Por: C. D. Cole
2:21
"Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se
que Cristo morreu debalde". Gálatas
A idéia da salvação
pela obras é uma doutrina
persistente. Não importa
o quanto se é refutada; ela continua a
insistir no mesmo ponto. Tem
mais vidas do que o gato. O Apóstolo Paulo lançou ataque após ataque contra
ela, mas nunca pôde expulsá-la da mente dos homens. Para ele, era outro
evangelho. Apesar de todas as armas usadas contra esta doutrina, ainda continua
a ser popular.
A
salvação pelas obras é uma doutrina plausível. Ao pensador superficial, parece
mais razoável. De fato, o oposto parece perigoso. É um princípio para muitos de
que o homem bom vai para o céu e o ruim, para o inferno.
A
salvação pelas obras é natural à humanidade caída. É a própria essência de
todas as religiões falsas. É a doutrina de cada religião não cristã, tanto
quanto de muitos que usam o nome de Cristo. Vá onde for, a religião natural do
homem caído é a salvação por méritos próprios. C. H. Spurgeon disse bem:
"Todo homem nasce herege neste ponto". Crê-se nisto até que Deus lhe
abra os olhos à verdade. Também C. H. Spurgeon disse: "A auto-salvação, ou
pelo valor pessoal, ou pelo arrependimento, ou por resolução própria, é a
esperança inerente da natureza humana, e é muito difícil de ser
extirpada".
A
salvação pelas obras é o resultado da ignorância. Os homens são ignorantes da
lei de Deus e de si mesmos. De outro modo não acreditariam em tal doutrina.
Romanos 10:1-4: "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por
Israel é para a sua salvação. Porque lhe dou testemunho de que tem zelo de
Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e
procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de
Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê".
A
salvação pelas obras é uma doutrina criminosa. Paulo acusa o homem que a
defende de dois crimes. Ela aniquila a graça de Deus e faz com que Cristo tenha
morrido em vão.
1. Ela
aniquila a graça de Deus. A palavra "aniquilar" significa tornar
vazia ou inútil. É claro que se um homem é salvo pelas obras ele não precisa da
graça de Deus. A graça é para quem quebra a lei e não para quem a cumpre. É
coisa supérflua se se puder provar o mérito. Quem puder ir a um tribunal com um
caso, sem dúvida a seu favor, sabendo que é inocente, não vai pedir
misericórdia, mas justiça. "Quero justiça", ele diz. "Quero meus
direitos", ele exige. Só quando se sente culpado é que implora por misericórdia.
Nenhum advogado que acredita na inocência de seu cliente e pode prová-la,
pede-lhe que fique à mercê da corte. Justiça é tudo o que um inocente precisa;
é o pecador que precisa de misericórdia. O homem que crê na salvação pelas
obras nega a necessidade de graça e misericórdia.
Há
alguns que, mesmo sem negar a necessidade da graça, tornam-na secundária. Há só
um grau mais baixo do mesmo crime. De acordo com esta teoria, o homem faz o
melhor que pode e a graça de Deus faz o resto. Isto mistura a graça e as obras
na salvação, exatamente aquilo que a Bíblia diz que não pode ser feito. Romanos
11:6: "Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça
já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira
a obra já não é obra". É preciso ter a salvação por inteiro, ou por
merecê-la ou tendo como base o que Cristo fez por você. Baseado em quê, você a
espera? Se não a merece, então deve recebê-la baseado na graça.
2. O
segundo grande crime que fala contra o homem que defende a salvação pelas obras
é que ela faz com que Cristo tenha morrido em vão. É muito claro. Se a salvação
é o resultado do bem que faço, então a morte de Cristo não era necessária. Seu
sofrimento foi inútil. Isto me deixa furioso. Fico indignado ao ouvir alguém
dizer que é salvo pelas obras boas que faz.
A
doutrina da salvação pelas obras é um pecado contra todos os filhos caídos de
Adão. Se os homens não podem ser salvos a não ser pelas boas obras, que
esperança há para o pecador? O portão da misericórdia se fecha à toda raça
humana. Nega-se toda esperança de boas vindas ao pródigo que volta. O mesmo
acontece em relação a todas as perspectivas do paraíso ao ladrão moribundo.
É
pecado contra os santos. A única esperança deles é o sangue de Cristo. Os santos,
na verdade, se esforçam para viver de modo santo, mas a esperança que têm do
céu não se baseia no sucesso de fazê-lo; porque têm um alicerce melhor, que é a
obediência de Cristo. "Porque, pela desobediência de um só homem, muitos
foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos
justos". Romanos 5:19.
É um
pecado contra os santos no céu. A doutrina da salvação pelas obras silenciaria
as aleluias no céu. Lá eles estão cantando: "Àquele que nos amou, e em seu
sangue nos lavou dos nossos pecados". Apocalipse 1:5. Esta doutrina
criticaria este canto e o transformaria numa cantiguinha tal como: "Não
preciso dEle; não preciso dEle; sem pecar, vivi; e assim morri".
Mas
em vez disso o crente em Cristo diz: "O que Cristo fez, e só isso, é o meu
apelo aprazível de fé; não tem nada a ver com o eu, nem justiça nenhuma em mim.
Tuas obras, não as minhas, Ó Cristo, alegram este coração. Dizem-me que está
consumado, e aos meus medos dizem: vão".
0 comentários:
Postar um comentário