SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS E O CÂNON FECHADO
(Estudo Completo)
Desde cedo, vimos a tendência dos
homens se rebelarem contra uma autoridade estabelecida por Deus para orientar o
povo com relação a vontade divina, o meio pelo qual o Senhor usou para
restabelecer a comunhão perdida com os homens desde a queda foi a escrita,
usando meios humanos, como ferramentas para que esse propósito fosse
estabelecido. Desde cedo, o Senhor então organiza o seu propósito até chegar na
plenitude da revelação profética onde todo ao Antigo Testamento apontava para
Cristo (Gálatas 4:4). Ora Deus escolheu Moisés e não outro, e para aquele
momento, só Moisés tinha a missão da revelação especial para começar o Canon
das Escrituras e ninguém mais. “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto
para memória num livro...”(Êxodo 14:14) até aquele momento era Moisés quem
detinha essa autoridade designada por Deus e não Josué ou Araão, ou
Miriam. Naquele momento, não havia
revelações expostas a toda a assembléia, mas somente a Moisés, ele era a
autoridade revestida do Espirito Santo para escrever o texto inspirado e
autorizado para começar o Canon sagrado “Escreve essas palavras; porque
conforme ao teor destas palavras tenho feito aliança contigo e com Israel”
(Êxodo 34:17) Em Números 12, houve uma rebelião contra esse principio, eles não
aceitaram esse método de revelação especial, centrada na autoridade Moisés como
o porta voz para promover a vontade distinta de Deus “Porventura falou o Senhor
somente por Moisés? Não falou também por nós?” (Números 12:2) em outras
palavras, o “assim diz o Senhor” não era restrito, mas no conceito da breve
apostasia de Araão e Miriam, o “assim diz o Senhor” era um dom genérico, e
todos tinham o direito de prescrever ao povo de acordo com a revelação direta
dada por Deus. Mas Deus não é Deus de confusão (I Coríntios 14:33). Todo o
progresso da revelação segue esse distintivo, qualquer um que faça uma analise
disso, encontra nesse fato uma conclusão inevitável. O Senhor desde o princípio
usou apenas alguns para revelar seus propósitos e vontade soberana, isso nunca
foi um dom generalizado, aberto a todos, como se a via de comunicação direta
com aspectos de autoridades canônicas revestidas da soberana vontade de Deus,
fosse comum a todos. Observe por exemplo no Novo Testamento. O aspecto fundamental da revelação era
restrito, Cristo na transfiguração se revela de modo extremamente pessoal,
depois usa seus discípulos como vasos dessa operação sobrenatural, todavia o
cumprimento das profecias da encarnação do Verbo, vai finalizar o modo como
Deus se revela ao homens. “A lei e os profetas duraram até João, desde então é
anunciado o Reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele”
(Lucas 16:16). Note que não há nenhum profeta no Novo Testamento, nem os
apóstolos usaram a expressão “Assim diz o Senhor”, pois o que é estabelecido em
Lucas 16:16 se harmoniza com isso, pois desde agora é fato predominante que
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo seu Filho” (Hebreus
1:1) assim a santificação da revelação divina ganha a plenitude em Cristo e a
autoridade começa a ser estabelecida definitivamente pela Palavra “Santifica-os
na verdade a tua Palavra é a verdade” (João 17:17). O fechamento do canon
previa a advertência clara de que nem anjos poderiam fazer exposições
doutrinarias antagônicas e diferentes dos ensinos já cimentados pelo ministério
de Cristo, da sua obra consumada e perfeita e todas as realidades dentro dessas
dimensões expostas pela revelação divina.”Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo
do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja
anátema” (Galatas 1:8) Isso pode ser um tanto inaceitável para muitos, aceitar
o fato de que Deus limitou a sua revelação aos 66 livros da Bíblia, mas era
exatamente esse o sentimento de Midiã e Araão, Deus não pode estar limitado a
uma boca só, a de Moisés, todas as outras bocas seriam recipientes da revelação
divina, Deus não pode limitar-se a um homem só, essa restrição colocaria
supostamente , Deus limitado a boca de Moisés, e isso supostamente diminuiria a
ação divina diante dos homens. Assim começou a rebelião de Numeros 12, Deus não
fala só por meio de Moisés, ele fala também usando outras bocas, isso era um
protesto contra a revelação restrita, ao padrão estabelecido por Deus. É
errôneo pensar que o cânon dos 27 livros do Novo Testamento só foram aceitos
oficialmente quando Atanásio assim catalogou
em 367 e que foram definidos nos sínodos de Hipona Regia (393) e Cartago
(393), na verdade todos os livros do Novo Testamento já eram aceitos antes, a
