A Força dos "Fracos": A Fidelidade da Igreja de Filadélfia e o Desafio do Cristão Moderno
Introdução
Em Apocalipse 3:7-13, Jesus elogia a igreja de Filadélfia por sua fidelidade, apesar de sua "pouca força". Essa aparente contradição — fraqueza humana aliada à fortaleza espiritual — revela um princípio divino: o poder de Cristo se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12:9). Mas o que define um cristão "fraco"? E como, em meio a uma geração marcada pelo compromisso espiritual, podemos resgatar a firmeza da fé genuína?
Talvez essa confissão de Charles Spurgeon seja mais atual do que nunca:
“Quanto a mim, sou freqüentemente abalado com tristeza por causa das heresias e falsas doutrinas desta era atual. Dói-me profundamente ver a falta de espiritualidade entre os ministros e de santidade entre os cristãos professos. Dói-me profundamente ver o lixo e o veneno que são pregados em vez do cristianismo. Às vezes, parece que tudo está indo mal! Os homens que alguém considerava como colunas abandonam a fé, e os mais fiéis cedem em nome da paz. Somos propensos a clamar: o que será de nós?”
1. A Fraqueza que Vem da Negligência Espiritual
A exortação paulina em Efésios 6:10 — "Fortalecei-vos no Senhor" — pressupõe um perigo: a fragilidade causada pela má nutrição da alma. A fraqueza espiritual muitas vezes surge de:
- Dieta espiritual pobre: Música gospel superficial, pregações diluídas e entretenimento disfarçado de adoração.
- Piedade negligente: Pouca oração, estudo bíblico raso e virtudes cristãs relegadas a discursos vazios.
- Cultura da conveniência: Roupas, conversas e prioridades que se moldam ao mundo, não a Cristo (Romanos 12:2).
Vivemos em uma era de escassez: livrarias evangélicas abarrotadas de autoajuda, mas vazias de obras que exalem "o sabor da piedade verdadeira". Púlpitos que entretêm, mas raramente confrontam o pecado ou aprofundam raízes na Palavra.
2. Sintomas da Fraqueza Moderna
A fragilidade da igreja contemporânea se revela em:
- Testemunho brando: Medo de ofender, silêncio diante da mentira e omissão em tempos de crise moral (Judas 3).
- Amor ao mundo: Fascínio por falsos profetas, idolatria ao dinheiro (Mamon) e busca por "bênçãos" sem santidade.
- Pacto com o mal: O diabo já não foge da resistência dos santos (Tiago 4:7) — porque muitos deixaram de resistir.
Satanás se infiltra sorrateiramente: pela educação secular antibíblica, pela desintegração familiar e até por "anjos de luz" disfarçados (2 Coríntios 11:14) que enganam os desatentos. Enquanto isso, muitos cristãos se orgulham de visões e experiências, mas negligenciam o "exame das escrituras" (Atos 17:11). Nossa era é marcada por uma religião sem verdadeiro poder espiritual, de caráter fraco e religião superficial, não há um impacto na sociedade, senão um enorme contingente de escândalos causados pelo testemunho evangélico.
“Era estritamente proibido pregar para outros prisioneiros. Entendia-se que quem fosse pego fazendo isso receberia uma surra severa. Alguns de nós decidimos pagar o preço pelo privilégio de pregar, então aceitamos os termos [dos comunistas]. Era um acordo: nós pregávamos e eles nos batiam. Estávamos felizes pregando. Eles estavam felizes nos espancando, então todos estavam felizes.( Richard Wurmbrand)
3. O Remanescente Forte na Fraqueza
Ainda há esperança! Assim como em Filadélfia, Deus preserva um remanescente que:
- Guarda a Palavra da paciência de Cristo (Apocalipse 3:10), mesmo sob pressão.
- Veste a armadura de Deus (Efésios 6:11), rejeitando acordos com o pecado.
- Vive na expectativa da volta de Jesus, que prometeu livrar Seus fiéis "da hora da provação" (Apocalipse 3:10).
A verdadeira força nasce da dependência radical dEle. Como Paulo, podemos declarar: "Quando sou fraco, então é que sou forte" (2 Coríntios 12:10). Os heróis da fé em Hebreus 11 "da fraqueza tiraram força" (v. 34) — e nós somos chamados ao mesmo legado.
“Todos reconhecem que Estêvão estava cheio do Espírito quando realizava maravilhas. No entanto, ele estava igualmente cheio do Espírito quando foi apedrejado até a morte.” Leonard Ravenhill
Conclusão: Um Chamado à Coragem
Cristo não procura gigantes autossuficientes, mas vasos quebrantados cheios do Seu poder (2 Coríntios 4:7). Se você é um cristão genuíno, é hora de:
1. Sair da UTI espiritual: Abandonar a letargia e buscar "o alimento sólido" da Palavra (Hebreus 5:14).
2. Unir-se a uma igreja fiel: Onde a Bíblia é pregada sem concessões e a oração é prioridade.
3. Assumir o custo do discipulado: Santidade não é opcional — é a marca dos que "não negam Seu nome" (Apocalipse 3:8).
A fraqueza não é pecado; a acomodação, sim. Que sejamos como Filadélfia: pequenos aos olhos do mundo, mas invencíveis pela graça dAquele que disse: "Eis que venho sem demora" (Apocalipse 3:11).
A chamada para sermos radicais em meio a um sistema supérfluo que não atende aos requisitos do evangelho é um desafio constante, chegará um tempo e não demorará que será classificado como “fanático extremista” qualquer um que deseja se alimentar somente da bíblia e não de leite espiritual falsificado dos falsos profetas.
