Sobre Sabedoria Aplicada a Vida







Sobre Sabedoria Aplicada a Vida

A grande regra da vida espiritualmente avançada é a sabedoria aplicada a vida, quando um homem alcança níveis elevados de sensatez, ele aplica o princípio de Provérbios 16:16, que nos ensina uma verdade básica: “Quanto melhor é adquirir  a sabedoria do que o ouro e muito mais excelente adquirir a prudência do que a prata”. É bom lembrar que a grande maioria das pessoas e por mais que isso soe estranho, a maioria dos que professam a fé cristã não colocam essa regra bíblica aplicada a vida pessoal. Acredito que essa passagem de Provérbios se encaixa perfeitamente com outra proferida pelo nosso Bendito Salvador, e é aquela que nos ordena a buscar o Reino de Deus e sua justiça em primeiro lugar, como uma prioridade necessária para a experiência do verdadeiro discipulado. (Mateus 6:33) Agora, note que a palavra discipulado está associada a disciplina, nesse caso a regra áurea é que o homem que deseja alcançar níveis elevados de espiritualidade, precisa negar-se a si mesmo.(Lucas  9:23) Todos os conselhos bíblicos sobre esse assunto são perfeitos, o evangelho lida com a nossa própria natureza egoísta, e no progresso da revelação sobre o assunto encontramos Paulo falando sobre a mortificação da carne.(Colossenses 3:5)
Como devemos abordar a vida cristã e viver de forma sensata? Sem pender para coisas terríveis como fanatismo e legalismo e também não cair na armadilha do relativismo e do liberalismo? Essa é a base pelo qual podemos manter o equilíbrio: crescer na graça e no conhecimento. (II Pedro 3:18) Para crescer na graça, precisamos ser espirituais, a espiritualidade autêntica pode ser amparada por dois textos centrais que abordam essa perspectiva de forma clara e coerente; o sermão da montanha(Mateus 5 a 7) e Romanos 8. Creio que deveríamos estudar pelo menos uma vez por semana esses dois textos e aplicá-los a vida diária.
Que a vida é cheia de questões, não há dúvida. Há um fluxo contínuo delas em nosso coração. Nesse caso, a sabedoria é o conhecimento aplicado, e crescer na graça e no conhecimento nos dá o equilíbrio necessário para vivenciar a experiência de uma verdadeira sabedoria. Então, vejamos que o conhecimento aplicado só é coerente com o conhecimento Adquirido. Sem a aquisição de conhecimento, não pode haver possibilidade de conhecimento aplicado. Assim prossigo, buscando fatos que podem ser aplicados nessas questões a serem resolvidas. Primeiro, a vida organizada. Algo precisa ser feito, metas precisam ser alcançadas, então o gerenciamento do tempo e das oportunidades devem ser levados em conta, porque o tempo é fluente, ele nos chega e dele usufruímos, mas de que forma administramo-lo? A sabedoria se reflete antes no modo como estamos gastamos a nossa vida, cada minuto, cada segundo, cada hora e cada dia.  Segundo, como estamos lidando com os problemas que envolvem a nossa vida. Durante todo o dia aparecem muitos problemas fracionados, pequenas escolhas a serem feitas, pequenos detalhes que precisam de cuidado, pequenas coisas que precisam ser valorizadas e pequenas oportunidades de gerenciar conflitos e dificuldades. Apenas quando disciplinamos nosso coração a investigar a importância das coisas pequenas, teremos base sólida de crescimento espiritual.  Às vezes o eco de um pequeno ato ressoa para além do presente, prossegue de forma infinita para frente e alcança até mesmo um futuro distante. Como uma pedra lançada no centro de um lago espelhado e quieto, cujas pequenas ondas se alargam e chegam até as margens. Se não dermos o devido valor aos pequenos detalhes e as pequenas coisas que se expandem, não temos muito que apresentar em termos de sabedoria aplicada. Terceiro, há um labor  no estudo, o estudo aplicado ao crescimento espiritual, e nesse labor, deve o homem piedoso suscitar uma paciência e uma tenacidade, pois a sabedoria exige tenacidade e dedicação. Olhe que a maioria dos homens prefere o agito das conversas fúteis, outros gostam de envolvimentos mais tendenciosos, puramente materialistas para saciar a fome voraz do ego que apela apenas para as coisas temporais como um meio de satisfação existencial. A