consumação da unidade mostrou apenas a eficiência de cada um deles, e a
necessidade desse ajuntamento para suprir as necessidades eclesiásticas, pois
desde o começo, não poderia haver um catalogo, ate que se completasse o ultimo
escrito, de qualquer forma teria que ser uma tarefa posterior, e dentro dos
devidos cuidados, um zelo santo foi acompanhado da providencia divina, até que
se chegasse a essa unidade do Novo Testamento, num completitude de revelação,
sendo então o plano divino da salvação e restauração completado pelo Livro de
Apocalipse, tendo estes dois capítulos finais a restauração de todas as coisas,
encerra-se dentro desse maravilhoso livro inspirado verbalmente por Deus, o
começo de todas as coisas e a consumação de todas as coisas que começaram e
foram afetas pela queda e a renovação de toda a criação, isso é uma
completitude definitiva, e então a revelação se fecha. Aquele que procure a
orientação divina, não há mais oráculos, há a bíblia sagrada, não há mais
revelação especial como acréscimo, pois seria adulteração, e se apenas repete o
que já foi revelado, então entramos numa esfera que se predispõe ao
desnecessário, esse fator apenas corrobora a insinuação diabólica que cita o
salmo 91:11 e 12 em Mateus 4:8, aqui é uma voz sobrenatural, citando um
versículo inspirado, dentro da motivação perigosa de que tem um significado que vai além do que
está escrito dentro do seu contexto. Tudo o que fere esse principio de contexto
e revelação suficiente dentro da Palavra de Deus, quebra a sua autoridade e
produz o gérmen das heresias de perdição. Tome cuidado! A cristandade está
impregnada desse misticismo mortífero. Outro fator de Mateus 4:8, a voz do
diabo toma a palavra de Deus, mas não é a voz de Deus que fala na boca do
diabo, a citação do Salmo 91:11 e 12 é tendenciosa, usada para um fim maligno,
embora pareça ser revestida das mais pias intenções, imagine o diabo com essas
falsas intenções, confrontando Cristo com o Antigo testamento, Cristo vai
anular a falsa interpretação com uma verdadeira exegese de Deuteronômio 6:16. E
mais uma vez vimos Cristo tomando a Palavra de Deus inspirada e então consegue
vencer a batalha da fé, usando corretamente as Escrituras, sem precisar
recorrer a qualquer espetáculo prodigioso, e isso tem uma grande lição a nos
dizer: A Palavra de Deus é suficiente! É a voz de Deus, é a sua vontade
expressa. Satanás apenas insinuou que o texto poderia receber uma nova
revelação, poderia significar mais do que realmente apresentava, poderia
receber novas nuances de significados alem daqueles de um resultados da exegese
correta, assim satanás não aceita o método gramático textual da interpretação,
sugere que a palavra significa mais do que ela diz, uma nova revelação é
necessária para se adquirir insights e obter certa compreensão por trás dos
significados que se escondem por trás das palavras, isso é uma gnose, por trás da
morte anunciada em Gênesis 2:17 Satanás coloca uma experiência de imortalidade
em Gênesis 3:4, enquanto o Senhor disse
que poderiam comer de todas as arvores do jardim com exceção de uma (Gênesis
2:16) satanás quer propor um novo significado, um adulteração do significado
literal da proibição “ é assim que Deus disse” olhe que o diabo não diz que é
ele quem está afirmando, os que não prestam atenção nessa afirmativa se
esquecem que ele atribuiu a Deus as palavras a seguir “Não comereis de toda a
arvore do jardim?” (Gênesis 3:1) Nunca que o diabo diz ser ele quem fala, a
metodologia do diabo é usar a própria palavra, ou usar uma revelação
extra-bíblica como se fosse o padrão estabelecido para orientar os homens sobre
as coisas espirituais e morais. O que entendemos com isso? O diabo insinuou que
a revelação estava aberta naquele momento. Ele atribuiu a Deus, porque tentou
passar a Eva a impressão de que ele também ouviu o mandamento, e estava
corrigindo o que Eva não tinha entendido, ou talvez tenha sugerido que Deus deu
a ele também a mesma proibição. Alguém estava em contradição, a revelação do
diabo não estava de acordo com o cânon estabelecido no Éden, você consegue
perceber isso? Satanás apresentou uma nova revelação, oposta aquela que Eva
tinha recebido, sem fugir da essência do tema central, o “Deus disse” não saiu
do jogo de palavras, mas serviu como a base para uma nova revelação. Assim
satanás apenas convenceu com essa atitude que Gênesis 2:16 e 17 não eram
suficientes, a vontade de Deus não poderia estar condicionada em dois
versículos somente, seria um absurdo isso. Eva caiu na armadilha, muitos hoje
também caem no mesmo erro, eles dizem “Deus não está condicionado á Bíblia” ou
“Deus não pode estar limitado as Escrituras”, “Ele revela coisas novas hoje” é