Uma geração de cristãos superficiais não pode dar verdadeiro testemunho cristão, nenhum cristão que teme ser perseguido, apedrejado e zombado por causa da fé cristã e seu amor a Cristo, é de fato verdadeiro cristão, uma geração que não está preparada para ser provada é uma geração que não está preparada para ser testemunha do Senhor.
“Falhamos. Deveríamos ter fortalecido as pessoas para a perseguição, em vez de dizer a elas que Jesus viria primeiro. Diga às pessoas como ser fortes em tempos de perseguição, como resistir quando a tribulação chegar – como resistir e não desfalecer.” (Corrie Ten Boom)
Por causa dessa superficialidade, a nossa cosmovisão do mundo também se enfraquece, hoje em dia, a democratização da informação e da desinfomação, tem causada um caos na mente de muitas pessoas, assim tanto nas escolas quanto nos meios de comunicação, as perguntas surgem, o ataque a fé cristã e a descontrução do cristianismo é evidente, e os crentes superficiais não estão preparados para isso, como escreveu Charles Colson:
“O fracasso singular da Igreja nas últimas décadas tem sido o fracasso em ver o cristianismo como um sistema de vida, ou visão de mundo, que governa todas as áreas da existência. Esse fracasso tem sido paralisante de muitas maneiras. Por um lado, não conseguimos responder às perguntas que nossos filhos trazem da escola, então somos incapazes de prepará-los para responder aos desafios que enfrentam. Por nós mesmos, não conseguimos explicar aos nossos amigos e vizinhos por que cremos e, muitas vezes, não conseguimos defender nossa fé. E não sabemos como organizar nossas vidas corretamente, permitindo que nossas escolhas sejam moldadas pelo mundo ao nosso redor. Além disso, ao deixarmos de ver a verdade cristã em todos os aspectos da vida, perdemos grandes profundezas de beleza e significado: a emoção de ver o esplendor de Deus nas complexidades da natureza, ou ouvir sua voz na execução de uma grande sinfonia, ou detectar seu caráter na harmonia de uma comunidade bem organizada.”
“O homem que anda mais intimamente com Deus será mantido na paz mais profunda e terá uma esperança mais firme e clara persuasão da salvação” (J. C. Ryle)
“O maior perigo do século XX será a religião sem o Espírito Santo, o cristianismo sem Cristo, o perdão sem arrependimento, a salvação sem regeneração e o céu sem inferno.” (William Booth)
Parte II
O Declínio da Nossa Era: Uma Análise Crítica à Luz da Sabedoria Judaico-Cristã
““A vida cristã deve ser vivida entre os regenerados, em todas as áreas de atividade, até que até mesmo os não regenerados sejam movidos pelos padrões cristãos, reconhecendo sua força.”( Carl FH Henry)
Vivemos tempos de colapso civilizacional. Os sinais são inegáveis:
· A verdade foi trocada por narrativas (Romanos 1:25)
· A irracionalidade é celebrada como "progresso"
· A civilidade deu lugar ao tribalismo ideológico
· Vales morais foram invertidos (Isaías 5:20)
Muitos olham para este cenário e perguntam: "Para onde nossa cultura está caminhando?"
O Labirinto das Ideologias Modernas
Nossa época é marcada por:
1- Relativismo radical - Onde não há absolutos, exceto o dogma de que "não há absolutos"
2- Ditadura do sentimentalismo - Emoções superam fatos e princípios
3- Tiranias do progressismo - Que destrói instituições milenares em nome de uma utopia inatingível
4- Crise de autoridade - Onde cada um faz o que acha certo (Juízes 21:25)
A Bússola da Tradição Judaico-Cristã
Este espaço se dedica a:
✔ Desmantelar enganos com as ferramentas da lógica e da revelação bíblica.
✔ Expor
as contradições das ideologias modernas
✔ Reafirmar
os alicerces que construíram o Ocidente
✔ Oferecer
diagnóstico e prognóstico cultural com sobriedade
profética.
““Como cristãos, não devemos apenas conhecer a visão de mundo correta, a visão de mundo que nos diz a verdade do que é , mas também agir conscientemente de acordo com essa visão de mundo para influenciar a sociedade em todas as suas partes e facetas, em todo o espectro da vida, tanto quanto pudermos.” (Francis Schaeffer)
Análise Sóbria em Tempos de Insanidade
Enquanto o mundo:
· Confunde liberdade com libertinagem
· Troca família por experimentos sociais
· Substitui Deus por ídolos tecnológicos
Nossa missão é:
Analisar criticamente as tendências culturais.
Julgar à luz da Verdade eterna.
Defender os princípios imutáveis que sustentam a civilização.
“Ensine o seu povo. Ensine-lhes a sã doutrina; se você não lhes ensinar a verdade, alguém lhes ensinará a mentira.” (William Booth)
Conclusão: Para Onde Vamos?
A cultura ocidental está numa encruzilhada:
· Caminho A: Continuar a espiral descendente rumo ao caos pós-moderno
· Caminho B: Redescobrir os fundamentos que nos trouxeram até aqui
Você está convidado a pensar criticamente, agir sabiamente e resistir corajosamente.
"Se o fundamento for destruído, que poderá fazer o justo?" (Salmo 11:3)
“Em sua primeira carta, o apóstolo João estabelece três testes para a genuína profissão cristã: um teste de verdade (os crentes devem acreditar que certas coisas são verdadeiras), um teste de amor (os crentes devem amar genuinamente uns aos outros) e um teste de obediência (os crentes devem fazer o que Jesus diz).” DA Carson
C. J. Jacinto
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