Na oração do
Pai nosso, o Mestre e Senhor Jesus Cristo ensinou os discípulos a pedirem pela
vinda do reino de Deus “Venha o teu reino, seja feota a tua vontade assim na
terra como no céu”(Mateus 6:10 veja também Lucas 11:2) dessa petição,
entendemos que há um reino, e para que haja um, de fato precisamos aceitar pela
lógica, que antes, deve haver um rei, um domínio geográfico e servos. Essa é a
base pelo qual um reino de exterioriza no universo. Acredito que a consumação geral e a
implantação total do Reino só ocorrerá, na sua dimensão total, novos céus e
nova terra, ou seja, no estado eterno, esse ápice, essa consumação universal só
pode ocorrer quando enfim tudo estiver debaixo da plenitude dessa promessa: “De
tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos
tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Efesios 1:10)
é claro que isso não ocorre, na forma como deve ser, é verdade que há um trono,
e que Deus está lá, é obvio que Cristo assentou-se a direita nas Alturas, mas a
rebelião humana e o sistema do mundo caído ainda tem algum domínio, embora esse
domínio seja limitado, ele existe, e vimos no contexto da oração do Pai nosso,
no capitulo quatro de Mateus, que Satanás ofereceu os reinos desse mundo para o
Senhor Jesus Cristo, então sabemos que as sombras dos poderes infernais ainda
se alojam no sistema universal, há
lugares assombrados pelo domínio do diabo, assim como há por evidencia
lógica escravos do pecado, antros de pecados e sistemas religiosos e políticos
a serviço do diabo aqui nessa era presente. Esse é um fato irrefutável, vários
setores do mundo atual estão sob controle demoníacos, seitas, ideologias
políticas, sistemas filosóficos anticristãos, a cultura secular etc. Todos
estão a serviço do império das trevas e muitos ainda estão debaixo do controle
do diabo. a conversão á Cristo é uma saída do reino das trevas “O qual nos
tirou da potestade das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu
amor”(Colossenses 1:13) Essa potestade das trevas não está vinculada ao reino
de Deus, mas é parte do domínio das trevas estabelecido no mundo desde a queda
de Adão, e terá uma derrocada completa, quando a justiça de Deus for
estabelecida, depois do julgamento final de todas as coisas. Isso é uma realidade
irreversível, o tempo está levando todas as criaturas para lá.
O SEGREDO DA
VERDADEIRA FELICIDADE
O Mestre e
Senhor Jesus ensinou que o homem espiritual tem uma busca peculiar, todos os
homens possuem uma força de vontade que o empurra para as buscas na vida, uns
correm atrás de fama, outros de sucesso, ainda outros correm atrás de riquezas
e bens materiais, outros tentam satisfazer suas concupiscências e ainda outros
buscam sentido para a vida nos prazeres desse mundo. Mas o homem espiritual tem
só uma direção a percorrer e nessa direção ele encontra a felicidade genuina.
