Peregrinos Porém
Embaixadores
O autor aos Hebreus
(Creio ter sido Paulo) escreve no capítulo 13: versículo 14 que não temos uma
cidade aqui no mundo mas buscamos a que há de vir. Precisamos entender bem o
contexto geral, pois temos um papel a cumprir no mundo. Embora seja verdade que
não temos um lugar fixo no mundo como sistema, é certo que os mansos herdarão a
terra, aliás entendemos que haverá novos céus e nova terra no mundo vindouro e
como co-herdeiros em Cristo, iremos possuir essa terra como herança, todo o
mundo vindouro é a herança dos salvos. Um novo sistema de coisas, as que são
removíveis desaparecerão para que as imóveis possam ficar fixas na eternidade,
pelo século dos séculos então haverá o desfrute da comunhão plena com Deus e a abundância
da felicidade pura. No entanto é fácil compreendermos que no mundo presente
sofreremos sempre as aflições (João 16:33) não há justiça mo sistema atual de coisas,
novos céus e nova terra onde habita justiça é algo que pertence ao mundo
vindouro, todavia devemos compreender que devemos trazer as características
dessa justiça para a presente era, é nosso dever viver o presente com toda a
intensidade sem contudo perder a esperança do mundo vindouro. As raízes da vida
espiritual se encontram no céu, mas o fruto do Espírito Santo que produzimos,
em contato coma videira verdadeira é
para o tempo presente(João 15:1 a 5 e Gálatas 5:22). Há peregrinação cristã é
frutífera e não estéril, acerca disso,
lemos nas escritras que o machado é lançado a raiz das arvores e toda a arvore
que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo, é dessa realidade que
devemos tomar posse, o peregrino frutifica na presente era e as raízes se
aprofundam na eternidade, daí o fato de sempre nos fortalecermos no Senhor e na
força do seu poder. O cristão verdadeiro é como uma arvore plantada junto a
corrente de águas e que no tempo certo frutifica (Veja Salmo 1:3). A
peregrinação terrena não significa sair do mundo e enclausurar-se e perder-se
na escuridão de uma solidão monástica, é ser lâmpada, sair debaixo do alqueire
e ir para o velador onde possa distribuir brilho e luz para os lugares mais
escuros do mundo. A função da lâmpada acesa é essa, não há qualquer utilidade
de acender uma lâmpada ao meio dia, é irrelevante tal coisa. Ninguém percebe
uma lâmpada a acesa nessas condições, mas se você acende uma lâmpada onde reina
uma grande escuridão ai temos uma grandiosa diferença, a luz causa um impacto
no ambiente. A peregrinação terrena consiste em ser luz do mundo, de modo que a
nossa luz deve brilhar com o intuito de Deus ser glorificado através de nós.
É verdade que o
peregrino não deve amar o presente século, o sistema vigente é contrario aos
valores de Reino de Deus. Satanás deseja manter implantado os seus reinos e a
glória que pertencem a eles, e o peregrino faz oposição, as portas do inferno
não prevalecem, não resistem quando peregrino atua. No estado das coisas
presentes o mundo passa com suas concupiscência, mas aquele que faz a vontade
de Deus permanece para sempre. Agora as coisas que se movem ainda prevalecem
até o fim de todas as coisas, mas chegará o dia em que todo o elemento se
fundirá, todo o universo que sofre de entropia será enrolado como um
pergaminho, a nova estrutura que substituirá a antiga, será de material eterno,
anti-entropico, completamente e absolutamente incorruptível. “Ainda uma vez
comoverei não só a terra, senão também o céu. E esta palavra: Ainda uma vez, mostra
a mudança das coisas móveis. Como coisas feitas, para que as imóveis
permaneçam, por isso, tendo um reino que não pode ser abalado, retenhamos a
graça pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverencia e
piedade”(Hebreus 12: 26 a 28)
No atual estagio em que
vivemos, estamos no mundo, o exercício da piedade é uma função do peregrino
aqui no mundo, o cristão está dentro de um sistema que se move, por isso mesmo
haverá consumação dos séculos, estamos caminhando para lá, essa é uma verdade pura,
é uma solida promessa e afirmação das Escrituras. Mas ainda assim, estamos no
mundo onde o tempo é concreto e não abstrato, e nele vivemos a dimensão do
Reino de Deus, não em plenitude mas em etapas, o corolário da fé espiritual é
uma consumação por etapas. Até mesmo o dia do Senhor será um processo e não
apenas uma ação imediata, ea peregrinação também é um processo, e devemos nos
mover conforme a ação do Espirito Santo que sopra a “vela” da vida cristã, e o
porto seguro é o mundo vindouro. Deslizamos numa mobilidade, sem naufrágio, sem
imersão no sistema adâmico e satânico, mas como porta vozes da justiça do reino
e como peregrinos, estabelecemos a realidade do evangelho mediante nossa ação e
nosso testemunho diante de uma sociedade que carece de luz espiritual e
esperança verdadeira.
