Você pode encontrar uma
grande multidão, não ao lado da cruz. Muitas vezes os que permanecem próximo a
cruz são os zombadores, com o intuito de insultar e desprezar a Cristo, de
alguma forma, há mais incrédulos do religiosos diante da cruz, os inimigos de
Cristo eram em maior quantidade do que os amigos, quando Jesus padecia na cruz
do Calvário. O número de piedosos no monte Caveira eram poucos. Quanto mais
próximo da cruz, menos piedosos você encontrará. A vida espiritual que se
aproxima da cruz, exige um negar-se a si mesmo e padecer os restos das aflições
de Cristo, é um lugar inóspita para gente orgulhosa, não é agradável para quem
deseja possuir uma religião carnal, pautada em opiniões e gostos pessoais, a
cruz traz uma exigência de custo muito alto, então o número dos que seguem a
sua proximidade é muito pouco. Notamos isso nos evangelhos, a multidão grita
Hosana, quando a questão é levada a cabo, no interesse pessoal, possuídos de
uma esperança terrena de que o Emanuel seria o libertador de Israel e que o
império romano seria desmantelado com a chegada de um Messias entrando pelas
portas de Jerusalem, a multidão aplaudiu e festejou aquela entrada triunfal do Cristo de Deus. (Mateus 21:1 a 14) Ali
estava a multidão, muita gente aclamando o Messias libertador, uma presunção
política cujo anseio ardente era dar um “adeus’ ao jugo pesado do imperador
romano. Da mesma forma , na multiplicação dos pães, ali temos uma grande
multidão, eles estavam famintos e então Cristo multiplica os pães (Mateus 14:14
a 21). A multidão satisfeita, mas mesmo assim, a grande multidão era incrédula
“E, estando Ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os
sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque
a todos conhecia; E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque
ele sabia o que havia no homem” (João 2:23 a 25) E assim, vimos que a multidão
seguia Cristo ainda longe da cruz e muito perto dos sinais e maravilhas, pois
que tinham um motivo interesseiro e conveniente de seguir o Santo Salvador: “
“Jesus respondeu-lhe e disse; ma verdade, na verdade vos digo que me buscais,
não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes”(João
6:26) ou seja, puro interesse egoísta, a mesma motivação de Judas Iscariotes,
que percebendo o caminho da cruz, separa-se de Cristo, e ainda assim precisa
satisfazer seu instinto com algum ganho, pois era a sua religião apenas um amontoado
de convicções que o induziam a satisfação de seu próprio ego.
Eram na verdade todos
“Uma grande multidão de religiosos (Atos 17:4) que tinham somente um intuito: a
satisfação do ego, por esse motivo procuravam uma religião que lhes fosse
conveniente aos interesses mais egoístas. Assim podemos notar que em muitas circunstâncias, Jesus preferia a solidão e saia fora da grande multidão (João
5:18)
É certo que João viu no
céu uma grande multidão, mas ai temos a soma dos solitários peregrinos de todas
as eras, desde o justo Abel e do piedoso Enoque, até os últimos fiéis remanescente mas o caminho da cruz é um caminho de poucos, a multidão não era
confiável, pois eram, e ainda são massa de manobra do deus deste século que
cega o entendimento dos incrédulos.
Notamos que em épocas
de grandes crises espirituais Elias se sentia um homem solitário, ele não se
conformava com o sistema vigente e sua voz denuncia as potencias da apostasia
que empurrava à sociedade a prostituição espiritual.