Jesus ensinou a buscar o reino de Deus e a sua justiça (Mateus 6:33) note que é
uma busca ardorosa e há um acréscimo: a justiça do Reino. Isso significa que o
Reino de Deus se alcança aqui nessa vida, ainda que de forma parcial, mas há
uma busca, pois também há uma constituição sagrada; a justiça do reino de
Deus. Veja que Paulo fala sobre essa
justiça “Porque o Reino de Deus não é comida, nem bebida, mas justiça e paz, e
alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17). Se você realmente deseja ser
espiritual, o ápice dessa vida é cheia de alegria e cheia de sentido
existencial, trata-se da experiência de entrar no reino de Deus de forma
definitiva e ficar completamente submisso ao Rei dos reis e Senhor dos
senhores. (Apocalipse 19:16) Veja que na oração do Pai nosso, o contexto dentro
do versículo que implora pela vinda do reino é seguida por “seja feita a Tua
vontade assim n aterra como no céu”. Aqui está o segredo aberto no Evangelho, só
ágüem que entra pela porta que é Cristo para dentro da autoridade e domínio de
Deus é capaz de experimentar verdadeira felicidade ainda aqui nessa vida,
ninguém mais pode alcançar autentica alegria e plenitude de existência e um
verdadeiro sentido da vida fora desses parâmetros, todas as tentativas de se
alcançar a alegria existencial fora do reino de Deus e da sua justiça acabam em
uma trágica decepção, embora os prazeres do engano possam dar algumas alegrias
momentâneas, mas a justiça que procede a paz e alegria no (Ou seja: dentro) do
Espírito Santo que são elementos fundamentais que sustentam a verdadeira
felicidade, só experimentam que buscam o reino pela oração em sincera petição
“venha o teu Reino” e então entram dentro dele, porque reconhecem a soberania
de Deus, e prostrando diante do Senhor, consolidam essa entrada com “Seja feita
a Tua vontade assim na terra como no céu”. Não pense que há outro meio de
alcançar felicidade aqui nesse mundo, tudo o mais é mero engano, ilusão,
superstição. O homem vive debaixo do torpor do pecado tentando encontrar um
sentido para a sua existência, há caminhos que parecem direito ao homem, ele
desfruta de brevidades de uma falsa primavera espiritual, mas acaba imergindo
num inverno de terríveis decepções, a grande tragédia da vida sem Deus é que
ela anestesia a alma descuidada com prazeres mundanos e alegrias falsas até
chegar ao estagio de completa letargia, e quando o homem abre os olhos na
eternidade, apenas percebe como o rico “E no inferno erguendo os olhos estando
em tormentos...” (Lucas 16:23) Abraão responde ao miserável rico em tormentos:
“Filho lembra-se de que recebestes os teus bens em vida...”(Lucas 16:25)
aqueles bens eram a fonte de alegria do pobre rico! era uma mera ilusão
emocional, um truque psicológico do coração afetado pela doença do pecado, e
então a morte não apenas separou ele do
seu mundo ilusório, consumou vorazmente com todas as alegrias falsas,
produzidas por valores temporais e efêmeros, agora em tormentos, no inferno,
não restava senão o sofrimento e a tristeza e o terror eterno. Milhões de almas
seguem esse mesmo caminho, cheio de bens, que lhe proporcionam felicidades
superficiais, alegrias supérfluas, nevoas venenosas coloridas e aromatizadas
com um odor agradável de pecado, mas com uma essência mortífera escondida por
trás de uma aparência agradável. Qual é a tua busca pelos caminhos da vida?
Teus anseios é que o “Reino de Deus” venha sobre a tua vida e estejas submisso
á vontade de Deus? O homem espiritual não busca as ilusões do presente século,
mas a realidade das promessas vindouras.
Outro fato
interessante relacionado ao reino de Deus se encontra em João 18:36. Nessa
passagem, Jesus afirma pelo mneos três vezes que o reino Dele não é deste
mundo. Essa seqüência tripla é uma forma de propor algo de crucial importância;
