Alice no País da Tecnologia – A fé do transhumanista
Considero o transhumanismo o ceticismo “High-tech”, é a crença meta
humanista, de que o homem através de suas potencialidades alcançará a
imortalidade pelos seus próprios méritos. Muito otimista, por sinal, uma
supercrença no próprio homem, é de fato uma canção arrogante e hipnótica ao
homem caído.
“Um movimento racional e cultural que afirma a possibilidade e a
conveniência de mudanças fundamentais na posição de uma pessoa através das
conquistas da mente, especialmente com o uso de tecnologia, para eliminar o
envelhecimento e melhorar significativamente as capacidades mentais, físicas e
psicológicas de uma pessoa.” (Nick Bostrom. “profeta” transhumanista).
A crença transhumanista é exótica e de certa forma também apocalíptica,
para alguns, a consciência ou a mente de um homem pode ser transferida para um
computador via “download” e assim o ente passa para uma super maquina possante,
e as limitações acabariam, o super homem
de Friederich Nietzche parece que está encapsulado na idéia transhumanista, o
que de fato vai surgir a partir daí é o anticristo.
O transhumanismo pode ser descrito como uma continuação do humanismo,
do qual é parcialmente derivado. Os humanistas acreditam que a essência
das pessoas é que apenas os indivíduos são importantes. Podemos não ser
perfeitos, mas podemos melhorar as coisas e promover o pensamento racional, a
liberdade, a tolerância e a democracia. Os transhumanistas concordam com
isso, mas também atribuem particular importância a quem poderíamos nos
tornar. Não podemos apenas usar meios razoáveis para melhorar a situação
do homem e do mundo ao seu redor; Nós também podemos usá-los para melhorar
a nós mesmos, o corpo humano. E os métodos disponíveis para nós não se
limitam àqueles que o humanismo geralmente oferece, como a
educação. Podemos usar métodos tecnológicos que nos permitem ir além do
que a maioria das pessoas considera humanos. (Nick Bostrom)
A velha crença humanista revestida do cintilar da razão humana crédula em
si mesma, confiante em suas próprias potencias pessoais. A robustez dessa nova
religião diviniza o próprio homem, dando a ele todas possibilidades de
erguer-se da sua rebelião e conquistar tudo o que perdeu depois da queda. Ou no
dizer de Paulo “dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (romanos 1:22)
“Os transhumanistas acreditam que, graças à aceleração do progresso
científico e tecnológico, estamos entrando em um estágio completamente novo no
desenvolvimento da humanidade. Num futuro próximo, enfrentaremos a
possibilidade de uma inteligência artificial real. Novas ferramentas de
conhecimento serão criadas para combinar inteligência artificial com novos
tipos de interfaces. A nanotecnologia molecular tem potencial suficiente
para criar uma abundância de recursos para cada pessoa e nos dar controle total
sobre os processos bioquímicos em nossos corpos, permitindo-nos livrar-nos de
doenças. Através da reestruturação ou estimulação farmacológica de centros
de prazer no cérebro, seremos capazes de experimentar uma gama maior de
emoções, felicidade sem fim e experiências alegres de intensidade ilimitada
todos os dias.” (Nick Bostrom)
Como podemos observar, a crença na tecnologia parece ser a esperança do
homem do futuro, o transhumanista acredita piamente nas relações carne e tecnologia,
ou melhor, uma união intima do biológico
com o tecnológico. É a crença no surgimento de uma espécie de franskteim de
aço, um autômato semi-humano, metade maquina e metade homem, com super poderes,
alcançando a experiência transcendental da imortalidade no próprio ser, bem
como atingir o cume da felicidade egoísta, o reino virtual concebe todas as espécies
de prazeres, e isso de certa forma, já pode ser experimentado hoje, como por
exemplo, a prostituição virtual, estados alterados de consciência sem uso de substancias
psicodélicas etc. É o homem mergulhando com todas as suas paixões no lamaçal de
suas próprias conquistas. A idolatria na tecnologia tem criado um novo culto,
as pessoas se prostram diante dessa nova divindade, a super religião do futuro
unirá a consciência com tecnologia e a divindade será as entidades que surgem
desse novo paradigma escatológico. “Eu apliquei o meu coração para saber, e
inquirir, e buscar a sabedoria e a razão das coisas, e para conhecer que a
impiedade é insensatez e que a estultícia é loucura” (Eclesiastes 7:25)
“Muitos transhumanistas querem ser pós-humanos. Como pós-humano, você
terá habilidades mentais e físicas que excedem em muito as capacidades de
qualquer pessoa não modificada. Você será mais inteligente que qualquer
gênio humano e terá uma memória muito mais perfeita. Seu corpo não estará
suscetível a doenças e não entrará em colapso com a idade, o que proporcionará
a você juventude e energia ilimitadas. Você pode obter habilidades muito
maiores para experimentar emoções, prazer e amor ou para admirar a