vida de um homem sábio e sensato é além do ordinário, é supra na sua essência vital, é extraordinária, de modo que ele não é comum, pois ora mais, estuda mais, vigia mais, dedica-se mais e investe pesado na sua própria inteligência, que ele sabe que será o instrumento da graça, onde o Espírito de Deus lapida e se serve como ferramenta para a glória do Criador. Quarto é preciso um fogo de paixão, um fogo intenso, que incendeie a alma, o coração e toda a nossa vida, com um amor pelo Senhor e pelo Evangelho. Investir em coisas não perecíveis, de durabilidade infinita, coisas relacionadas à eternidade. Nossas escolhas de hoje devem ser elaboradas dentro de conceitos mais amplos, por exemplo, como será nosso amanhã com a escolha que faremos hoje? e no dia de acerto de contas, quando tivermos que prestar conta da mordomia do tempo e da própria vida? Aqui apresento regras bem definidas, qual impacto terá no amanhã, as ações e as escolhas que iremos tomar hoje? Devemos ser almas apaixonadas pela verdade, isso é viver de forma sabia levar a serio os ensinos de Cristo e transcorrido o tempo que nos é dado, devemos aplicar esses valores no cotidiano, e chegar ao amanhã sem o transtorno do arrependimento por ações erradas que tomamos iniciativa de escolha nesse tempo presente. Quinto, o exercício da vida devocional, onde a vida vai ser fertilizada com o amor e com a comunhão e nessa direção segue o florescimento e a frutificação espiritual. Seu labor espiritual segue o arado da devoção, e nela as sementes germinarão, mas o que você está colhendo hoje? É abundante a frutificação? Teria o dileto leitor coragem de confrontar a sua vida junto a esse assunto de forma sincera? Avaliar se de fato está frutificando no Espírito? (Gálatas 5:22) Sexto, a visão do tempo do homem sábio é que ele enxerga a eternidade agora, não é uma condição de vida pós-morte, mas é agora. A solidariedade divina consiste em dar a eternidade como presente, e todo o homem que está em Cristo, é nova criatura (II Coríntios 5:17) e desfruta da eternidade agora, no momento presente. Os mananciais da eternidade jorram da obra consumada e perfeita de Jesus Cristo na cruz do calvário, e o homem mortal e sedento bebe dessas torrentes todos os dias, isso mantém a vida eterna como pauta do dia, vivendo o para sempre no dia de hoje, porque o vinculo de Cristo é com o Pai da eternidade. Sétimo, a sabedoria aplicada a vida significa muitas perdas de coisas frugais, significa muitos prejuízos quando vistas sob a ótica mundana. Significa deixar os prazeres do mundo, deixar os tesouros do mundo, abandonar as fantasias do presente século. Não importa o quanto sejamos iludidos por nossas fragilidades agitadas por desejos ilícitos, é um custo terrível desgarrar-se do materialismo, a civilização move-se de forma continua dentro dessa força avassaladora, de modo a se desprender completamente da vida material é uma luta medonha, mas é possível. A vida de Jesus reflete muito bem esse estágio avançado de sabedoria. Ele convivia em um mundo material, tudo a sua volta cheirava a conveniências políticas, sede de poder, egoísmo exagerado, o estado moral da humanidade estava em estado avançado de decadência e desgaste, mas como a luz da estrela da manhã que sobressai em meio a escuridão noturna sem ser tocada pelo poder das trevas a sua volta, domina todo o cenário celeste para prefaciar a aurora, assim o cristão coerente, brilha em meio a esse geração perversa e corrompida e age de forma a viver no mundo sem ser seduzido por seus agitos e prazeres. Creio que essas normas podem ser aplicadas a vida cristã e irão fortalecer todos os setores da vida, pois o progresso deve ser um avanço constante na vida de um homem regenerado, e  o tal deve viver uma vida fenomenal, embora aos olhos dos mundanos isso pareça uma loucura, todavia crescer na graça e no conhecimento, adquirir a sabedoria e a prudência e buscar o Reino de Deus e a sua justiça, de modo a ser sempre princípios prioritários são regras inegociáveis para aqueles que almejam viver de modo digno á vocação que foram chamados.




CLAVIO J. JACINTO

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