o Reino de Deus não é deste mundo, é algo supranormal, é de origem celestial,
não terrena. Assim enquanto que na
tentação encontramos na oferta do diabo, os reinos desse mundo, em
contrapartida vimos que o Reino de Cristo não tem paralelo com os reinos do
mundo. Esse reino tem sua origem fora daqui, mas ele desce em meio ao caos e
assim como o Verbo sendo de origem celestial, se faz carne, e habita entre os
homens, o reino de Deus não é deste mundo, todavia ele pode descer e de fato
ocorre esta descida até esse mundo. É importante salientar isso, nossa
compreensão vai direção a vida prática como iremos observar mais adiante e que
isso traz conotações básicas e importantes para vida espiritual. A natureza
desse reino é elevada, encontra sua matriz no próprio trono de Deus, Cristo
está assentado a destra desse trono, ´00e de lá que o Senhor estabelece o seu
senhorio sobre todo o universo. Porém necessário se faz esclarecer que, de modo
algum, Cristo é rei sobre todas as coisas, ainda há reinos que pertencem ao
diabo, ainda há toda uma estrutura de coisas fora desse reino, embora nunca
fora do Senhorio controlador de todos os níveis existenciais do universo, nesse
caso, Deus tem controle de tudo, mas Cristo não reina sobre tudo de modo que
jamais pode ser dada a Ele a responsabilidade das causas falíveis e corruptas
que aderem a todos os sistemas mundanos, políticos e filosóficos que ainda
mantém controle de muitos segmentos desse mundo. Há nesse mundo organismos
funcionais que atuam sob o controle do deus desse século, e a mente do
incrédulo é um espaço desse domínio (Efésios 2:2) por isso ele é capaz de cegar
essas mentes e transformá-las em ferramentas para disseminar doutrinas de
demônios, idéias diabólicas etc. (I Timóteo 4:1). Ainda acerca da declaração de
Cristo de que seu reino não é deste mundo, mas de outro lugar, e é claro, que
este lugar não é outro além do céu, nesse caso encontramos o caminho da
compreensão de que existe pelo menos uma singularidade entre reino de Deus e
reino dos céus (O autor crê que os termos são intercambiáveis e significam a
mesma coisa). Como esse trabalho é curto, e não exaustivo, quero apenas delinear
a forma como esse reino se idealiza aqui nesse mundo e a forma como ele se
expande, tendo em vista que tudo segue pelo tempo, pois o tempo é a via pelo
qual Deus estabelece a ordem da consumação de todas as coisas (Efésios 1:10).
Desejo antes novamente ressaltar o fato de que estamos vivendo em um mundo
cheio de filosofias antagônicas ideologias utópicas fadadas ao fracasso, reinos
contra reinos, guerras e rumores de guerras, engano e antros de corrupção,
esses setores fragmentados em nossa sociedade atual não fazem parte do reino de
Deus, apenas revelam que os reinos desse mundo, que pertencem ao diabo, ainda
estão atuando em nossos dias, embora estejam debaixo do controle de Deus, e
nunca ultrapassam os limites que Deus permite.
Em Lucas
16:16 Jesus afirma que a lei e os profetas duraram até João, e que agora o
reino de Deus é anunciado e todo o homem emprega força para entrar nele. Note
nas palavras de Cristo que há estágios na economia divina, “duraram” significa
que chegaram ao fim, porém notamos que a pregação do Reino de Deus inicia-se, e
o homem emprega força para entrar nele. Então temos uma entrada acessível ao
reino, e na maioria das vezes, senão sempre, cada vez que um homem se converte,
há uma saída, um êxodo. O salvo, outrora pecador e perdido, pertencia a um
reino desse mundo, mas quando se arrepende e crê no evangelho entra pela porta
que conduz ao Reino, e essa porta é Cristo (João 10:9) somente aqueles que
recebem a Cristo e tornam-se filhos de Deus (João 1:12) podem de fato
experimentar essa entrada no Reino, pois recebendo o Espirito Santo, no batismo
nEle, pela conversão, recebem também o poder espiritual necessário para usar
dessa violência e entrar no Reino de Deus.
