CAIM E CRISTANDADE PÓS-MODERNA



Em Genesis 4 lemos a historia de Caim e Abel. Aqui temos uma descrição clássica de dois homens dentro do âmbito espiritual e religioso, ambos tinham altares e uma crença monoteísta, ambos tinham crenças estabelecidas e uma proximidade de convicções, a diferença não estava no altar, mas na oferta que colocaram sobre o altar.  Abel era espiritual Caim não. Dentro dos padrões bíblicos e na dinâmica espiritual genuína, Abel tinha uma percepção correta da forma como deveria ser apresentado o sacrifício, e também estava debaixo da graça do martírio. A breve historia de  Abel, nos remete contra o êxito humanista, j00á que do ponto de vista terreno e materialista, a perda da vida foi um prejuízo incalculável, seu sacrifício verdadeiro selou a própria vida como o primeiro mártir da fé, Caim foi exilado, viveu muitos anos, teve grande êxito material, dois caminhos opostos que derrubam todo o conceito moderno do significado de uma vida abençoada. Porque nos padrões emergentes da igreja pós-moderna, Caim recebeu muito mais benefícios terrenos do que Abel, e então, ele seria mais abençoado e mais bem aventurado, porque foi conquistador, fundador de uma civilização, manteve o status que o mundo exige para uma pessoa ser feliz e alcançar completitude existencial, enquanto que Caim prosperava na terra, o corpo de Abel inaugurava o primeiro cemitério e jazia numa sepultura. Você consegue perceber isso? A fidelidade nem sempre é o caminho da felicidade e do êxito terreno, o prefacio da vida piedosa de Abel, o sangue dele 00é um aviso, uma advertência de que a via sacra da fidelidade ao evangelho não é um caminho confortável cheio de vantagens terrenas. Nisso consiste o exercício do discernimento, que as coisas devem ser vistas tal como a Bíblia apresenta, e de certa forma, esse é um caminho milenar, pois neles caminharam todos os santos do Antigo e do Novo Testamento, e a historia da igreja está repleta de homens fieis que foram conduzidos pelo caminho de Abel. Porém vale lembrar que uma multidão incontável de religiosos traça o perfil de Caim como um modelo de êxito espiritual, de certa forma o fazem do jeito mais oculto possível, mas essa é uma realidade, se trazermos a hist00ória para a experiência moderna, que testemunho poderia ser arrancado de Abel, se ele não recebeu um “livramento” tendo em vista que muitos apóstatas olham para a morte como o monstro a ser evitado e não como uma via de descanso no Senhor, é inegável o fato de que a igreja moderna daria bons aplausos ao êxito de Caim, ele teria sinais evidentes de ser um homem “abençoado”, pois alcançou grande êxito, seu “dizimo” seria muito atrativo, sua vida de progresso terreno seria um bom atrativo, um modelo de vida de sucesso. Mas mesmo apresentado todos os sinais consideráveis de um homem abençoado aos moldes de certas teologias modernas, a verdade é que Caim era do maligno (I João 312)


CLAVIO J. JACINTO

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