impossível que um Deus soberano esteja condicionado á um livro, Ele não pode
estar “preso” a essa visão teológica, pois bem, essa foi a visão que predominou
na rebelião de Miriam e Aarão, Deus não está limitado somente a boca de Moisés,
há milhares de homens piedosos em nossa assembléia, mas aceitar o fato de que
só a boca de Moisés é usada por Deus é um absurdo. Em outras palavras, Miriam e
Araão queriam um cânon aberto e não fechado. Da mesma forma o diabo no Éden
sugeriu um cânon aberto, ao colocar duvida na Palavra de Deus em Gênesis 2:17
ele apresentou um modelo alternativo de revelação.. Tenho notado o perigo hoje
em dia em certas versões da bíblia cujo o texto traduzido, além de ser do texto
critico, vindo de fontes alexandrinas e portanto gnósticas, ainda há aquele
modelo moderno de impor a ideia humana no texto traduzido (equivalência
dinâmica) um modelo de equivalência dinâmica pode ser vista na própria conduta
de satanás ao tomar textos da palavra de Deus e traduzi-los de acordo com as suas
idéias e pensamentos e não de acordo com o pensamento de Deus. (Leia novamente
Mateus 4:8 Gênesis 3:4). Aqui está o jogo de idéias, fora do contexto o diabo
fez uma interpretação literal do Salmo 91:11 e 12, sem contudo respeitar as
normas da condição impostas pelo contexto, por outro lado, satanás também é o
primeiro a interpretar de forma alegórica o que deveria ser entendido com
literal em Gênesis 2:17.
Hoje em dia, muitos assumem o
risco do cânon aberto, Há algo que precisa ser dito que não está nas Escrituras,
e isso torna-se evidente que é um acréscimo, mas se está de acordo com as
escrituras, então que necessidade há de serem expostas por meio de revelação?
Se não é nova revelação, que necessidade há da repetição daquilo que já está
escrito? porque a pregação expositiva assume essa responsabilidade, note esse
fato na pregação de Pedro e Estevão no livro de Atos. As implicações estão ai diante de nossos
olhos, agora quando vimos o apelativo para a advertência de uma nova revelação
encima da doutrina do inferno, ainda que o Antigo Testamento não tenha uma
visão ainda bem clara sobre o assunto, mesmo assim a resposta dada ao apelo do
rico no hades foi: “Se algum dentre os
mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam” (Lucas 16:30) a resposta vem em
seguida: “Porém, ele lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco
serão persuadidos, ainda que algum dos mortos ressuscite” (Lucas 16:31) até
aquele momento crucial, a autoridade se
estendia desde os 39 livros do Antigo Testamento até as palavras e os ensinos
de Cristo, e nada fora desse parâmetro espiritual. Você entende? Há um momento
de abertura do cânon para o processo da revelação divina até chegar seu clímax
na historia da criação, e esse cânon se fechou com os escritos de João e o
livro de Apocalipse. Porque Jesus veio
completou a revelação, e em seguida ao fechamento dessa revelação, a
completitude da obra redentora do Criador se consumou na pessoa de Cristo, da
criação passada ao processo de restauração de todas as coisas, estão dentro da
Bíblia com seus 66 livros que na unidade fundamental da revelação divina
tornam-se um só livro harmonioso
narrando o épico da raça humana da criação até a queda, da redenção e da
glorificação dos salvos, então temos uma Escritura perfeita, porque a base pelo
qual se apresenta essa perfeição é a revelação do próprio Filho de Deus como o
Caminho, a Verdade e a Vida (João 14:6) dentro dessa perspectiva, a unidade de
Gênesis com o livro de Apocalipse, a tapeçaria dourada da misericórdia divina
está completa, e sobre ela a alma redimida se prostra em adoração e reverencia,
pois está escrito “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da
profecia deste livro que, se alguém acrescentar a estas coisas, Deus fará vir
sobre ele as pragas que estão descritas neste livro; e, se alguém tirar
quaisquer das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do
livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro”
(Apocalipse 22:18 e 19). Procuremos
entender que a igreja no seu vigor espiritual e ainda respirando os ares
apostólicos, tinha os livros do Novo Testamento já reunidos numa autoridade
superior, O Dr F. F. Bruce, que eu considero como uma das maiores autoridades
que já existiu com relação aos documentos do Novo Testamento afirma: “O Novo
Testamento estava completo ou substancialmente completo, por volta do ano 100
A.D., a maioria dos livros existindo já
vinte a quarenta anos antes dessa data” (Merece Confiança o Novo
Testamento? F. F. Bruce Pagina 18) essa
completitude da revelação divina tinha todo projeto divino já revelado da queda