A entrada segue esse adendo; o poder espiritual, o caráter do reino
requer uma medida de violência, como na antiga aliança, o estabelecimento da
terra prometida seguiu uma serie de conflitos, na vida cristã também não é
diferente. Precisamos desse poder espiritual para entrar no Reino e ficar
debaixo da autoridade dos Céus, Cristo passa a ser realmente Senhor, e isso
deve ser compreendido da forma mais literal possível. Voltemos para o sermão da
montanha, notamos que Cristo afirma que os cidadãos do Reino são pobres de
espírito (Mateus 5:3) de alguma forma são fracos, são mendigos dependentes, mas
recebem uma força espiritual vinda do Espirito Santo, tal é fraco em si mesmo mas
que torna-se forte no Senhor. E também há outra característica distinta; o
cidadão do reino é marcado pela perseguição por causa da justiça (Mateus 5:10)
essa justiça é peculiar, não a justiça própria, mas a justiça do Reino de Deus
(Mateus 6:33) há certa violência contra o ego, o negar-se a si mesmo e tomar a
cruz e seguir a Cristo para dentro do reino, a mortificação da carne e a
oposição contra todos os valores inversos ao Reino de Deus, ou seja, estando
cercado em todos os lados pelos reinos desse mundo, o cidadão do Reino combate
o bom combate, e batalha pela fé (Judas 3) não se conforma com essa era
(Romanos 12:2) e precisa empregar força para transpor esses obstáculos e
estabelecer o coração dentro do Reino de Deus. Assim vimos que a porta do reino
está aberta desde João Batista, há um acesso para dentro dele através de Jesus
Cristo o Rei dos reis, deixamos todo o embaraço e o pecado que tão de perto nos
rodeia e corramos com paciência a vida espiritual do cidadão do Reino de Deus,
tal como descreve o Novo Testamento e mais particularmente o próprio Senhor
Jesus Cristo. Eu creio na visão escatológica do reino de Deus, ele terá sua
completa consumação no futuro,(Mateus 25:31) mas já está presente (Lucas 17:21)
Deus haure o tempo da eternidade e está trabalhando de forma processual, por
isso todas as coisas estão indo em direção a Efésios 1:10, de certa forma o
Reino de Deus já está presente desde o primeiro advento de Cristo, que veio na
plenitude dos tempos (Gálatas 4:4) e prossegue no desenvolvimento e expansão
até o fim da presente era. Se levarmos em conta a idéia judaica sobre o reino
na época de Jesus, e que ele sendo judeu, não corrigiu a visão do reino de seus
contemporâneos, sem duvida a visão escatológica é o resultado de uma
hermenêutica sadia e equilibrada.
Por onde
começa o reino? Acredito em três dimensões do Reino de Deus no mundo atualmente,
seria melhor falar em segmentos, mas vamos prosseguir nessa idéia das dimensões,
pois se encaixa melhor no meu estudo sobre esse assunto. A primeira dimensão é
a do coração. O redimido tem o seu coração consagrado a Deus, o coração do
salvo é território sagrado, é a primeira extensão do reino de Deus, porque
parte do homem interior essa disposição de amar, servir e entender as coisas
espirituais. Assim, o coração é o jardim, por onde o Novo Adão, Cristo,
restaura todas as coisas. O coração do homem redimido é o primeiro espaço
sagrado por onde Deus começa a reinar.
Ego crucificado e Cristo entronizado no coração. (Veja João 14:23)
Perceba que Paulo fala sobre a servidão a partir de dentro do homem interior
(Romanos 1:9) porque é esse o espaço sagrado por onde se inicia o domínio do
reino de Deus aqui nesse mundo: pelo coração do homem regenerado. A justiça do
reino de Deus primeiro se estabelece no intelecto depois se exterioriza em
nossas ações, é dessa perspectiva que entendo a realidade do Reino de deus em
nossos dias. No nosso coração, Deus em
Cristo estabelece seu governo de forma total, por isso é que a oração pela
vinda do Reino segue o “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” de
outra forma a expressão ficaria completamente sem sentido. Onde há um servo de
Deus, ali mesmo começa o Reino de Deus, e do nosso coração é a partida dessa
expressão de vida e poder e domínio celestial sobre tudo que podemos
influenciar a nossa volta. Mas esse primeiro segmento é o nosso coração, sem
ter esse primeiro espaço “geográfico” não pode existir em certa medida, uma
expansão do Reino de Deus. Assim, do domínio a partir de dentro de nós, o Reino
de Deus torna-se dinâmico e se exterioriza através de nossas ações, escolhas e
conversas. Tudo começa desde dentro de cada salvo, seus pensamentos são nutridos
pela Palavra de Deus, os sentimentos, o intelecto, a emoção, todo o mundo
interior. Certa vez li em um clássico da
literatura cristã ortodoxa que “em qualquer lugar onde vos encontrardes, podeis
erguer um altar á Deus pelo pensamento”. Se duvida essa idéia é um ideal que
denota um reforço para minhas palavras nesse estudo. Do nosso coração, servimos á Deus,
contemplamos, buscamos a sabedoria do alto, recebemos iluminação e aceitamos as
normas e as leis do Reino de Deus. No coração, adoramos em espírito e em
verdade, nosso intelecto é consagrado e colocado a serviço desse reino sagrado
e eterno.
