Nova Criatura Em Cristo Jesus


Se alguém está em Cristo, é nova criatura (II Coríntios 5:17)

 

C. J. Jacinto

 

Esta é, sem dúvida, uma das afirmações mais maravilhosas que as Escrituras oferecem sobre o homem redimido. Trata-se de uma posição consequente da obra realizada pelo derramamento do sangue de Cristo na cruz.

A verdade dessa realidade e a nossa posição de sermos criados em verdadeira justiça e santidade é uma questão de consciência, ou seja, de estarmos dentro da realidade que é o próprio Cristo em nós. Ao clamar “Está consumado,” Cristo efetuou uma obra perfeita e completa. Isso transcende qualquer conceito humano e religioso, pois o movimento religioso e humano tende sempre a fazer com que o homem se mova por auto-piedade e sacrifício, liturgia e crendices, em direção a Deus. A religião humana é mundana; a base da sua credulidade é tentar aproximar-se de Deus por méritos próprios.

Na vida cristã autêntica do caminho estreito, o homem transformado abandona os conceitos terrenos de ser religioso. Ele está num nível de realidade fora dos padrões do homem caído. O redimido está em Cristo, por isso é nova criatura. Isso é uma realidade que pode ser percebida. A transformação não é uma obra supérflua no homem interior; nunca foi e nunca será.

Temo por aqueles que querem defender uma racionalidade fria e calculista, diminuindo assim o caráter sobrenatural da redenção que Cristo efetuou na cruz. A realidade da nova criatura está fundamentada na justiça e na santidade ideal, porque Cristo é o autor dessa transformação interior. Muitos redimidos e eleitos não percebem isso, mas mesmo sem termos percepção de uma realidade, isso não significa que ela não exista de fato. Como disse F. W. Boreham: “Durante toda a vida, a luz do sol é simplesmente uma questão de altitude.”

É possível perceber a verdade dessas palavras em relação à obra de Cristo, sua consumada e maravilhosa redenção. Podemos ver a vida transformada em suas íntimas relações com o Salvador em passagens como João 15. Os ramos ligados à videira recebem a vitalidade celeste do Cristo crucificado e ressuscitado! R. Thomas Ashbrook certa vez disse: “A comunicação entre a videira e os ramos não é para obter uma troca de informação, mas uma transmissão de vida, uma comunhão de vitalidade entre os dois.” Como essas palavras são corretas! Estamos em Cristo; a obra de Deus pela cruz foi consumada para dar continuidade à obra de transformação no coração do homem.

A redenção é um ato definitivo, marcado no tempo e com valor eterno, mas os benefícios da obra da cruz ainda fluem e trazem benefícios concretos para o homem. Se assim não fosse, não haveria progresso na vida espiritual. A vida do redimido, aquele que realmente nasceu de novo, é uma vida de constante comunhão com Deus em Cristo. De fé em fé, possuímos as promessas, oramos, nos deleitamos no Senhor e vivemos dentro de um padrão de sentimentos tão elevados que o amor por nosso bendito Salvador cresce dia após dia. A obra da cruz de Cristo nos dá essas bênçãos.

Muitos vivem uma vida mesquinha, sem sentido espiritual autêntico. A religião humana invadiu a cristandade, e a obra de Cristo foi reduzida a teorias e liturgias mortas, nada mais que isso. Mas a senda do Calvário, o derramar da vida de Cristo, o sacrifício vicário do Verbo Divino, nos concede vida espiritual abundante. Bendito seja o nome do doce Salvador por essas realidades tão preciosas.

O cristão genuíno, aquele que está debaixo da bênção da eleição divina, recebeu nova vida em Cristo desde a sua conversão. Tal homem, nascido de novo, libertou-se do poder da maldição do pecado e passou a servir a Cristo. Recebeu assim o Espírito Consolador, e o Senhor faz do seu coração um campo de trabalho. Realmente, é isso que acontece na vida do homem transformado pelo evangelho

 

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