua beleza e bem-aventurança se percebem melhor quando a
multiplicidade da sabedoria é exibida em suas verdadeiras proporções. É nesse
ponto que tantos fracassaram no passado. Determinada fase da Verdade de Deus
tem impressionado uma pessoa ou outra de tal maneira que nela lhe concentrou
toda a atenção, ficando excluídos todos os outros interesses. Esta ou aquela
porção da Palavra de Deus se tem transformado em 'doutrina predileta' ,e, não
raro, se tornou o distintivo de alguma corrente específica...
"Quase todos os erros de doutrina
são, na realidade, a Verdade pervertida, a Verdade mal distribuída, mal
ensinada."
Talvez 95 por cento da literatura
religiosa dos nossos dias se dediquem a demonstrar os deveres e as obrigações
dos homens... É absolutamente certo alguém insistir na responsabilidade do
homem. Que dizer, porém, sobre Deus? Não tem Ele reivindicações e nem direitos?
... Perdeu-se tal equilíbrio, e essa perda se deve à ênfase, que vai além das
proporções, dada ao lado humano, ao ponto de apequenar-se, senão mesmo de
excluir, o lado divino.
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