até a nova criação, é uma revelação completa e perfeita tendo como centro, o
Senhor Jesus Cristo (Efesios 1:10). Hoje alguns argumentam que isso não é
possível, assumem a teologia errônea de que o cânone está aberto e Deus usa
qualquer um, não importa suas qualidades espirituais e sua formação
doutrinaria, e ouvi durante anos, pessoas em momentos de êxtases anunciar com
um “assim diz o Senhor” novas revelações, coisas absurdas, novas doutrinas, recados pessoais, admoestações e advertências
subjetivas, coisas desse gênero. Acontece que Deus nunca usou qualquer um, nem
mesmo as revelações foram genéricas, elas foram dadas para as pessoas certas,
nos lugares certos e no tempo certo, de forma muito ordenada e bem organizada,
de outra forma, como poderíamos ter uma revelação tão completa e perfeita
dentro dos 66 livros da bíblia? Veja que nem mesmo entre os apóstolos, alguns
nem sequer receberam a tarefa de escrever de forma inspirada o texto do Novo
Testamento, essa tarefa de receber direto do Senhor, o sopro inspirado
(Teopneustos) foram dada apenas há alguns e posteriormente a Paulo, e pelo que
vimos, na dispensação da graça, encerrou-se o “assim diz o Senhor” Paulo agora
não está na mesma dimensão espiritual dos profetas do Antigo Testamento, em
harmonia com Hebreus 1:1 ele declara
“Porque não recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de
Jesus Cristo” (Gálatas 1:12 veja também Efésios 3:3) é Cristo quem assume o
controle do progresso da revelação divina, o fechamento é a chave que fecha a
revelação e a coloca em estado de segurança máxima, para que não haja qualquer
possibilidade de adulteração e falsificação, “Para que em nós aprendais a não
ir além do que está escrito” (I Coríntios 4:6) de modo que ainda que nos
últimos tempos apareçam versões bíblicas falsificadas, é certo que Deus velará
pela sua palavra até o fim. Mas ainda
assim, precisamos de cautela, tendo em vista que nenhuma voz sobrenatural do
engano se calará até a consumação dos séculos, e isso está claramente previsto
nas Escrituras (I Timóteo 4:1 e I João 4:1 a 6) precisamos nos lembrar que
essas vozes demoníacas que surgirão por meio de falsos profetas com inspirações
demoníacas tipo locuções interiores, vozes da intuição, revelações por
intermédio de êxtases e estados alterados de consciência, efeitos esses que surgem através de mantras
cantados, batidas rítmicas de musicas cerimoniais, ambientes psicodélicos como
shows gospel com jogos de luzes coloridas, cânticos emocionais e coisas dessa
natureza. Ainda assim, a bíblia testifica que o meio pelo qual o diabo trabalha
é através do uso da própria palavra de Deus, como ocorreu na tentação de Cristo
e no Jardim do Eden. Mas de alguma forma, ele ultrapassa seus objetivos e nem
sempre se atemoriza com suas mentiras, mas tenta de diversas formas desviarem
os homens da misericórdia de Deus usando muitas vezes elementos divinos, como
versículos isolados, admoestações amorosas etc. Tiago até mesmo revela que não
há demônios que não sejam monoteístas em suas crenças, e de fato as Escrituras
afirmam que eles crêem “Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os
demônios o crêem, e estremecem” (Tiago 2:19) ao falar sobre a formação
espiritual do líder pregador , obreiro, Paulo ensina “Procura apresentar-te a
Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade” (II Timóteo 2:15) note que a ênfase de Paulo sobre a
palavra da verdade, tem seu contexto próximo como as escrituras divinamente
inspiradas (II Timóteo 3:16) Paulo sabia que o processo da revelação seguia
esse caminho, ele estava sob inspiração do Espírito Santo e tinha uma visão
mais profunda de todo o progresso dos acontecimentos imediatos e futuros como
procede em seu discurso de II Coríntios 12:1 a 7. Ele sabia que as escrituras
teriam seu novo complemento para chegar na plenitude da totalidade da
revelação, Deus estava trabalhando para isso, assim ele resume tudo em II
Timóteo 3:15 a 17 porque sabia de antemão que era o ultimo dos apóstolos a
complementar a revelação celestial para que a humanidade pudesse receber a
carta magma do Criador, de modo que toda a humanidade fosse alcançada pelas
bênçãos sem medidas da obra consumada e perfeita de Jesus Cristo na cruz do
Calvário. Infelizmente hoje alguns dizem que Deus não pode ficar fechado nessa
“caixa teológica” e que estaria limitando Deus em suas ações soberanas. Pois
bem, lamento dizer que era exatamente esse o argumento de Miriam e Araão, eles
não aceitaram o fato que Deus estivesse limitado a falar somente pela boca de
Moisés “Não falou também por nós?” esse infelizmente foi o argumento do diabo,
ao questionar sobre a palavra de Deus, ele insinuou “Foi assim que Deus disse?”