“Portanto, recebendo um reino que não pode ser
abalado, tenhamos a graça, pela qual possamos oferecer um serviço que agrade a
Deus com reverência e temor: Quão abençoados, sendo "novas criaturas em
Cristo", por fazer parte desse reino que não pode ser abalado. Os
crentes pertencem àquela Nova Criação que é tão maravilhosamente apresentada
nos últimos dois capítulos do Apocalipse! Saber e crer nisso enche os
santos com aquela bendita graça (ou gratidão) pela qual, com temor piedoso [RV,
margem] e admiração, somos capazes de oferecer um serviço agradável a Deus.”
(William newell)
Todas as vezes que lemos Apocalipse 21 e 22,
notamos que a glória do mundo vindouro é o destino de todo o redimido, ser
achado no livro da vida, é ter nascido de novo. O que antecede novos céus e
nova terra é a nova criatura que está em Cristo (II Coríntios 5;17) que nasceu
de novo, da água da Palavra de Deus e viva e eficaz e pelo poder do Espírito
santo que é capaz de gerar vida espiritual eterna no coração do homem mortal
pela morte de Cristo na cruz, que concede vida abundante pela sua vida eterna
derramada na obra consumada e perfeita de Cristo na cruz. Somos peregrinos
porque somos forasteiros no mundo, somos residentes no mundo, porque temos aqui
um velador, e por meio dele, a nossa vida espiritual que procede da nova
Criatura que está em Cristo, alumia as coisas
trazendo realidade sobre um mundo a despeito das coisas verdadeiras,
está encoberto porque o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos
para que permaneçam na escuridão. Lembre que se trata de luz espiritual, a luz
da gloria do evangelho, a cegueira é do entendimento, isso é: ignorância com r
elação as coisas espirituais, daí o fato da importância da pregação, a
proclamação do evangelho é a luz que alumia o coração que está cego de
entendimento. As Escrituras quando pregada com fidelidade e muita oração,
remove essa cegueira que é provocada por trevas e confusão, engano e muita
mentira que se aloja no coração do incrédulo é serve como entulho que obstrui a
luz da gloria do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O atual sistema injeta veneno espiritual e
cultiral no coração dos homens, a presença do cristão peregrino carrega consigo
uma demanda de antídotos para esses venenos culturais e espirituais. A
importância da presença do cristão no mundo será medida pelo fato de quando
eles serem removidos do mundo, a multiplicação da iniqüidade tomará um processo
tão acelerado que haverá um tempo de trevas tal como nunca houve sobre o mundo
desde a antiguidade. O fato dos últimos dias serem comparados por Cristo como
os dias de Noé, deve ser elevado em conta a experiência da humanidade para com
a pratica do pecado, a civilização humana sempre entra em processo de declínio
até chegar num ponto culminante, até que seja maduro para um juízo devastador,
e isso ocorre por conseqüência da rebelião humana contra Deus. A estadia de um
cristão, tal como Abraão, quando sai de Ur e vai para uma terra desconhecida
mas prometida, é um exemplo de peregrinação sem contaminação com o mundo a sua
volta (Exemplificados em Sodoma e Gomorra) note que seu sobrinho Ló desceu até
as campinas verdejantes do Jordão, a visão dele é que tinham encontrado o
paraíso perdido de Adão, há uma boa dose de razão para acreditar que Ló
realmente acreditava nisso, mas por t´ras do frescor das montanhas e o fluir
das fontes de aguas refrescantes daquele lugar supostamente paradisíaco, havia
uma civilização de pecados extremos, o que detém a ruína daqueles povos? a
presença de Ló e a intercessão de Abraão. Havia a necessidade de uma remoção da
Ló de Sodoma, sem a saída dele, o juízo de fogo consumidor não cairia sobre a
cidade em forma de juízo divino. Até certo momento Ló foi um agente de
transformação social pelo testemunho que dava, pois está escrito: “E livrou o
justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis” (II Pedro 2:7) era
peregrino e não compartilhava do pecado de Sodoma, mas viveu até ser removido
daquele lugar, e o evento teve uma reação sobrenatural por parte de Deus no que
diz respeito a remoção do justo do meio dos ímpios, pois os anjos executaram a
tarefa daquela evacuação do justo que vivia no meio dos ímpios, da mesma forma,
isso nos lembra de outro homem, anterior a Ló, Enoque, também naquela época que
era caracterizada por um assombro de decadência moral e espiritual, houve a
necessidade da remoção de um santo dentre os ímpios, assim novamente vimos
aquela alma piedosa sendo transladado para não ver a morte, Enoque desde então
nunca foi achado por nenhum mortal, para sempre foi removido para o céu e
promovida para a glória, deixando o testemunho para a igreja do Senhor que é
composta de peregrinos que profetizam a respeito da vinda do Senhor, mas que de
alguma forma, de maneira muito sobrenatural esperam ser removidos desse mundo,
quando ele se encontrar completamente maduro para o juízo terrível que desce
por intermédio da justiça de Deus, para castigar os ímpios e destruir toda a
rebelião contra o criador.
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