O Mel no Cadáver: Por Que Buscar Alimento no Mundo dos Mortos?


O Mel no Cadáver: Por Que Buscar Alimento no Mundo dos Mortos?

 

C. J. Jacinto

 

Introdução: O Estranho Banquete de Sansão

A Bíblia narra um episódio peculiar na vida de Sansão: ele encontra o cadáver de um leão e, dentro dele, um favo de mel. Ele pega o mel e come (Juízes 14:5-9). Essa imagem é poderosa e serve como uma metáfora crucial para os nossos dias. Sansão se alimentou de algo doce que foi encontrado em um lugar de morte.

Essa história nos alerta: será que nós também estamos procurando "alimento" em lugares espiritualmente mortos?

A Doce Tentação da Babilônia Moderna

O livro do Apocalipse descreve a Babilônia como um sistema repleto de luxo e prazeres. É um lugar de "vinho, azeite, trigo" e "coisas excelentes e gostosas" (Apocalipse 18:3, 13-14). Da mesma forma, o mundo atual, que "jaz no maligno" (I João 5:19), oferece uma abundância de delícias aparentemente inofensivas. São os "reinos deste mundo" que foram oferecidos ao próprio Cristo (Mateus 4:8-9).

A tentação é real e sedutora. O pecado é frequentemente temperado e adocicado para atrair o nosso "velho homem". No entanto, a pergunta que precisamos fazer é: de onde vem esse "mel"?

O Perigo Escondido no Prazer

O problema não é que o mel não seja doce. O problema é onde ele está. O doce prazer está escondido dentro de um cadáver.

Podemos ver isso claramente em áreas como a pornografia. Ela se apresenta como um favo de mel, prometendo prazer e satisfação. Milhões descem ao "cadáver do mundo" para se alimentarem desse mel, que na verdade é o mel da prostituição, do adultério e do vício. Essas coisas podem dar um prazer momentâneo, mas estão no túmulo da morte espiritual. São letais.

A mídia e a cultura popular são, muitas vezes, esse "leão que ruge, procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5:8). Novelas e programas são bem "condimentados" para agradar aos olhos e nutrir a concupiscência, fortalecendo o pecado dentro do coração humano. Por trás da carcaça de um mundo morto, escondem-se os mais tenebrosos pecados, e muitos se agradam em ir lá.

Os Guardiões do Cadáver e os Falsos Pregadores

Ao redor desse "cadáver" existe uma "roda de escarnecedores", uma geração perversa e corrompida (Filipenses 2:15) que zela por esses prazeres mortais. E os santos, como peregrinos, não devem se assentar nessa roda.

Lamentavelmente, o engano vai além. Muitos pregadores modernos também descem ao cadáver ressequido do sistema mundano para recolher "alimento" para os seus sermões. Ao invés do pão vivo do céu, eles amassam pães falsos e palatáveis, misturando o evangelho com:

·         Teorias psicológicas humanistas

·         Pragmatismo e relativismo moral

·         Espiritualismo e metafísica do "novo pensamento"

·         Gnosticismo e outras heresias

Essas misturas podem parecer agradáveis, mas são comida de cadáver, não o pão da vida.

A Solução: Para Onde Devemos Ir?

Diante dessa tentação, a ordem é clara: não desça até o cadáver. Não convém aos santos ir ao mundo dos mortos em busca de alimento espiritual.

Existe uma fonte segura e pura. Há maná que desce do céu. Há um pão que verdadeiramente sacia. Jesus Cristo declarou de forma poderosa e direta:

"Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede" (João 6:35).

Por que nos contentaríamos com o mel de um cadáver, quando podemos nos banquetear com o Pão da Vida? A escolha é nossa: a doçura passageira e mortal do mundo, ou a nutrição eterna e satisfatória que vem apenas de Cristo.

 

 

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