e então faz um acréscimo, um complemento através de uma sessão sobrenatural,
distorcer e acrescentar algo a Palavra de Deus para diminuí-la na autoridade e
compromete todo o sistema da revelação divina. Durante anos eu presenciei esse
tipo de diminuição a palavra escrita por causa da revelação extrabíblica. Houve
momentos na minha vida pessoal, que fiquei estarrecido, justamente porque vi
pessoas assombradas com certos tipos de revelações por vias de elocuções tipo
“assim diz o Senhor”, desde então os ouvintes ficavam extasiados com o momento
e a experiência. “Deus falou conosco” não porque alguém leu um admirável texto
das Escrituras inspiradas, mas porque alguém falou sob o efeito de uma “unção”
recebendo direto de Deus, um recado direto do Trono. Infelizmente sou
testemunha clara de que a bíblia não ganha nesses ambientes uma autoridade
acima das revelações sobrenaturais, ela fica sempre abaixo, nunca conheci
alguém sequer dentro desse contexto espiritual que demonstrasse publicamente
sua rejeição a revelação extrabíblica, porque estava sendo idolatrada ao custo
do menosprezo a autoridade da Palavra de Deus inspirada e inerrante. Essa
diminuição é um perigo, até mesmo quando se trata de pregação expositiva, ela
deve ser conferida com as Escrituras como bem falou o Espírito Santo ao chamar
os bereanos de nobres por tomarem essa atitude tão elevada, de testar o sermão
de Paulo pela analise cuidadosa do que estava Escrito(Atos 17:11) é louvável
cristãos hoje, que tenham essa atitude, porque sabemos que tudo o que foi
escrito, está debaixo da autoridade divina e sob Sua guarda até o fim e para
sempre, porque a Escritura não pode ser anulada. (João 10:35) entender essa
questão essa questão é crucial, nos coloca na salvaguarda contra o erro, já que
as escrituras dentro da sua canonicidade completa e fechada nos dá garantia
formal dos absolutos divinos, nos dá a possibilidade de viver dentro da nobreza
espiritual, conferir todos os dias nas Escrituras para saber se de fato é
assim, tal como foi entregue aos santos. Isso é importante, é uma salvaguarda
contra o erro, contra o falso evangelho, contra a maldição prescrita em Gálatas
1:8 e 9. Temos o padrão absoluto pelo qual podem ser testadas todas as coisas
concernentes a verdade divina (Isaías 8:20) assim as escrituras nos coloca num
lugar seguro, porque ela é a lâmpada que ilumina as coisas que precisam de
discernimento (Salmos 119:105)
Agora veja a historia das seitas,
as mais terríveis heresias, os hediondos ensinos as mais obscuras apostasias
vieram pelas novas revelações que contradizem as Escrituras e acrescentam algo,
como se Deus estivesse esquecido de dizer algo mais ao homem, e então voltasse
depois de longos séculos para corrigir. Assim anjos apareceram a uns, o erro
disfarçado por trás de uma falsa luminescência e novas revelações fizeram do
livro de Mormon “Um outro evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” fizeram dos
Escritos de Kardec a revelação do “outro
consolador” que não é senão aquele que promoveu a negação das doutrinas
fundamentais do evangelho, outros tiveram em seus êxtases revelacionais a visão
do decálogo com o quarto mandamento destacado com uma aureola de luz,
insinuando assim, que Deus estava revelando ser o quarto mandamento maior do
que todos os outros, e de uma importância tal que se destacava-se com uma
aureola de luz, contradizendo as palavras claras da revelação do Novo
Testamento : “E os fariseus, ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus,
reuniram-se no mesmo lugar. E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o
experimentar dizendo: mestre qual é o grande mandamento da lei? E o Senhor
Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a
tua alma e de todo o teu pensamento, este é o primeiro e grande mandamento. E o
segundo, semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, destes dois
