Porque Jesus
Ressuscitou ao Terceiro Dia?
Quando Jesus falou aos
discípulos com relação a sua morte e ressurreição ele usou o exemplo de Jonas
como prenuncio de que ressuscitaria ao terceiro dia.(Mateus 12:40 com Jonas
1:17 e 2:1 a 11) De fato, os evangelhos atestam que Ele venceu a morte e ao
terceiro dia ressuscitou, isso é um fato consumado (Lucas 24:46). A
ressurreição de Cristo tem sido a base pelo qual sustenta toda a esperança
cristã, é uma doutrina fundamental e inegociável, a declaração de Paulo é: “E,
se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação e também é vã a nossa
fé”(II Coríntios 15:14 ACF).O testemunho da igreja de Aros corrobora esse fato
(Atos 10:10 17:2 e 3 II Coríntios 12:2) Não desejo entrar nos pormenores relacionados
a esse assunto, aqui desejo abordar algo mais peculiar: Porque Jesus
ressuscitou no terceiro e não no segundo ou no primeiro?
Sei o quanto é difícil responder essa pergunta.
Alguns dos leitores talvez nem sequer ouvir sobre essa questão, mas desejo
abordar um pouco sobre esse assunto. Que Jesus ressuscitou este é um fato, mas
porque no terceiro dia? Desejo abordar
aqui algumas questões teológicas, e me deter sobre elas, para não escrever um
artigo muito longo. Há algo interessante a respeito disso, primeiro; o madeiro
é o produto do terceiro dia da criação (Genesis) é nele que Jesus vai tomar
nossas maldições (Gálatas 3:13) Outro fato interessante, o terceiro dia é o dia
do retorno de Isaque descer do monte depois que o Senhor proveu um cordeiro
substituto ao sacrifício de Abraão (Genesis 22:1 a 18) Três dias foram o tempo
em que os filhos de Jacó foram presos pela ordem de José (Genesis 42:18) o
resto das ofertas de sacrifício deviam ser queimadas no terceiro dia (Levitico
7:17) também esse era o tempo da purificação de alguém que ficasse imundo para tornar-se
puro (Números 19:18 e 19) mais interessante, no terceiro dia, foi a cura de
Ezequias de uma chaga mortal (II Reis 20:1 a 5) e no terceiro dia Ester foi apresentar
a Assuero para resolver uma questão de vida e morte (Ester 5:1) No Novo
Testamento nas bodas de Caná da Galileia Jesus transforma água em vinho ao
terceiro dia, é ali que ele começa a realizar seus milagres.
Assim temos sinais que
apontam para o terceiro dia com um símbolo de consumação e poder providencial.
A morte de Cristo e seu sepultamento seguem essa regra geral das Escrituras,
onde Deus trabalhou de certa forma no
terceiro dia, sempre apontando para a maior de todos os acontecimentos que
centraliza-se na historia universal do cosmos. Da queda até o retorno
triunfante de Cristo, a obra consumada e perfeita de Jesus é o centro da
historia cósmica e seu retorno triunfante e inicia de uma consumação também
cósmica que trarão novos céus e nova terra. O período correspondente a esse
intervalo entre a morte na cruz e a ressurreição, foi o tempo necessário para
que o Senhor realizasse sua obra no âmbito espiritual, portanto foi necessário
que existisse esse intervalo, pois na economia divina, isso deveria proceder
exatamente assim.
Anterior a Sua
ressurreição e ascensão está o período em que a Biblia pouco informa, porém
lemos em Efésios 4:8 “Subindo ao alto,
levou cativo cativeiro” ACF) e no versículo seguinte lemos: “Ora, isto – ele
subiu –que é, senão que também antes tinha descido ás partes mais baixas da
terra?”(Efésios 4:9 ACF) Ele depois dessa descida subiu acima de todos os céus,
para cumprir todas as coisas. (Efésios
4:10 ACF) A obra na cruz foi seguido de um triunfo e despojamento no âmbito
espiritual “E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e
deles triunfou em si mesmo” (Colossenses 2:5 ACF) Esse intervalo de tres dias eram necessários
para que isso ocorresse, a conclusão de uma obra especifica como a redenção
realizada pelo Cordeiro de Deus segue a proclamação de seu triunfo, o
despojamento das hostes inimigas “E, visto como os filhos participam da carne e
do sangue, também ele participou das mesmas coisas para que pela morte
aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”(Hebreus 2:14 ACF)
Todo esse processo de aniquilação do império segue uma atividade que
corresponde a esse intervalo da morte até a ressurreição, essa etapa é
necessária para estabelecer a vitoria absoluta do Cordeiro de Deus, seu triunfo
proclamado de modo universal, compreende três dimensões especificas, a primeira
no mundo adâmico, a segunda no mundo espiritual e o satânico e a terceira no
céu, onde Ele entra de modo absoluto na condição de eternamente triunfante.
Bendito seja o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo! Dessa forma
compreendemos com mais eficiência da declaração magnífica: “Para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra”(Filipenses
2:10 ACF) Seguindo essa regra, podemos entender perfeitamente a declaração que
encontramos em I Pedro: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo
pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas
vivificado pelo Espírito. No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão;
os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava
nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito)
almas se salvaram pela água. “ (I Pedro 3:18 a 20 ACF) é claro que esse texto
deve ser entendido tal como foi escrito, o brado do está consumado, não foi
somente ao mundo dos pecadores e aos céus diante do Trono da graça, mas esse
brado teve que ecoar no mundo espiritual, e seu eco se estendeu a todas as dimensões
desse mundo desconhecido pelos mortais do mundo mas não por Aquele que é o
Verbo que fez todas as coisas (João 1:3)
Assim que olhamos para
essas passagens das Escrituras, e vemos como Deus misteriosamente procede
assim, é lógico que Cristo poderia ter ressuscitado no momento em que foi
sepultado, e até mesmo depois de morrer na cruz. Ora entendemos que na narrativa
de Genesis o Senhor também poderia ter concluído toda a criação em um só dia. Não
entendemos os mistérios contidos nesses acontecimentos, porém as Escrituras nos
dão bendita esperança: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo
que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva
esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (I Pedro 1:3
ACF)
Amém
Autor: Clavio J.
Jacinto
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