Muitos
teólogos evangélicos defendem a tese de que qualquer um é livre para
interpretar as Escrituras, em oposição, teólogos católicos defendem que o
magistério é que tem a autoridade de interpretá-la. Assim decorrente dessas
duas visões, devo afirmar que ambas são falaciosas e errôneas. O apologista
católico pode fazer uso de II Pedro 1:20 para defender o ponto de vista
católico e contra atacar a visão protestante, mas a verdade é que o ensino
positivo das Escrituras não apóia nenhum das duas. Mas qual é o modo correto de
interpretar as Escrituras? Primeiro, devo salientar que tanto teólogos
católicos quanto evangélicos estão corretos em crer que a Bíblia é a Palavra de
Deus inspirada, e isso Paulo atesta (II Timóteo 3:16) Mas a questão principal
fica em torno do modo correto e bíblico de interpretar o texto sagrado. A tese
de que qualquer um é livre para interpretar as Escrituras é errônea e perigosa.
se levarmos em conta o contexto imediato do texto de II Pedro 1:20 (II Pedro
2:1 a 8) o assunto é sério. Porém, um magistério ou um grupo de homens também
cai no mesmo erro, já que pertencem á um grupo particular, com visões e dogmas
particulares, em ambos os casos, está envolvido homens falíveis. Ora, nenhuma
profecia é de particular interpretação não significa que as Escrituras não
possam ser lidas e estudadas de forma individual. Não é essa base pelo qual
está fundamentada a visão do Novo Testamento. Mas então como ela deve ser
interpretada.
? Vamos
tomar o fio da meada, primeiro devemos entender que ela é inspirada, por isso é
autoridade, além de aceitarmos o fato dela ser a revelação da vontade e do
plano de Deus, até aqui, podemos encontrar certa concordância nos dois
pensamentos abordados. Porem a base central do entendimento é a Pessoa do
Espírito Santo. Jesus nunca mentiu na sua boca nunca se achou engano e Ele
disse que o Espírito da Verdade guiaria o homem a toda a verdade (João 16:13)
logo em seguida Ele ainda afirma que a Palavra de Deus é a Verdade (João 17:17)
assim, agora podemos seguir em frente, porque um homem ou um grupo particular,
não podem ser intérpretes das Escrituras, porque elas não são de particular
interpretação. Então qual é o modo correto de interpretar as Escrituras? Paulo
responde: “Como o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com
as espirituais” (I coríntios 2:13) então bíblia interpreta a bíblia como disse
Salomão “Conferindo uma coisa com a outra, para achar a razão
delas”(Ecclesiastes 7:17) Assim, um homem precisa ser cheio do Espírito Santo,
para que Ele seja o Guia que o conduzirá a verdade (Atos 13:52) assim sendo
cheio da plenitude de Deus (Efésios 3:19) estará também cheio do conhecimento
da vontade de Deus (Colossenses 1:9) Em Atos dos Apóstolos encontramos um
exemplo bendito, Filipe encontra o eunuco Etíope, ele está lendo o profeta
Isaias, Filipe tinha uma intimidade com o Espírito Santo (Atos 8:29) e então
pergunta ao eunuco: “Entendes tu o que lês?”(Atos 8:30) a resposta do eunuco
foi: “Como poderei entender se alguém não me ensinar?”(Atos 8:31) então Filipe
que já pregava antes sobre o Reno de Deus e sobre a Salvação pela morte e
ressurreição de Cristo (Atos 8:12) tomou o texto e interpretou, explicando que
Isaías estava se referindo a Cristo que morreu na cruz como o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo (João 1:30) embora essa seja de certa forma, uma
interpretação pessoal de Filipe ao Eunuco, explicando o texto de Isaias, Filipe
estava comparando uma coisa com a outra, explicando que a passagem de Isaias 53
estava associada as boas novas da salvação em Cristo Jesus, assim retomamos o
contexto de II Pedro 1:20, mais precisamente o versículo 19 “E temos mui firme,
a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que
alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça e a estrela da alva apareça em
vossos corações”
Ora nenhuma
profecia é de particular interpretação, porque ela não foi produzida por
vontade de homens particulares, mas foi inspirada pelo Espírito Santo, porque
homens santos falaram inspirados por Ele (II Pedro 1:21) assim ser cheio
daquele que inspirou as Escrituras é a norma basilar para receber a iluminação
necessária para compreender as coisas de modo correto no que concerne as coisas
espirituais contidas nas Escrituras. Deixemos que o contexto fale mais por si
mesmo. O resultado de uma interpretação particular sem o Espírito, redunda em
erros e heresias como descreve o contexto (Bíblia interpretando bíblia) em II
Pedro 2:1 a 8 lemos a advertência do aparecimento de falsos mestres, que quase
sempre também resulta em grupos heréticos que por sua vez mantém uma espécie de
magistério, porque as seitas mantém um padrão de grupos de falsos mestres que
defendem erros doutrinários. Vimos que o resultado da livre interpretação é um
erro, porque ninguém pode por si mesmo e de modo puramente racional, usando a
intelectualidade vigente no velho homem, entender as coisas profundas de Deus,
nem um homem particular em nem mesmo um grupo elitizado para o exercício de
exegese sacra seguindo o conceito de um grupo particular. A base pelo qual um
homem é guiado para dentro das realidades espirituais é um oficio do Espírito
Santo, pois é Ele quem convence e guia e ensina, Jesus falou sobre isso de modo
muito claro “Ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o
quanto vos tenho dito (João 14:26) Ele tem o santo oficio de convencer o mundo
da justiça, do juízo e do pecado (João 16:8) assim desejo concluir que um homem
cheio do Espírito da Verdade, o Santo Consolador, o Espírito Santo, estará apto
para compreender os mistérios sacros do Evangelho, será convencido de seus
pecados e da miséria espiritual em que se encontra e buscará em Cristo o único
caminho para receber o perdão e a salvação de seus pecados (João 14:6 e Atos
4:29) do mesmo modo homens que pregam o Evangelho, devem estar cheios do
Espírito Santo para que a pregação seja como uma luz que alumia a consciência
escura dos pecadores (Romanos 10:14 a 17)
Clavio J.
Jacinto
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