mandamentos depende toda a lei e os profetas” (Mateus 22:37 a 40) Assim
acabaram caindo em outros erros, não conferindo na Escritura “portanto ninguém
vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou lua
nova ou dos sábados” (Colossenses 2:16). Vimos como simples agir debaixo de uma
influencia sobrenatural não confere garantia de verdade espiritual tal como
vimos em Mateus 7: 21 a 23. “Nem todo o que me diz; Senhor, Senhor! Entrará no
reino dos céus, mas aquele que faz a vontade do Pai que esta nos céus. Muitos
me dirão naquele dia; Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome
não expulsamos demônios?E em teu nome
não fizemos muitas maravilhas? E, então lhes direi abertamente: Nunca vos
conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.Assim muitos tem
ido após outro evangelho, servindo a deuses estranhos e adorando outro cristo e
recebendo um falso espírito santo, pois nunca retornam para a verdade, mas
afastando-se dela, o coração acaba se endurecendo mais e mais, porque não se
sujeitam a autoridade e suficiência das Escrituras, mas como Miriam e Araão se
rebelam, não querem aceitar uma revelação supostamente restrita, ainda que
observem claramente que na igreja do Novo Testamento a revelação com autoridade
objetiva de prescrever a suprema vontade de Deus era o dom de alguns apóstolos,
e isso era previsto com o objetivo de consumar a perfeita vontade de Deus
diante dos homens, para em seguida fechar o cânone e entregar ao mundo a
Palavra viva e eficaz (Hebreus 4:12) comprova-se a sua eficácia pela sua
suprema autoridade e suficiência, nega-se essa bendita verdade, quando é
conferida á outras fontes, autoridade igual ou maior do que as Escrituras. Mas
veja quão eficiente é essa bendita palavra revelada e escrita, capaz de conceder
graça aos pecadores e unção aos pregadores, por meio dela, surgiram os mais
argutos teólogos, os mais abençoados pregadores, os mais tenazes missionários.
Pelas escrituras, na eficácia de seu poder, missionários desbravaram os lugares
mais distantes e em seguida traduziram para os povos, a grande trajetória épica
do cristianismo bíblico está debaixo dessa poderosa influencia que é a palavra
de Deus. Ela tem sido totalmente suficiente, inerrante em seus preceitos,
infalível em seus ensinos, poderosa em suas admoestações, sincera em descrever
a natureza humana caída e a sublime santidade do Criador.
A Bíblia tem sido atacada de
forma diversa nesses últimos dias, e com o crescimento do espiritualismo e com
o surgimento da doutrina das novas revelações, a confusão se instaurou de forma
generalizada na igreja contemporânea, assim falsos profetas surgiram de forma
tão numérica, como nunca antes, em toda a historia da igreja. Pra justificar as profecias falhas que
caracteriza boa parte do movimento carismático moderno, seus mais diletos
doutores desenvolveram a teoria falsa das
“profecias falíveis” a idéia de que alguém supostamente inspirado pelo
Espírito Santo, exercendo um “dom” profético pode falhar, é atribuir ao Espírito
Santo a mesma deficiência do espírito do erro, e afirmar que o Espírito Santo
pode mentir, embora o verdadeiro Espírito Santo jamais em hipótese alguma pode
mentir ou errar (Tito 1:2) assim como o exercício de um dom concedido por ele é
perfeito em toda a sua forma e estrutura espiritual, o dom perfeito vem do alto
(Tiago 1:17) se não é perfeito, não provem dele, de outra forma, a bíblia está
mentindo. Estejamos atentos a esses dias tão confusos, a firmar nossos passos
na defesa da bíblia como autoridade final, e com isso, estabelecer a batalha da
fé (Judas 3) só assim estaremos caminhando em uma senda segura “Por isso, tendo
este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos”
(II Coríntios 4:1)
Amém
Todos os textos bíblicos são da
ACF, Almeida Corrigida e Fiel da Sociedade Bíblica Trinitariana
Clavio J. Jacinto
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