Do lugar
consagrado ao estabelecimento desse santo Reino, o intelecto imporá sua
influencia a nossa volta, então considere que uma igreja, como organismo local,
a reunião de muitas almas redimidas, que de fato nasceram de novo, serão a
expressão imediatamente geográfica quando está reunida localmente. Eu não estou
me referindo ao sistema para-eclesiastico denominacional, mas ao grupo de
crentes em uma Eclésia local que se reúnem em nome do Senhor, adoram em
espírito e em verdade, possuem uma ordem teológica extremamente cristocentrica,
louvores sacros e exposição fiel das
Escrituras. Aqui temos uma dimensão mais ampla do reino de Deus, mesmo sem ser a totalidade do Reino, é uma expressão
maior do que o coração consagrado individualmente, pois trata-se de muitos
redimidos reunidos para expressar a justiça e os valores do Reino e acima de
tudo amar e servir ao Rei dos reis e Senhor dos Senhores. Assim, é correto crer
que os valores do reino de Deus a justiça do Reino de Deus e a mensagem do
Reino de Deus, estão sob a responsabilidade dessa igreja local. é mister que
tenhamos essa compreensão, arrependimento e Reino de Deus são assuntos
fundamentais de uma igreja bíblica. A expressão espiritual dessa igreja local e
seus membros é a pratica desses princípios de justiça de âmbito celestial,
porque a presença de Cristo é a manifestação da essência do Reino, o próprio
Rei em pessoa se faz presente, Lucas 17:21, como lemos na tradução da ACF
(Almeida Corrigida e Fiel) é que o Reino de Deus está entre vós, e o contexto
sugere que a pessoa de Cristo, a sua presença em meio aos discípulos é a
manifestação desse Reino. Aqui é bom ressaltar que Cristo exerce pleno
senhorio, o Espírito Santo que é também chamado de Espírito de Cristo (Romanos
8:9) gerencia essa realidade de modo que capacita os servos redimidos a viverem
no âmbito desse Reino. A Eclésia é um solo sagrado, está completamente dentro
do domínio de Cristo, ao ponto das Escrituras chamarem esse organismo de
redimidos de “O corpo de Cristo”. O
amor, a justiça, a piedade, a caridade, a fraternidade, a adoração, a
misericórdia, tudo isso são manifestações praticas da igreja, e esse reflexo se
amplia e afeta radicalmente a sociedade a sua volta, a igreja é um farol que
faz resplandecer a luz do evangelho em um mundo que jaz numa escuridão medonha.
Se não existem esses princípios ativos em uma Eclésia, essa não é bíblica,
porque não manifesta a essência do reino em seus membros. Deixe-me ilustrar com
um fato histórico, pois alguns historiadores narram que no começo, quando a
igreja ainda era jovem, nos primeiros séculos, em certa localidade do império
romano, uma peste assolou os habitantes de modo que os pagãos deixavam seus
entes queridos a mercê do destino cruel, enquanto os cristãos, mesmo com o
risco de serem infectados com a mortal doença, cuidavam de seus familiares e
até mesmo dos que não faziam parte de suas famílias. Aqui temos a expressão
autentica da misericórdia e do amor compassivo, princípios ativos da justiça do
Reino de Deus que Jesus mandou seus seguidores buscar. Existe esse
companheirismo, esse amor fraternal, essa compaixão na sua igreja local? é
evidente os valores e os princípios do Reino de Deus dentro da comunhão dos
irmãos?