Ora, a cruz, o lugar mais inóspito para um coração orgulhoso e um lugar muito desconfortável para os
religiosos mais egoístas, é porém um lugar seguro, quando um salvo encontra
pelo amor á Deus, a fonte de sangue por onde flui a justificação por intermédio
do perdão dos nossos pecados. Assim nunca encontramos uma multidão de santos comprometidos
como o verdadeiro amor aos pés do crucificado. Pois perto da cruz, a morte de
nosso ego deve ser uma realidade, aproximar-se da vergonha da cruz é uma ato de
despir-se de nosso próprio orgulho e abandonar todas as paixões da carne e
ainda negar todos os prazeres do pecado. Mais perto da cruz é mais perto da
morte para nós mesmos (Veja Gálatas 2:20) Olhe bem, pois a maioria dos
discípulos ficaram acuados e quando Cristo se aproximava da cruz, eles fugiram
para longe do Calvário (Mateus 26:56), isso não tão desesperador? havia um
temor pela própria vida, um medo horrível estampava a memória de quem pensava
na morte de cruz. Cristo estava indo para lá, mas onde estavam os que
proclamavam hosanas ao filho de Davi quando ele entrava em Jerusalém? e onde
estavam aqueles pobres famintos que comeram com fartura na multiplicação dos pães
e peixes? Será que podemos supor que entre a multidão que gritava pela soltura
de Barrabás e a crucificação de Cristo estavam muitos deles? E que aos pés da cruz
em santa piedade estavam apenas alguns dignos de padecer um pouco da morte de
Cristo para beber do cálice da vida que se derramava pelo Seu sangue imaculado?
E por nós mesmos que amamos estar entre a multidão, não queremos nunca ficar
entre os poucos, pois é bem melhor que a nossa identidade seja dissolvida em
uma massa de manobra que segue uma religião de instintos e que não busca outra
coisa senão a satisfação egoísta, e usa muito do pragmatismo para alcançar os
fins e então se sentir seguro em fazer parte da maioria, como se números fossem
provas irrefutáveis da verdade e da segurança espiritual e pessoal. Porém o calcula
que cristo fez é completamente contrário a essa tendência falaciosa (Mateus
7:13 e 14)
Quando Cristo revelou a
sua glória, levou ao monte apenas três discípulos, Pedro Tiago e João, mas
mesmo assim ali era o lugar da glorificação, e não o lugar extremo da
humilhação, portanto não estavam lá no Calvário, nem Pedro e nem Tiago, mas
somente João, pois o amor de João era um amor que sentia o bater do coração de
Cristo, e lá na cruz João também foi testemunha de um coração imaculado que
parou de bater. E aqui temos a diferença, a diferença da religião pura e
imaculada que é feita de amor verdadeiro por Cristo, um amor tal que podemos
perder tudo por causa dEle, mas de outra forma, podemos ainda morrer para nós
mesmos para que não venhamos perder á Cristo. Cristo acima da nossa vida
natural, o lugar perto da cruz, não nos dá segurança e nem conforto, pelo menos
se não sentimos a nossa dor, ainda assim ouvimos a dor dos outros. é
compartilhar da vergonha ou ajudar na zombaria, não há neutralidade aos pés da
cruz. Poucas pessoas estavam ao pé da cruz (João 19:26) entre elas João o
discípulo amado e Maria sua mãe, havia então mais três mulheres, almas frágeis
podem possuir um coração mais forte, e a coragem do amor supera a vergonha de
sofrer junto a quem se ama. As vezes no meio de tanta gente forte, apenas uma
alma fraca com coração de Arimatéia, pode ajudar a segurar uma dor que bem
maior do que a nossa. Assim temos os heróis de verdade, cuja coragem é
sustentada por um afeto tão íntimo que o momento da dor mais extrema não é
capaz de desatar esse laço de profundo amor. E assim, vimos que nunca haverá uma
multidão de almas piedosas, próxima ao calvário. A vida de um homem crucificado
é pavimentada pela fidelidade incondicional nutrida pelo amor mais puro por
Deus Pai e por Seu Filho Jesus Cristo. É um lugar incomum, a intimidade do
sofrimento de Cristo é a ciência da compreensão da redenção, e somente aqueles
que ficam próximos da cruz de Cristo, que podem ouvir o maior brado de todos os
séculos: “Está consumado!” (João 19:30) longe da obra consumada e perfeita de
Cristo na cruz, o homem só encontra incertezas.
Clavio J. Jacinto
0 comentários:
Postar um comentário