“... E começou lavar os
pés aos discípulos” (João 13:5) a grande ceia prossegue, a grande lição é dada
no que pode ser praticado, a realidade está na ação, no ato de um declínio, o
serviço de um escravo. Era Cristo quem estava agindo assim. Não havia pompas,
ali naquela cena não estava um campo minado do glamour e glórias humanas. A
força operacional do orgulho estava reduzida a escombros. Jesus estava lavando
os pés dos discípulos. Pés encardidos, fedorentos, cheio de fezes de animais
devido ao acumulo de sujeira fecal dos animais nas ruas centrais da palestina
onde o transito de cavalos era intenso. Havia um histórico de uma jornada que procedeu
ao amanhecer de mais um dia, naquele ambiente caustico, o fim do dia
apresentava aos discípulos, os pés impregnados de todo o tipo de sujeira
aderido por causa do suor, mas Jesus inclina-se até aos pés sujos dos discípulos.
Que cena ridícula, quando exposta aos teólogos modernistas, a elite glamorizada
da religião do orgulho humanista, passa a passos largos de textos maravilhosos
como João 13:1 a 20. A religião do impressionismo que se adere à fé cristã para
sustentar toda a pompa e orgulho nocivo que caracteriza a marca da elite
espiritual que se destaca hoje em dia e que nada tem do espírito de Cristo (Romanos
8:9). Poucos querem seguir o exemplo do Salvador até as descidas aos degraus do
serviço humilde, para certas mentalidades filosóficas isso seria radical demais,
descer e despojar-se de todo o orgulho, um esvaziamento das coisas seculares é necessário
para um enchimento com coisas celestiais. Assim da humildade de Cristo, pouco
exemplo tem tido utilidade pratica no meio evangélico de hoje. Nós rejeitamos
aquelas atitudes que Jesus abraçou, e de modo ousado, celebramos o estilo de
vida que ele desprezou. Isso não é um assunto confortável, não queremos lidar
com a realidade de que as coisas singelas são marcas de um verdadeiro
apostolado. Olhemos para os apóstolos modernos, porque eles querem ser chamados
assim? Porque desejam combater o bom combate acabar a carreira e guardar a fé e
logo em seguida morrer como mártir? Não! Seguem a pompa e o glamour, o desejo
por grandeza destrói toda necessidade de cultivar a humildade. Pedro se
escandalizou com tamanha humilhação serviçal, isso parecia ser uma atitude inconcebível
para aquele que os profetas chamaram de Emanuel, mas a atitude de Cristo é uma
descida aos recônditos mais firmes do caminho mais seguro onde as virtudes mais
raras recebem a fertilidade mais poderosa: a humilhação serviçal. Lidar com o
gigantismo não é fácil, a natureza do homem quer receber inchações e se
sobrecarregar de tudo o que agiganta o próprio conceito de si mesmo. O caminho
da humilhação e da humildade é um caminho insuportável para os que desejam
caminhar sob a luz do orgulho pessoal. De fato, creio que muitos ensinos de
Cristo são confrontos diretos á natureza humana caída, o mundo não entende o
porque de mãos puras precisaram tocar em pés sujos e fedorentos, mas nessa retórica
de ação sublime repousa todo o cerne da justificação pela obra consumada e
perfeita de Cristo, onde Ele mesmo lava-nos de nossas pecados mais pungentes,
nossas mais tenebrosas manchas espirituais provocadas pelas iniqüidades mais
malditas são removidas pelo sangue de
Cristo, quando cremos nEle.(I Pedro 2:24 Apocalipse 1:5) Assim embora Pedro se
comova, na percepção sensata daquele caso, é mais insensível aquele que não consegue
ver a profundidade da ação de Cristo.
Clavio J. Jacinto
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