Meu amado
leitor, desejo agora entrar em uma outra dimensão mais ampla, depois de
começarmos pelo coração, como o local estabelecido como completamente entregue
ao domínio de Cristo, e ampliar esse domínio para a igreja local, gostaria de
dar uma ênfase sobre este outro local que deve também ser uma expressão do
Reino de Deus: a família. Ora a família é uma instituição divina a célula mãe
da sociedade do Reino, famílias cristãs são frutos de um labor perene, os pais
cultivam os princípios do Reino de Deus no seio familiar, e o resultado é uma
obra primorosa de piedade, bons costumes e virtudes. Aqui desejo salientar que
o lar deve ser uma expressão do céu na terra. Sei que isso é uma tarefa árdua,
e que nem sempre conseguimos alcançar esse nível espiritual dentro de casa,
porque o ataque contra a família tradicional tem sido fortalecido por tamanhas
estratégias infernais. Mas é necessário que se tenha em mente de que o lar deve
sim ser uma expressão formal do Reino de Deus, porque os verdadeiros valores da
vida e as sementes do evangelho, a vida piedosa, o exemplo de devoção partem de
dentro do lar. Mas a família vem sofrendo ataques terríveis, não há tréguas,
não há um envolvimento serio dos lideres em formar lares com princípios
espirituais evangélicos, e o resultado é por demais evidentes para ignorá-los.
Lares destruídos, contendas, divórcios, o declínio da sociedade segue como
reflexo do declínio da família. Mas isso não é motivo de desanimo, cristãos precisam
encontrar novamente o valor do cultivo da devoção em família, a pregação
familiar, a leitura conjunto das Escrituras e de seus membros individualmente.
Além disso, ainda temos outros assuntos, como o comportamento dos integrantes
que servem ao Senhor, dentro do contexto cultural de uma sociedade, a família
cristã deve ser exemplo de compaixão e misericórdia, amor e piedade, harmonia e
bons costumes.
Creio
piamente que o Reino de Deus tenha essas três dimensões no atual estagio da
economia divina, como já abordei que sinalizando as escrituras que o Reino tem
uma característica escatológica, também tem outra presencial, e a expressão do
Reino tem na sua dinâmica mais expressiva, o domínio dentro dessas três áreas
que abordei aqui nesse opúsculo de forma breve, porem profunda, tentando dar
alguns esclarecimentos sobre a importância desse assunto hoje em dia. Nosso
coração é o terreno sagrado mais imediato, a fonte do nosso caráter e de onde
surgem os amparos intelectuais e administramos o conhecimento e a volição, para
idealizar todas as coisas que envolvem tais, numa vida que glorifique a Deus.
Em seguida essa expressão do Reino segue de forma mais ampla, no terreno
sagrado da reunião, onde o poder e as virtudes do Reino ganham expressões mais
concretas, pois nelas asa ações e decisões refletem a dimensão do domínio de
Cristo sobre a igreja local, por ultimo, a família como um fio condutor que
leva a luz do Reino para dentro da sociedade e fornece as respostas corretas
para um mundo desiludido e uma sociedade a beira do precipício e da falência
moral. Essas três dimensões são a base pelo qual podemos promover a justiça do
Reino de Deus, e dessa forma promover a causa de nosso glorioso Rei e Senhor,
assim estaremos vivendo uma vida experimental dentro do Senhorio absoluto de
Cristo e debaixo do seu domínio soberano, pisamos nossos pés na terra santa do
Reino de Deus na terra, orando todos os dias “Seja feita a tua vontade assim na
terra como no céu”
Amém
O autor:
Clavio J. Jacinto é pesquisador, autodidata, formado em teologia,
pastoreou igreja durante anos, casado com Elenice Jacinto, pai de dois filhos,
Natanael e Natalia. Reside atualmente em Paulo Lopes SC.
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