A minha casa será chamada casa de
oração, disse Jesus, certa vez confrontando os mercadores no templo. (Lucas
19:46). As palavras de Cristo eram confrontadoras. Toma a essência fundamental
do objetivo pelo qual Deus faz morada entre os homens: comunhão. Creio que a
oração nunca pode ser verdadeira se antes de tudo ela não for uma comunhão com
o Senhor. "O que vimos e ouvimos isso vos anunciamos, para que também
tenhais comunhão conosco, e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus
Cristo.” (I João 1:3). Aqui está o fundamento da vida espiritual. Não há outro
caminho, senão o caminho do relacionamento com Deus. A comunhão por sua vez não
pode ser exata, se não tem intimidade, e a intimidade não pode ser real, se a
presença de Deus não for uma realidade dentro de nós. A promessa de Cristo é
fazer do nosso homem interior morada (João 14:23) isso é vida interior. A vida
de Cristo dentro do nosso coração, e a sua Pessoa se expressando dentro de nós.
Nessa união com Cristo, somos convocados a vida de oração. Somos templos, onde
o Espírito de Deus habita (Veja I Coríntios 6:17 a 19) por isso esse templo
também é a casa do Senhor, e precisa seguir o padrão: casa de oração. Essa é a
meta cristã, deixar as virtudes de Cristo fluir de dentro para influenciar a
nossa vida em todas as esferas. Isso ocorre, quando temos comunhão com Ele,
quando oramos em comunhão, quando decidimos que Ele é nosso companheiro intimo.
Assim já não haverá mais em nós a divisão de vida publica e privada. Nossa vida
na solidão e no anonimato não será diferente da nossa vida publica. Teremos
vida interior, e assim como por principio. Um homem natural tenta não faz as coisas erradas exteriormente, o
homem santo não faz interiormente, no mundo da imaginação e do
pensamento, dos desejos e no coração, porque Deus habita nele e preside o homem
interior. Ele tem o Espírito de Cristo e Cristo lhe pertence. (Romanos 8:9)
Louvado Seja o nome de Cristo Jesus. Assim, o coração se faz casa de oração, em
plena comunhão com o Alfa e o Omega, Cristo Jesus, Verdadeiro Deus e Vida
eterna. Infelizmente hoje em dia, vimos uma falsa espiritualidade carnal, a
base do culto moderno é o entretenimento e as fabulas, a centralidade humana
erguida no altar das conveniências tem promovido o mais triste espetáculo do
humanismo, assim a igreja moderna é responsável por fazer emergir a enfermidade
espiritual de Laodicecia. Toda uma multidão
está atrás de uma divindade que satisfaça seus interesses, eis porque vimos
tantos templos cheios, não há mensagem da cruz onde a multidão se aglomera, o
homem sempre vai atrás dos próprios interesses egoístas, e os falsos profetas
sabem muito bem disso. Toda a formação do engano é remetida sobre o principio básico
de que o homem quer ouvir aquilo que lhe agrada e não algo que lhe confronte,
por causa dessa tendência pós-moderna, de venerar a religião utilitarista, as
instituições entraram em falência, porque não expulsaram os profetas do
humanismo, mas deram apoio e cobertura, além do espaço necessário para se
expandirem com uma virulência violenta. Os púlpitos erguidos com a mensagem da
cruz nunca serão populares, porque ouvidos treinados pela voz da concupiscência
não desejam ouvir a mensagem do arrependimento. Agora veja o amado leitor que
ser um pregador hoje em dia, exige um preparo espiritual muito adequado, porque
ele terá que ser uma voz solitária no deserto da sociedade pós-moderna, mas
ainda assim ele precisa manter seu status de ortodoxo e conservador (Tito
2:1) Finalizo o tema com as palavras de
A.W. Tozer: “Não seu o que o futuro prepara, mas estou ciente de algo: em vez
de trair o Cordeiro de Deus, mentir e inflamar os cristãos com todos os tipos
de assuntos conhecidos, e retirar o tema do meu sermão de alguma revista
famosa, pregarei a Palavra nem que seja para bancos vazios. Então suspirarei e
chorarei pela abominação que se comete na terra” (A. W. Tozer. Recuperando o
Cristianismo. Graça Editorial. Pagina 161)
Clavio J. Jacinto
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