Cristianismo e Mitraismo


 

Cristianismo e Mitraismo:

Desmistificando uma Falsa Conexão

 

 Responder aos inimigos da fé cristã com rigor e sabedoria celestial, com mansidão e certeza a fim de apresentar a razão da nossa esperança.

 

Introdução

Uma teoria popular em círculos críticos ao cristianismo afirma que essa religião teria copiado elementos centrais do mitraismo, uma antiga religião misterial praticada no Império Romano. Segundo essa ideia, práticas como a eucaristia, o nascimento de um deus, a ressurreição e até a figura de um "salvador" teriam sido "emprestadas" do culto a Mitra.

Mas será que essas alegações resistem a uma análise histórica séria? A resposta é não. Neste artigo, vamos desconstruir essa teoria ponto por ponto, mostrando que o cristianismo não surgiu do mitraismo, mas tem raízes profundas no judaísmo e na história real de Jesus de Nazaré.


O que era o Mitraismo?

O mitraismo era uma religião misterial popular entre soldados romanos entre os séculos I e IV. Era um culto secreto, com rituais iniciáticos e pouquíssimos registros escritos. O deus central, Mitra, era associado à luz, à justiça e à guerra. Ele teria nascido de uma rocha (não de uma virgem), lutado contra um touro e compartilhado um banquete sagrado com o deus Sol.


Alegações de Paralelos entre Cristianismo e Mitraismo

Os críticos costumam listar supostas semelhanças entre as duas religiões, como:

·         Nascimento de um deus

·         Ressurreição após a morte

·         Última ceia ou banquete sagrado

·         Salvação vicária

·         Nascimento em 25 de dezembro

Mas, como veremos, esses paralelos são frágeis, anacrônicos ou simplesmente falsos.


1. Cronologia: o mitraismo romano surgiu DEPOIS do cristianismo

Um dos maiores problemas da teoria da "influência mitraica" é a cronologia. A forma de mitraismo conhecida no Império Romano — aquela que teria supostamente influenciado o cristianismo — floresceu no século II ou III d.C., ou seja, depois que o cristianismo já estava consolidado.

Como bem observa o historiador Ronald Nash:

“O mitraismo floresceu depois do cristianismo, não antes. Portanto, o cristianismo não poderia tê-lo copiado.”


2. Mitra não morreu nem ressuscitou

Ao contrário do que alguns afirmam, Mitra não foi crucificado, não morreu e não ressuscitou. Ele era um deus guerreiro, e sua principal lenda envolve matar um touro sagrado — um ato simbólico de criação ou fertilidade, não de redenção.

Não há qualquer evidência histórica de que os seguidores de Mitra acreditassem em ressurreição física ou salvação por meio da morte de um salvador.


3. Mitra não nasceu de uma virgem

Outra alegação comum é que Mitra teria nascido de uma virgem. Isso é falso. Segundo os mitos, ele nasceu de uma rocha, já adulto, carregando uma faca e uma tocha. Não há mãe, nem parto, nem virgindade envolvida.


4. A eucaristia cristã não foi copiada do mitraismo

Alguns apontam que os mitraístas celebravam um banquete semelhante à eucaristia. Mas, novamente, os registros mais antigos desse ritual mitraico datam do século II d.C., enquanto a eucaristia cristã foi instituída por Jesus durante sua vida (c. 30 d.C.) e já era praticada pelos primeiros cristãos décadas antes.

Além disso, a eucaristia tem raízes judaicas claras, como a Páscoa e o pão da presença no Templo. Não há necessidade de recorrer a fontes pagãs para explicar sua origem.


5. 25 de dezembro não é uma data bíblica

A data do nascimento de Jesus não é mencionada na Bíblia. A Igreja começou a celebrar o Natal em 25 de dezembro apenas no século IV, como uma estratégia cristã de substituição de festivais pagãos. Isso não significa que a história de Jesus foi copiada do mitraismo — apenas que a data da festa foi escolhida por conveniência cultural.


6. O cristianismo é profundamente judaico

Todas as principais doutrinas cristãs — como o pecado, a expiação pelo sangue, a ressurreição dos mortos e o Messias prometido — têm origem no Antigo Testamento, milhares de anos antes do mitraismo romano.

Jesus, Paulo e os primeiros cristãos eram judeus praticantes, e suas mensagens foram baseadas nas Escrituras hebraicas, não em mitos pagãos.


7. As semelhanças são superficiais e forçadas

Muitos dos "paralelos" entre cristianismo e mitraismo surgiram apenas depois que o cristianismo começou a crescer. Alguns estudiosos acreditam que o mitraismo foi que se influenciou pelo cristianismo, tentando se adaptar ao novo ambiente religioso.


Conclusão

A ideia de que o cristianismo surgiu do mitraismo não resiste ao escrutínio histórico. As alegações de paralelos são vagas, anacrônicas ou simplesmente inventadas. O cristianismo tem raízes judaicas históricas, e sua mensagem é baseada na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, um evento que os primeiros cristãos testemunharam e proclamaram como real — não mítico.

Portanto, não há base séria para afirmar que o cristianismo é uma "cópia" do mitraismo. Essa teoria é mais fruto de especulação moderna do que de evidência histórica.

 

A sabedoria terrena e diabólica tenta obscurecer a verdade da sabedoria celestial e revelada. A fé cristã não se apóia em mitos, se apóia em fatos históricos, a pessoa, a obra salvífica e a ressurreição de Cristo. Ele é o verdadeiro Deus  e a vida eterna.

 

 

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