beleza. Você não tem que se sentir cansado ou aborrecido e aborrecido em
ninharias.” (Nick Bostrom)
É verdade que o movimento em si, reconhece que a tecnologia avançada
tem os seus riscos, mas eles crêem de verdade que o homem transcenderá sua própria
malignidade e se erguerá desse atual patamar miserável para o “Alice no País da
tecnologia”. Ali, o homem pós-cristão, imortal, divino, vencedor da guerra evolucionista
se erguerá da ruína da civilização que parecia perpetuar a desgraça, e então
surge aquela utopia mística da teologia de Teilhard de Chardin: O ponto Omega,
um estagio final que a humanidade alcançando sua união com o “Omega” ou melhor
Deus, seria um estagio de perfeição, partindo do principio desde a escala da
evolução até a sua culminância total, a diferença é que no transhumanismo, o
homem une-se com a tecnologia, com as
maquinas e com a inteligência artificial, para alcançar por si mesmo um estagio
semi-divino. E isso tende a ser uma inclinação cada vez mais forte, pois o
materialismo casual mecânico e fatalista não pode sobreviver em nossos dias,
algo novo deve surgir, pois todo o homem precisa de uma cosmovisão, Francis
Schaeffer afirmou: “Na verdade, a filosofia é universal no seu escopo. Nenhum
ser humano é capaz de viver sem uma visão do mundo; por isso, não há ser humano
que não seja um filosofo” Mesmo Camus, profeta do existencialismo e do
niilismo, declarou certa vez: “A existência humana é um perfeito absurdo para
quem não tem fé na imortalidade”. Assim a desconstrução da fé em Deus segue-se
a construção da fé em si mesmo. Assim, o homem procede, ele não torna-se um ateu,
no sentido mais absoluto da palavra porque é necessário que todo o incrédulo torne-se
idólatra da própria razão. “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua,
por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo
os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8)
“A realidade virtual criará oportunidades ilimitadas para a
criatividade. As pessoas poderão criar mundos virtuais artificiais que não
serão limitados pelas leis da física, mas parecerão aos participantes tão reais
quanto a realidade física. As pessoas vão viajar para esses mundos por
diversão, por trabalho e por comunicação (e sexo) com outras pessoas que podem
fisicamente estar em outro continente” (Nick Bostrom)
A idéia de criar uma realidade virtual dá margens ao homem criar seu próprio
“Céu” ou seu próprio “Paraíso” embora seja uma ilusão, é, pois uma ilusão mais “real”,
a fim de satisfazer os anseios profundos do coração com uma miragem sofisticada
e assim satisfazer a ansiedade profunda do ser humano. Quem precisa de Salvador
nessas condições? Quão grande e perigoso é esse engano moderno, o transhumanismo
é uma afronta direta contra o evangelho. Desde que o homem é cativado a criar
seu próprio paraíso, ecoa do fundo do seu coração a conquista de uma salvação
sem Cristo, uma mensagem de boas novas sem evangelho, uma imortalidade sem
ressurreição, uma eternidade sem Deus e um paraíso sem a presença de Cristo,
nada mais é do que um inferno oferecido por trás de uma embalagem dourada de
vãs filosofias. “Aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Joã0 6:47) “E a vida
eterna é esta: que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.”(João 17:3)
O download (às vezes chamado de "consciência de carga" ou
"reconstrução do cérebro") é um processo hipotético de transferência
da consciência de um cérebro biológico para um computador. (Nick Bostrom)
Imagine um cenário de maquinas possantes tendo no seu centro memorial a
mente humana? Bizarro ou sarcástico? Pois é, uma sociedade de autômatos ultra-avançados,
com supermentes, o pós-humano no seu auge paradisíaco não pode ser comparado
com a terra media de R. R. Tolkien, é mais além, é uma utopia “Hardcore”. Um mundo
povoado de homens maquinas desfrutando de um paraíso artificial, criado para
satisfazer os desejos mais íntimos do coração humano, tal mensagem é muito
elegante e nada convencional, muito atraente, é o auge do sonho humano
conquistar tudo e relegar a crença em Deus, a necessidade de arrependimento e
regeneração a mera superstição religiosa, descartar a Salvação de Cristo e a
obra consumada de Cristo como inútil e invalida, pois o homem alcançou as
custas de seus méritos, a sua própria salvação, construiu seu próprio paraíso e
agora deve viver dependente para todo sempre, criou o seu próprio destino e
domina a eternidade, grande engano. “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e
habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual
seja honra e poder sempiterno. Amem” (I Timóteo 6:16)
A suma de toda essa loucura chamada transhumanismo é: “E aquele que não
foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse
20:15)
As informações de autoria de Nick
Bostrom foram tiradas do site
http://www.transhumanism.org/
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